Reflexões do Leopardo

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domingo, 31 de janeiro de 2016

Hotel Babilónia


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Confesso que só ouço o "Hotel Babilónia" aos Sábados de manhã, na Antena 1 da RDP, porque lá está o locutor João Gobern.  Sim, na foto é o maior, tanto na figura física como na moral.
 Não nos situamos no mesmo quadrante político - monárquico, ele, comunista, eu - com opiniões, opções ideológicas, posturas sociais bastas vezes diversas, considero contudo que as nossas escolhas muitas vezes convergem e considero ainda que naquilo em que diverge de mim é um homem sério. (João Gobern - se me permite que o trate assim - ainda me há-de explicar qual o representante da Causa Monárquica pelo qual se sente representado. O Don Duarte Nuno, que era alvo de chacota no Colégio Militar pelo "brilho" inocultável do seu QI, ou algum ramo bastardo do defunto rei D.Carlos escondido algures nas circunvoluções europeias?)

Todavia, o João Gobern e eu coincidimos nalguns afectos: na paixão pela Ópera - já nos cruzamos diversas voltas no São Carlos - ; na tiffosísse pelo clube português com mais admiradores - ele, pelo lado do futebol, eu, pelo lado do judo, do râguebi, do box, do ciclismo.

Por todas estas razões - porque o julgo sério, com um gosto cultural e desportivo apurado, por esta imaginária amizade virtual da minha parte - sinto-me na obrigação ética de tecer alguns comentários aos seus comentários de hoje.
O João Gobern iniciou, com o meu total entusiasmo, afirmando que a candidatura do Tino de Rãs é o sinal bem evidente do nível de degradação a que desceu a atmosfera política portuguesa.
Se o João Gobern me permite o Tininho das Arrãs consegue a proeza maior de ser pior que o Tiririca, palhaço profissional brasileiro, que concorreu às presidenciais no Brasil sob o lema "Vote no Tiririca, pior não fica".

Seguidamente, João Gobern criticou a vacuidade do discurso eleitoral de Marcelo, que facilitou vacuidades e contradições de outros candidatos, no que continuamos de acordo.
Criticou os vários tiros nos pés da candidata Maria de Belém com o acordo de todo o País (exceptuando duas dúzias de amigoches, que estão mais calados que ratos).

Gabou Sampaio da Nóvoa, talvez por lapso exagerando a simpatia e chamando-lhe "o nosso".
Não sendo Nóvoa o meu candidato, também não é por aqui que nos zangamos, pois considero Nóvoa (que conheci academicamente de perto) um homem com diminuta experiência da política e da população, mas um homem bem intencionado, estudioso, com propósitos sérios.

João Gobern criticou a inadmissível política do Estado dinamarquês de barrar a entrada aos refugiados da guerra, ainda por cima roubando-lhe (não existe outro termo mais adequado) os seus parcos haveres ( e, desculpe lá João Gobern, mas o facto hipotético, futuro, de alguns refugiados não se virem a portar bem, justifica as portas fechadas e os roubos? Os franceses reaccionários alegaram o mesmo a propósito dos emigrantes portugueses nas décadas de cinquenta e sessenta!)

Agora, João Gobern, aquela de cair na esparrela de alfinetar o Jerónimo de Sousa por causa do "engraçadinha", supostamente dirigido à Marisa ( ou como os "mírdia" deturparam), quando era evidente que o secretário-geral do PCP estava a afirmar que Edgar Silva não tinha sido escolhido pela sua fotogenia, mas pelo seu historial de vida e político, pelas suas qualidades de convicção, essa afirmação e raciocínio está abaixo de si, João Gobern. Ainda por demais, arrematado com "a Marisa deu um banho de bola e o PCP diz que ganhou".
João Gobern usou expressões do futebol muito engraçadinhas, mas que não correspondem à verdade dos factos. O primeiro truque ilusionista do João Gobern foi fazer com que a candidatura do Edgar Silva, deixasse de ser do militante comunista em acção e passasse a ser do PCP. A segunda pomba que o João Gobern fez voar da cartola, foi afirmar o contrário do que o PCP declarou logo na noite dos resultados eleitorais: "os resultados obtidos pelo candidato Edgar Silva situavam-se muito aquém do empenhamento e entusiasmo tanto do camarada Edgar como do apoio do PCP.

