Reflexões do Leopardo

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segunda-feira, 29 de maio de 2017

A Dobradinha

Ontem, no belo estádio do  Jamor, na Tribuna dos notáveis, à direita do Luís Filipe Vieira, orgulhosamente mui contido, Sua Incelência o Chefe Costa , Sua Excelentíssima Excelência o Profe Martelo - que confidenciou a 2 milhões de portugueses continuar a fazer relatos mentais de futebol (confidência inestimável, pela qual somos gratos) - , o inolvidável Santana Lopes - sem as titis satanettes, pois elas foram o melhor dele mesmo - e um ror de oficiais-generais, todos tão medalhados que até fazia alembrar a Praça Vermelha do tempo dos Sovietes (que a Virge tenha em Sua santa guarda !).

A coisa começou por um luzidio desfile dos mais modernos caças da Força Aérea em vôos rasantes ao Jamor - só faltaram os submarinos do Portas dos bonés, mas não encontraram poça nenhuma onde os meter, apesar de avariados - e uma espécie de tapete voador electrónico que sobrevoou o estádio pilotado por uma arrojada criatura, tapete electrónico que deve passar a fazer concorrência à águia benfiquista.

Na grã "finale" , o plantel encarnado, liderado pelo seu "míster" Vitória, tudinho agarrado ao rebrilhante Caneco, foi cumprimentado, um a um, pelos notáveis da Tribuna. Ah, e cantou-se o hino nacional, todos de pé de punho no peito. Lindo, lindo !!...

O público do Clube "que é uma nação" e do Victória de Guimarães enchia o estádio, encharcado até aos ossos (pois, a chuva deu o seu contributo para o relevante evento caindo em bátegas cerradas) e não parou de urlar pelos seus com vulcões de alegria e de lágrimas perante as numerosas tentativas de sucesso, de insucesso, de supostos erros arbitrais. Igualmente comovente !...

Nada disto, tá claro, teve nada de Político, foi tudo só Koltura, apenas uma voz perversa nos meus interiores ( todos somos possuídos dentro de nós por um Mr Hyde ... ) estrilhava urros "Paspalhões !", "Paspalhões!" ( expressão cunhada pelo meu amigo João Monge ).

E como estas coisas não têm nada de Político, é tudo só Koltura, por acaso, à noite prantava-se o tal Paulinho dos bonés nos canais televisivos, mui bronzeado, mui íris azulínea, a garantir que não tinha emprestado a sua preciosa presença ao super-evento futebolístico porque não tinha intencionalmente querido, para marcar um vácuo ( ou um golo ). Ficamos nós, os alvos do Paulinho e dos "mírdias" TV , a ponderar se esta não constituirá uma pré-campanha do Bonés à Presidência da República Portuguesa...


 Resultado de imagem para fotos ou imagens do jogo de futebol no Jamor entre o Benfica e o Guimarães       Resultado de imagem para fotos ou imagens de Paulo Portas na TV

                                   Resultado de imagem para fotos ou imagens do estádio do Jamor


And that's all folks for today

do Leopardo     
  

sábado, 27 de maio de 2017

O Cinema é só cinema?...

Fui ver o filme "Heróis da Nação" - tradução pouco adequada para o título original "Their Finest" - , filme que recomendo vivamente pois transmite os bombardeamentos que, em 1940, a aviação da Wehrmacht realizava todos os dias, várias vezes, deixando cair sobre Londres toneladas e toneladas de bombas, abandonando a cidade e as regiões em seu redor em escombros, filme que, em simultâneo, mostra como se constrói um filme, o seu artesanato, as complexas relações entre a arte, a ideologia e a vida, ou seja, um filme que reflecte sobre a metalinguagem do ofício artístico.

A obra é uma produção britânica, de uma realizadora dinamarquesa, Lone Scherfig, onde avulta a sóbria e sucinta escola de representar inglesa, na qual cada alçar de sobrancelha, cada gesto vale por oratórias de vinte linhas. No esplêndido elenco de actores é justo pelo menos destacar Gemma Arterton, Sam ClaflinBill Nighy, Jeremy Irons.

A película, baseada numa encomenda real do Ministério da Guerra Britânico à indústria cinematográfica britânica ( toda ela ao serviço do "esforço de guerra" inglês ), narra-nos a estória da construção de um filme que visava levantar a moral do povo britânico, nomeadamente das mulheres ( horas e horas encerradas em fábricas a produzir munições para os "seus" soldados - pais, maridos, filhos a combater em partes incertas - ou a prestarem serviços de saúde em hospitais a estropiados recém-chegado da "frente" ). O filme deveria transmitir um "toque" feminino, agarrar uma atmosfera entre o drama, a comédia, o amor, mesmo  o lamechas, que fosse transversal à sociedade inglesa e lhe alimentasse a moral ( "acabem o filme, antes que "Eles" - os Alemães - acabem connosco" ).

