Reflexões do Leopardo

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Reflexões do Leopardo

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Irei fazer uma reflexão sobre o frente a frente entre EDGAR SILVA e Sampaio da Nóvoa realizado na TVI 24, a 4.Jan.16, a partir das 21,30 h. 
O "pivôt" do frente a frente foi a criatura que está em competição com o "pivôt" da RTP 1, o Orelhas de Abano, a fim de determinarmos quem leva a medalha do PIOR pivôt destes debates.

Nóvoa iniciou o debate informando-nos que tinha vinte (20!) mandatários homens e vinte (20!) mandatários mulheres na sua candidatura e ainda vários brilhantes constitucionalistas a apoiar a sua candidatura (como quem não quer a coisa deixou escapar o nome de Gomes Canotilho). Asseverou também que a sua candidatura se antecipou aos apoios partidários (o que é muito difícil de engolir com tantos mandatários e personalidades reconhecidamente do PS na sua campanha) e que a sua candidatura é construída a partir da cidadania e da participação.

EDGAR SILVA foi obrigado a iniciar a sua intervenção respondendo ao primeiro ataque do suposto "pivôt": que de forma nenhuma se sentia diminuído pelo apoio do PCP, apoio que é claro e explícito.
De seguida corrigiu afirmações de Nóvoa: de facto, Nóvoa foi ao Congresso do PS - obviamente defender as suas ideias - e só conseguiu o apoio de uma parte do Congresso.
Limpo o terreiro destes particulares, explicitou enfim que a sua candidatura está ao serviço da Soberania Nacional - por exemplo, na reestruturação inevitável do serviço da dívida - candidatura para defender um salário mínimo digno, para defender o emprego com condições. Lutou pelo tempo para dar o exemplo de que só a questão do BPN bem resolvida permitiria suprir muitas questões da Saúde.

Nóvoa afirmou ter sido convidado pelo PCP ( e isto posso assegurar que não foi assim, porque fui uma das pessoas que participou da decisão: Nóvoa pediu ao PCP (Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa) para participar numa sessão de esclarecimento previamente anunciada e o PCP concordou com a participação de Nóvoa) pelo BE e por outros partidos e foi a todos no sentido de criar um espaço de convergência. A sua candidatura vem no sentido de defender a Soberania, o Estado Social, os Direitos Humanos. Segundo Nóvoa, o país real é o mesmo numa fábrica, num hospital, numa escola.

EDGAR SILVA afirmou que é necessário apostar no aumento da capacidade produtiva e deu o exemplo da produção do leite, onde quem lucra habitualmente são as grandes empresas de distribuição e não os produtores. ( A necessidade de aumentar a capacidade produtiva como um meio de superar a crise e defender a soberania, foi hoje corroborada por um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT). E para aumentar a capacidade produtiva é preciso um apoio do Estado. Ora, o PR pode exortar para a necessidade deste apoio do Estado. O PR tem o dever de exortar para o incremento da aplicação da Ciência, da Tecnologia na vida prática e na defesa do meio Ambiente.

Nóvoa, após a intervenção de EDGAR SILVA, condescendeu em admitir que o saber não reside apenas nas Universidades, mas também nas empresas como o calçado e os testeis, cujos artigos de luxo se vendem muito bem no estrangeiro. 

Nova arremetida contra EDGAR SILVA do inimaginável pivôt: no caso de ser eleito, estaria EDGAR de acordo com um ida à Coreia do Norte?
EDGAR SILVA explicou por miúdos que o dever de um PR é estar aberto a relações com todos os Povos e todos os Estados, independentemente das suas simpatias pessoais (não é uma questão pessoal, mas institucional). A causa dos Direitos Humanos é para ser respeitada quer na Coreia do Norte, quer nos Estados Unidos da América ( e, acrescento eu já que o EDGAR não teve tempo: na Israel sionista, na faixa de Gaza, no Sarauíi, na Arábia Saudita, na Ucrânia nazi, etc, etc).

O pivôt disparou uma das últimas questões: e que pensam os candidatos a PR, dado que são institucionalmente os chefes das Forças Armadas (FA's), sobre o papel destas?

EDGAR SILVA mais uma vez foi transparente: a Constituição Portuguesa defende os caminhos conducentes à solução dos conflitos por via pacifica, negociada, política, defende a Paz e, portanto, a dissolução dos blocos militares, e portanto a dissolução da NATO, único bloco militar de âmbito planetário.

Nóvoa insistiu numa "presidência de presença" ( o que quer que seja que isto signifique!; imaginar-se-á deus todo poderoso, omnipresente em todos os recantos do globo?...) e numa acção internacional virada para os Direitos Humanos (alguns maldizentes vêem nesta acção uma forma de ingerência nos países que incorrem no desagrado do capitalismo). Quanto ao papel das FA's revê-se no pensamento de Jorge Sampaio: a Intervenção Armada só em último caso deve ser encarada (é óbvio que fica por deslindar aquele "pequeníssimo" problema: quem define o que seja "o último caso"; esta "pequeníssima" questão já conduziu a guerras terríveis e ao assassínio de não poucos presidentes, nomeadamente norte-americanos).

EDGAR SILVA concretizou que a "proximidade" para ele significa estar amanhã na Setenave como já esteve nos estaleiros da Lisnave em Viana.

Nóvoa vangloriou-se de já ter dado 4 voltas a Portugal durante a sua campanha (sic!). Que a sua é uma campanha sem dependências. Que a nossa vida nacional não pode ser dominada pelo poder financeiro.

Na sua intervenção final, EDGAR SILVA sublinhou que a sua campanha se guia pela defesa dos interesses nacionais assinalados na Constituição, no incremento da capacidade de produzir riqueza e na sua distribuição tendencialmente equitativa.               

1 comentário:

  1. HISTÓRIA DE NATAL
    ou "De como o poder consegue travar a reacção das massas através do medo"

    Há muitos anos atrás a minha filha mais nova fez de "Menino Jesus" na festa da escola. Foi com enorme orgulho e encanto que observei como se comportava bem, muito quietinha, como não era seu hábito. Jazia nas palhinhas, observando tudo, com os seus olhinhos azuis a piscar. Quase não respirava,ao lado de José e Maria, tal era a convicção com que exercia a missão que lhe tinha sido dada. A minha alma de mãe e educadora reassegurou-se que a educação que lhe estava a dar era a certa e que os meus ensinamentos e exemplos já davam frutos, embora ainda se tratasse de uma criança de 3 anos.
    Logo que chegou a casa, enchi-a de mimos e louvores. O meu coração de mãe rejubilava.
    Foi então que ela disse:"O menino que fazia de José disse que se eu não estivesse quieta e calada me dava com a bengala na tola".
    Compreendi então tudo! Qual exemplo, conselho ou lição!
    Nada como o medo, para exercer o poder. Até um dia...

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