Quanto a Pedro Rolo Duarte o que há a comentar? Nada! O que se pode comentar de um comentadeiro que cantarola que Marcelo pronunciou um belíssimo discurso triunfal "novo", introduzindo um espírito "transversal" de pacificação na Nação (quiçá no planeta!).
Afirmações sobre um vencedor que arrancou uma maioria a 46% dos votantes, com um discurso semelhante ao que mantem há 40 anos nos generosos (para ele) "mírdia"!
Para o Rolo Duarte paz à sua alma, porque está está morto e não deu por isso. 

Saudações amistosas para todos e também ou sobretudo para João Gobern 

O Leopardo (de garras recolhidas)       
     







sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

5º Dia de Nojo, uma Cara Não-Laroca e Pérolas Avulsas




A minha reflexão crítica de hoje é sobretudo suscitado por Elísio Alexandre Soares dos Santos, mais conhecido nos "trocaderos" como Alexandre Soares dos Santos, até mui recentemente Presidente do Conselho de Administração do Grupo Jerónimo Martins.
O Alexandre Soares dos Santos nasceu no Porto, em Setembro de 1935 (portanto contabiliza 80 verrinosos anos), estudou no Colégio Almeida Garrett (no Porto), frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, casou com Maria Teresa Canas Mendes da Silveira e Castro a 28.Dezembro.1957, na igreja da Madre de Deus, em Lisboa.

Segundo a Agência Forbes, AlexandreSS averba um património líquido avaliado em 2,2 mil milhões de USDólares, o que o coloca na lista dos homens mais ricos da Europa e o segundo homem português mais rico.

O que se explica sabendo que o Grupo Jerónimo Martins congrega na sua nebulosa a Fima Lever Portuguesa, os Gelados Olá, os Supermercados Pingo Doce, a Cash & Carry, a Recheio, as Águas de Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, os Azeites Gallo.

Outros grupos económicos já o acusaram de fazer vendas fraudulentas - vender alguns produtos, durante um certo período de tempo, abaixo do preço de custo - com o objectivo óbvio de ferir a concorrência e contra a legislação nacional e internacional. 

Numa manobra da qual se entende a intenção, em 2009, Soares dos Santos afivelou uma máscara nacionalista e fundou a Fundação Francisco Manuel dos Santos, nome do avô materno e tio-avô da mulher (logo, sua prima direita). A Fundação Francisco Manuel dos Santos gere o portal "Pordata" que reúne uma colecção de datas históricas decerto seleccionadas com as concepções "nacionalistas" de AlexandreSS.

Ora, o curioso da coisa é que o "nacionalista" Soares dos Santos resolve os assuntos da sua carga fiscal através de registo na Holanda, lesando, por consequência, o Estado Português!

Todavia, como a um vero Soares dos Santos descaramento nunca falha, AlexandreSS acusou anteontem António Costa de "andar a comprar o eleitorado com a política da esquerda radical" e propôs mais poderes para o seu PR Marcelo Rebelo de Sousa.

Estas asserções merecem comentário. Juntar o PCP e o BE debaixo da mesma bandeira de "esquerda radical" é altamente elogioso - e imerecido - para o BE. Que Soares dos Santos, verde de inveja, acuse A.Costa de "comprar o eleitorado" é também imerecido, mas percebe-se que Soares dos Santos preferia ser ele a fazê-lo.

Nas "pérolas" regurgitadas hoje na AR, em plena discussão do OE, não pode ser perdido que António Costa chamou vezes consecutivas "senhor primeiro-ministro" e "senhor presidente" a Passos Coelho, em lapsos que traduzem a sua insegurança no novo cargo.