Nas interessantes reflexões sobre a metalinguagem artística ( no caso em questão a cinematográfica ) cruzam-se afirmações como : "os factos reais são uma coisa, os factos artísticos outra, não deixe que se confundam ou atrapalhem uns aos outros" ; um herói militar não resulta necessariamente um actor "herói" convincente, e um actor que representa bem o "herói" no 'plateaux' não é necessariamente um herói na vida real... "and so on" ... ).

Posto isto, e recomendando-Vos vivamente, de novo, que vejam "Their Finest" , não me peçam que confunda o filme com a vida, que morra de amores pelos líderes britânicos e, ainda menos, pelos "gauleiteres", "sub-gauleiters" e "sub-sub-gauleiters tedescos.  



                                  Resultado de imagem para cartaz ou imagens do filme "Heróis da Nação"


Abraços confiantes na luta colectiva, organizada, democraticamente debatida,

do Leopardo   

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Populismos de 1ª,2ª e 3ª Divisão

O senhor Emmanuel Macron ganhou as eleições para a Presidência da França a Marine Le Pen  , rosto a descoberto do neonazismo em França. Macron roubou à Le Pen a vitória, que os "mírdia" garantiam como  quase certa, com 65,1 % dos votos expressos contra 34,9 % .
No palanfrório hagiográfico das wikipédias consultáveis o sr. Macron é possuidor de todas as virtudes imagináveis - leitor infatigável dos clássicos franceses, dotes inegáveis de escritor brilhante, amante das artes de Talma, capacidades de improvisador geniais que levam Alain Minc - um gestor das imagens de notáveis com bagalhuço gordo suficiente para lhe pagar os serviços - a defini-lo como "um gato que cai sempre com as patas no solo, atire-se ao ar com se atirar".
Dons que são acompanhados de uns 39 aninhos com uma figura de galã cinematográfico, tudo enrolado num romance de revista cor-de-rosa com uma mulher, Brigitte Trongneux, 24 anos mais velha que o "garçon", ex-professora de teatro na escola privada jesuíta de Amiens , onde se conheceram (o "garçon" com 15 anos, a professora com 39), até se casarem 3 anos após, em Paris (o que implicou que Trongneux se divorciasse de um marido e 3 filhos), com a estrela Macron a cursar Filosofia em Nanterre (Universidade que goza da fama de ser de Esquerda), posteriormente graduado mestre em Políticas Públicas, na Escola Nacional de Administração. Em toda a hagiografia construída em torno de Macron a estória de amor cor-de-rosa é o que respira um ar mais próximo do real.
De facto, o eternamente jovem Macron foi um afilhado e protegido de François Hollande (ex-presidente da França e secretário-geral do PS "françiú", um dos partidos socialistas do espectro europeu mais desacreditado pelo seu revisionismo), foi seu ministro da Economia até Agosto de 2016, sendo simultaneamente sócio do Banco Rothschild  a partir de 2004 ( em quantos filmes políticos da cinematografia portuguesa encontrámos nós já esta promiscuidade entre o público e o privado ?!... ).
Entretantos, em Abril de 2016, o "garçon" Macron lançou de supetão um novo movimento político, "En Marche!", palrando que não era um grupo de esquerda nem de direita e deixando numa nebulosa vaga qual o seu programa ou ideário, forjando slogans tão "rigorosos" como : "esse movimento é o que fazemos dele".
Na realidade apela sobretudo a centristas de esquerda e de direita, promete a "tolerância zero" para o crime e o terrorismo (tem no pano de fundo da sua mente a campanha de Barac Obama), quer reduzir o imposto sobre as empresas ( de 33,3 % para 25% ) e não custa um chavo financeiro ou ideológico integrar o "En Marche!", pois não implica pagar qualquer quota ou abandonar partidos políticos já perfilhados (é claro que também estas "iluminações" já foram adoptadas e adaptadas ao rectângulo luso e Ilhas), o que explica o crescimento em cogumelos do "En Marche!": 200.000 inscritos que marcham sem saberem para onde!
Os críticos do "programa" de Macron ironizam afirmando que "ele é favor de tudo e contra tudo" ( é igualmente óbvio que no rectângulo nacional e Ilhas Sua Excelência o profe Martelo se orienta por uma bússola semelhante ). E Marine Le Pen numa das raras tiradas da sua campanha com humor, interrompeu o galã cinematográfico para lhe observar: "estou aqui a ouvi-lo há 7 minutos e meio tentando fazer uma síntese das suas ideias, porém não consigo porque elas são o vácuo absoluto".   
As relações do "garçon" Macron com a maioria dos Sindicatos é conflituosa, pois os sindicalistas ( a maioria, dado que em França também existem uns Silvas... ) opõem-se fortemente à flexibilização do mercado de trabalho (isto é, aos Contratos Colectivos de Trabalho) e à ampliação da carga horária dos trabalhadores.
Resumindo, o "garçon" Macron ( sempre representado pelos "mírdias" como um filho das classes laboriosas francesas, o que é falso, pois os seus pais eram dois médicos neurologistas distintos da cidade de Amiens ... ) promete virar uma página da História francesa e da História europeia. Um revigorado Astérix, alimentado por umas poções mágicas de caldeirões do Grande Capital de proveniência ainda incerta...
É transparente que enfrenta dificuldades dentro do Parlamento francês, onde não dispõe de nenhuma maioria parlamentar: como irá juntar, em uniões de circunstância e transitórias, gaulistas de extrema-direita, socialistas e republicanos suaves, a grupos minoritários mais à esquerda? "On verrà..."    
Contudo, a primeira viagem do "garçon" Emmanuel Macron é premonitória: vai a Berlim encontrar-se com a "gauleiter" chanceler Angela Merkel e com o ministro das Finanças Schäuble no sentido de afinar o revigoramento do €uro e da Europa dos "bosses" (e das bossas) .

Devo confessar que estes meus alertas para populismos europeus de alto coturno, foram desencadeadas pela dona Fátima Rolo Duarte, mana e enlevo de Pedro Rolo Duarte, o cujo qual partilha o programa radiofónico "Hotel Babilónia" com o monárquico João Gobern, programa que nos oferece a oportunidade de confrontar um reaccionáriozeco/psd da 2ª ou 3ª Divisão - o PRDuarte - com um monárquico (de cujas concepções políticas estou longe) inegavelmente culto, profundo conhecedor dos meios da Ópera e da música, o João Gobern, cujas opiniões melómanas certas feitas, eu, Leopardo, subscreveria.
A dona FátimaRD só é vista como um génio multifacetado pelo mano, pois nem os 3 Pastorinhos, a Virgem ou o Santo Padre possuem condão suficiente para a elevar da 3ª ou 2ª Divisão onde vegeta (e bem !) para uma Divisão mais honorável.

Mas o narcisismo da dona Fátima  ( o narcisismo é transversal às classes sociais ! ) - que irrompeu de súbito na minha "pantalha" facebookiana - teve o mérito de desencadear na minha mente uma cadeia neuronal surrealizante na qual vejo claramente visto com a visão da Efabulação:

- o João Gobern a desenvolver um "Hotel Babilónia" com  colaboração da fala aos tropeções do Don Duarte Nuno, alvo das pilhérias dos alunos do Colégio Militar; talvez com o Don Duarte a ensaiar uns passos de ballet em pontas, depois de devidamente incentivado pelo João Gobern; 

 - Sua Incelência, o profe Martelo, a telefonar de urgência, por uma linha vermelha, para a gauleiter Merkel e para o sub-chefe das Finanças europeias, herr Schäuble, a pedir uma reunião de urgência : afinal a dívida pública portuguesa não é de 1,76, mas de 1,75.9 e, de caminho, se não poderiam tirar umas "selfie's", todos muito "smiles", muito abraçadinhos e aos beijinhos, porque o futuro é do Amor entre as classes sociais hoje antagónicas;

- Sua Incelência, o dono do Martelo, desdobrando-se numa actividade insana, a convocar igualmente de urgência os presidentes e os "místeres" dos Águias, dos Dragões, dos Leões, dos Bracarenses, dos Vimaranenses, para um gigantesco convívio inter-clubes, associado a uma gala de cantores onde aparecessem notáveis como o Tony Carreira & Filhos, a Maria José Valério (toda de verde estriada), a Elisabete de Matos (que o valor não reconhece fronteiras elitistas), o Camané (do fado profundo), a Mariza (da canção em rejuvenescimento), a Dulce Pontes (que canta o que for preciso), a Maria João (diva-soprano do jazz por mais louco que pareça), etc, etc, agregando no mesmo abraço o pimba  e o óptimo, porque o futuro pertence à confusão populista.

- o Sub-Chefe Costa, mais contido, todavia sempre esfuziante de uma confiança oleosa, a garantir que a "Geringonça" avança, devagar mas seguramente, e que vai mesmo passar a deslocar-se dentro do País de "tuc-tuc", levando apenas como segurança o "Macaco", jogador do Canelas Clube, devidamente açaimado e super-visionado por 3 gorilas da Segurança, armados com "tazer's" e carabinas para elefantes.