Por seu turno, depois de A.Costa o ter acusado de ter enganado o eleitorado, Passos Coelho - naquela sua voz mui pausada de quem está a tentar perceber o que está a dizer - afirma que "uma coisa é o que se diz e outra o que se faz"!
Em minha humilde opinião, este desabafo de alma de Passos Coelho devia ser inscrito, recolhido, aconchegado no Livro de Ouro dos Disparates da Assembleia da República.

E como me pediram que explicasse a minha proposta de ontem de como poderia Assunção Cristas contribuir para o aumento da natalidade da população angolana caso Angola aceitasse a sua devolução, eu troco por miúdos.
Assunção Cristas é uma católica praticante (segundo afirma) ultra-ortodoxa, avessa a qualquer sombra de Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), adepta furiosa de que a natureza sexual humana seja guiada exclusivamente pelos desígnios de Deus, condenando decerto de rajada os preservativos e os diafragmas, talvez nem sequer aceitando os preceitos extremamente falíveis do método Aginomoto, é conjecturável que a sua descendência possa ultrapassar os actuais 4 filhos, e com este exemplo vindo tão do Alto, mais as aulas magistrais da doutora, a população angola trepe e atrepe.

Saudações Amistosas (de garras recolhidas) do

Leopardo   

      


                                

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Nojo, Carinhas Larocas, Cristas e Lutas


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Tenho discutido com um amigo meu se Maria Flor Pedroso é, ou não, uma locutora e "pivôt" dos "mírdia" relativamente isenta.



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Ora, hoje, 28 de Janeiro de 2016, na RDP , Antena 1, Flor Pedroso interrogava Marisa Matias sobre as afirmações, supostamente desprimorosas, mesmo machistas, nas quais Jerónimo de Sousa aludiria à eventualidade do BE ter escolhido Marisa por esta possuir uma figura fotogénica.
Como era óbvio, o que o secretário-geral do PCP pretendia significar era que a escolha e o apoio do Partido ao camarada Edgar Silva se baseava não nas capacidades fotogénicas de Edgar, mas no seu historial de militante e nas suas capacidades de convicção para transmitir as orientações principais da campanha (isto em resposta a pergunta jornalística sobre se Edgar Silva teria sido um bom "emblema" para a campanha).
Porém, Flor Pedroso, porque torna e porque deixa, mais desprimoroso para cima, mais machista para baixo,  esfuruncava em torno da substanciosa matéria.
Poderíamos até conjecturar - dado que Maria de Belém confessou que pretendentes nunca lhe faltaram, apesar de baixota - se Jerónimo de Sousa não estaria a dar uma alfinetada na extrema-direita do PS, pequenina mas tesa.

E desta matéria a Flor Pedroso saltou para "as subvenções vitalícias" - com as quais o PCP nunca concordou, contra as quais apresentou mais de uma vez propostas legislativas derrotadas na AR e em Câmara Municipal ; e das quais o BE se tem distanciado e tem recusado. Todavia, Flor Pedroso, invocando diferenças pontuais nas posturas do PCP e do BE, chafurdou na questão, quase parecendo que as "subvenções vitalícias" tinham sido uma criação destes dois partidos e não um parto legislativo dos partidos do "arco da governação".

Podemos, portanto, concluir que com jornalistas "isentas" como Flor, a Direita pode dispensar "pivôt's" claramente pagos à peça, e ao pé de "flores" destas os asfódelos (flores do cemitérios) possuem um aroma agradável      


É um facto que os desastres ocorrem frequentemente em cadeia e os tempos que vivemos serão decerto prova disso.
Também hoje, Maria da Assunção Oliveira Cristas Machado da Graça, publicamente conhecida por Assunção Cristas, aproveitou a maré para assumir que se candidata à Presidência (não podia ser abaixo de Presidenta) do CDS-PP (posto que Portas se demitiu e a Cristas negociou com o Nuno Melo que ele não se candidataria a Presidente).

Após este edital sonoro, de uma transcendência ímpar para os destinos do País, que o partido-táxi, em cada curva mais contraído, vai ter uma Presidenta, a candidata quase-presidenta aproveitou a embalagem para levantar a Crista e, a despropósito, cantar "urbi et orbi" que ganhou Marcelo, ganhou o melhor.

Sabido o que a candidata quase-presidenta destruiu na Agricultura e nas Pescas Portuguesas enquanto ministra (entre 2011 e 2015), sabido que nasceu em Luanda (28.Setembro.1974), que é jurista, professora, católica praticante, mãe de 4 filhos (porventura de mais vindouros!) poderá ser sensato propor a sua devolução a Angola, a título da sua experiência, como uma contribuição portuguesa para a natalidade angolana... a troco... a troco de uma caixa de castanha-caju picante ou salgada... ou a troco de coisíssima nenhuma, como uma oferta portuguesa graciosa.


Sapatadas (de garras recolhidas) do Leopardo     






quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Terceiro dia de Nojo e de Luta


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Pensava eu que teria hoje direito a um abendiçoado descanso (e o daria também aos meus leitores) quando, eis senão ouço na RDP, Antena 1, que o José Milhazes está a editar um livro sobre as relações históricas entre Portugal e a Rússia, e porque torna e porque deixa, dedilha o Milhazes que "a Rússia não se consegue integrar na Europa" . Alto lá e pára o baile, isto não se pode sofrer sem desagravo.
Sabem quem é o Zé Milhazes?... Ao menos já ouviram falar?... Rezam as crónicas wikipédicas que a criatura nasceu na Póvoa do Varzim (os poveiros não são culpados do facto !) em 1958, andando a estudar na Ordem Missionária dos Combonianos (pensava seguir a carreira eclesiástica) e terminando o ensino secundário no liceu Eça de Queirós (também não tens culpa, Eça!). Em 1977 partiu para a URSS a fim de cursar História da Rússia, estudando na Universidade Estatal de Moscovo. Formou-se em 1983, constituiu família e ficou a residir na URSS, traduzindo obras clássicas da ficção russa - como Tolstoi, Turgueniev - e obras políticas de Brejnev, Andropov, Chernenko, Gorbachov.

Milhazes escreveu a sua primeira crónica para a TSF em 1988 e no ano seguinte torna-se o correspondente do "Público" em Moscovo. Hoje, o Zé é correspondente da Agência Lusa, da SIC e da RDP. E foi condecorado com a Ordem de Mérito não sei por qual dos países.

Perante esta carreira de sucesso estonteante, então onde reside o problema?, perguntarão os meus pacientes leitores. O problema reside na mais que provável ideia que os Russos farão dos Portugueses através da voz ou dos escritos do Milhazes (se é que a suas safras não se destinam todas para exportar). Se o tipo, com 58 anos de vida, fala tão mal russo como fala português, se pensa tão mal em russo como pensa em português, então temos um problema de representatividade nacional sério, mesmo um pouco obsceno, pois a imagem do Zé Milhazes - entre o "pope" ortodoxo eslavo e o agente secreto russo do tempo dos czares - não é a de um "grunho", é a de um super-grunho, um tijolo de argúcia imóvel, um arquétipo de todos os grunhos possíveis, um daqueles que come criancinhas mesmo sem injecção atrás da orelha.
O Carlos Fino, que o antecedeu no cargo de aríete contra a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e as concepções socialistas e comunistas, era um senhor "fino" (como o nome indica), comedido no veneno que ia instilando.

Portanto estão avisados, se comprarem o livro do Milhazes entram num dédalo que Vos deixará confusões inextricáveis e mossas na inteligência que levarão o seu tempo a sarar. Olhem, talvez seja menos atentatório da cultura e do bom gosto comprarem um disco do Toni Carreira ou dos seus filhos... e menos ofensivos para o olhar.