Na minha mente surrealizante atropelavam-se ainda ideias para novas Quintas dos Segredos e das Taradices Sechuais , orquestradas pela avósinha "countrie" dona Tareja Guilherme, quintas a serem visitadas com regularidade por notabilidades da nossa praça como Lili Caneças, o trans-sexual Castelo Branco, a milionária Betty do trans-sexual, o Marco dos pontapés, o algarvio Três Beiças, campeão de olimpíadas orgiásticas. 
Atempadamente, o meu bom senso aconselhou-me a parar, tendo em conta a honorabilidade do blogue.


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                                        Resultado de imagem para fotos ou imagens do Papa em Fátima

 Assim sendo as cousas

desejo-Vos bons sonhos

dos da 1ª Divisão

O Leopardo      

sábado, 20 de maio de 2017

Campus de honra, campus de desonra

A nível mundial as posturas políticas-sociais-culturais extremaram-se: metade do planeta "speaka" uma algarviada derivada do "cowboy", fundida com um militarismo nuclear e uma arrogância ideológica neonazi de quem é dono de tudo o que é mutável em ouro e acções financeiras guardadas em cofres-fortes incógnitos ; a outra metade do planeta palra uma algarviada onde se atropelam o russo, o chinês, o hindú, o espanhol de vários matizes, frangalhos do inglês britânico, mais ou menos cosidos com uma posição política a apelar à Paz (embora com uma panóplia nuclear mal disfarçada nas sovaqueiras diplomáticas) e uma ideologia onde confluem alegremente o cooperativismo, a solidariedade e o populismo.

Obviamente  a Administração dos "States" (a real, os donos do Grande Capital, não a que figura nos cardápios das câmaras parlamentares e do Senado)avalia que carregou ostensivamente a fundo no acelerador das suas intenções de domínio mundial ao apostar num Trump assumidamente neonazi e com uma segunda alma machista e de palhaço de feira. Os bosses do Grande Capital  já deram ordens ao Trampas para recuar, preparar uma possível demissão. O Presidente-clown já começa a chilrear que se soubesse que o cargo era tão chato não se tinha candidatado. Nem tempo arranja para se distrair com umas loiras de Leste.
Entretanto a agenda das suas próximas reuniões políticas é sintomática e assustadora: Israel sionista, a Turquia de Erdogan, a Arábia Saudita nas mão da família Saudi faz décadas, a qual é detentora oficial de um dos petróleos mais caros da Terra, pois a sua nafta quase não precisa de ser refinada.

Pode acontecer que Sua Excelência Excelentíssima, o Profe Martelo se encontre com o Tampasjustamente na Arábia Saudita para a qual Sua Excelência se dirige a tratar de negócios, mais exactamente a vender aos sauditas acções, muitas acções, a preços de saldos, nas grandes empresas públicas portuguesas.  Talvez o Excelentíssimo encontre ocasião de tirar umas "selfie's" abraçado ao Tampas "naquele abraço".

Este campus que desenhei mui simbolicamente é o campus da desonra, sem futuro.

No outro campus, sem titubeio, está a Assembleia da República Portuguesa ao receber e prestar homenagem a Salvador Sobral e a sua irmã Luísa Sobral, vencedores do Festival da Eurovisão deste ano ( quaisquer que tenham sido os pensamentos subterrâneos das bancadas do psd e do cds/pópó ) . Ao honrá-los a AR honrou-se a si própria, dado que a vitória dos dois irmãos, por muito efémera que pareça, fez mais pela cultura lusa do que não sei quantas teses de doutoramento arrumadas nas prateleiras, ou teses em curso ou pelos populismos enjorcados à pressa por Rui Tavares ou dona Cristas .
Os manos Sobral construíram, em artesanato, uma bela canção, num português sem atropelos, contrariando todas as lógicas festivaleiras e restituíram à Nação lusa um orgulho pátrio do qual ela poucas vezes se recorda. E tudo isto é já imenso. Para além de que o fizeram numa atitude de modéstia exemplar muito pouco cultivada hodiernamente. E esta atitude genuína não é um pormenor...

Como não quero manchar esta edição do blogue com mais críticas afiadas do que aquelas que ela contém, não me referirei ao "futebolês" nacional ( ou deveria dizer nacio-anal?!... ), apesar de que o "futebolês" representa um papel indissociável do Desporto e, portanto, da Cultura dominante. A honra e a desonra jogam-se em campus variegados.


Resultado de imagem para fotos ou imagens de Donald Trump Resultado de imagem para fotos ou imagens da família Saudi 


                                                  

Abraços confiantes do

Leopardo