Sapatadas amigáveis do Leopardo 

  

 
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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Segundo dia de Nojo e de Luto


Resultado de imagem para fotos ou imagens de Paulo Portas   Como é possível a um mero leopardo reflexivo começar a escrever sem cólera quando a primeira empertigada voz que ouve na Antena 1, Rádio Pública, é a do grunho que dá pelo nome de Paulo Portas, mas que é mais conhecido pelo Paulinho dos bonés ou das feiras, perorando de cátedra que a vitória do vencedor Marcelo teria ainda sido mais marcante não fora o recente divórcio do CDS do PSD, e não fora o seu recentíssimo afastamento da liderança do seu partido (modéstias à parte !). Quantos furos teria trepado o CDS?!... E, com ele, o PSD?!... (Quiçá, quanto teria baixado a abstenção...).

Não sei o que mais me maravilha. Se o descaramento da criatura. Se o empertigado da voz sem sombra de pecado. Se a descolagem absoluta da realidade para um mundo imaginário. Como é que o principal, ou único líder, de um partido-táxi - que troca de faixas, sem nunca trocar de direcção - se arroga o desplante de se auto-figurar como o salvador da pátria, quando, integrado na coligação PÁF, foi precisamente um dos impulsionadores da liquidação de uma Nação milenária e de uma Pátria com oito centenas e meia de séculos !...                            Abrindo atrevimento moral para vozes a pronunciarem-se que melhor estaríamos com uma Espanha castelhana à Rajoy ou à Juan Carlos.
Não é possível pôr de lado que o pequeno Portas foi ministro da Defesa, chefe das FA's, ele que se cumpriu serviço militar foi nos serviços administrativos, e numas FA's que permanecem profundamente machistas e não perdoam sem troça nem gracejos pesados, a indivíduos que têm o tipo de opções erotico-afectivas que lhe são notórias (ainda que nós, pessoalmente, rejeitemos o machismo). É fácil de imaginar os gracejos que percorriam as fileiras das tropas em parada quando lhe faziam o "ombro arma !" Para já não falar das negociatas de milhões e traquibérnias envoltas nos tristemente famosos submarinos provindos da sucata alemã.


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                                                                                                                                                           Bom, ainda não refeitos da maravalha Portas somos assaltados pela tonitruância de Alberto João Jardim, o ditador que conseguiu, chantageando o "coutinente" com o fantasma da saída do arquipélago da Pátria e a sua aliança aos EUA (foi o principal líder da FLAMA, que perpetrou atentados terroristas, nomeadamente à bomba, entre 1975 e 1978 , que o espírito do 25 de Abril permanecesse contido e não alastrasse pelas ilhas da Madeira e Santa Maria.
O apalhaçado Jardim, que dança travestido de baiana nos carnavais funchalenses, conhecido na Madeira anterior ao 25 de Abril por "Joãozinho", foi enfim despejado do cargo de  presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira que exercia no arquipélago das duas ilhas, e tudo indica estar resolvido a assentar arraiais no "coutinente", brindando-o com o seu estilaço e reaccionarismo.
Confesso que mal percebi o que esperrichava o trauliteiro: qualquer parvoeira sobre a justeza da vitória do profe Martelo, certamente embrulhada nuns conselhos seus pessoalíssimos. Para uma manhã de sol, já basta!

A única coisa que teve de menos péssimo o não ser necessário uma segunda volta para as presidenciais, é eu, pessoalmente, não ter que trabalhar como delegado de EDGAR SILVA - o que realizei com muita honra - com aquela miserável equipa de jovens, na casa dos trinta, educada na ideologia salazarenta da simulação. As duas mais velhas "profissões" do mundo humano - a espionagem e a prostituição - nunca foram realmente profissões, mas formas de sobrevivência ou de subsistência.
     

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016


Resultado de imagem para fotos ou imagens de laços de luto  O País deveria cumprir uma semana, pelo menos, de luto nacional, com uma paragem simbólica de um minuto a meio da jornada de trabalho.
Ontem, de facto, 48,8% dos votantes (abstiveram-se 51,8 %  dos cidadãos/ãs com direito a voto) impuseram aos restantes um PR à revelia do que tinha sucedido antes.
Recapitulando, em Outubro de 2015, os votantes elegeram uma AR com uma composição que retirou a maioria à coligação PSD/CDS - posteriormente PÁF - possibilitando a formação de um Governo PS com uma participação do BE e eventuais acordos pontuais do PCP, dos Verdes e da ID. Novo Governo que foi efectivamente empossado com a maior resistência e atraso que a lei lhe permitiu pelo presidente em exercício Cavaco Silva (presidente que o triqui-triqui nacional afirmava enfermo de Alzheimer, o que explicava os seus desmaios frequentes e a presença de garda-costas possantes para o susterem nas quedas). 
Portanto, o País votante (com uma percentagem de abstenções a aproximar-se dos 60%) recusava a política liquidacionista, anti-patriótica e anti-nacionalista da PÁF e dava indicações fortes sobre uma postura política nova em relação aos Bancos, às evasões e fraudes fiscais, às fugas de capitais, à corrupção, ao desemprego, à instabilidade no trabalho, à miséria e à fuga da juventude (em regra, a mais qualificada profissionalmente) para o estrangeiro.
Ora, ontem, o país votante votou contra o que votara há 3 meses atrás e elegeu Marcelo Rebelo de Sousa que, de há 30 anos para cá, sempre deu todas as provas de ser um "yes man" do PSD, que muda de opinião e de postura da manhã para a tarde, para além de um inocultável vezo para a palhaçada que o leva a filmar-se cortando o cabelo a uma cabeleireira ou mergulhando nas águas do Tejo pretendendo convencer que estão impolutas.                     Isto, sem entrarmos em linha de conta com o seu passado de homem jovem, afilhado de Marcello Caetano, passado que, por exemplo, o protegeu de fazer o serviço militar (na época em que Portugal combatia pela posse das colónias - Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde).                                                                                                                                                                   Assim, é muitíssimo mais que provável que, dentro de pouco tempo, tenhamos um PR a fazer contra-vapor ao Governo e à AR, evidentemente com uma argumentação mui variegada e em mutação constante.                                                                                                                                                                                                                                                                                       Para além disto, e tristíssimo sintoma dos tempos que vivemos, eu que estive practicoconcretamente (expressão respigada a Lobo Antunes) numa mesa de voto como delegado da candidatura de EDGAR SILVA (o candidato sistematicamente maltratado pelos "mírdia"), o que mais me chocou foi o clima de ocultação partidário-presidencial que os elementos constituintes da mesa alimentaram. Tanto mais que, excepto em 2 casos, eram todos jovens. Para todos os que viveram o fascismo salazarento e o combateram desde a adolescência (compreendendo apenas uma parte do que ele significava) este clima de ocultação e silenciamento fala por si.
Portantos, a luta continua com uma incomensurável confiança !
O Leopardo  


                                                             

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Segunda parte do último debate em directo "Todos Contra Todos" na RTP 1, a 19.Janeiro.2016


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Já expliquei que a minha gripe e a extensão da notas registadas me impediram de reflectir sobre a totalidade do frente a frente de uma só vez . Inclusivamente peço desculpa a Sampaio da Nóvoa por aparecer ao lado de candidatos que não estão ao seu nível moral nem de probidade de intuitos.



O candidato Vitorino da Silva, ou Tino das Rãs ou Tininho das Arrãs, conforme prefere chamar-se segundo a hora, o local, o público ou o humor do momento, encabeçou o painel da sua campanha com o bombástico "Todos os seres humanos deviam ter asas" ( E riu-se... Ri-se muito.).
Depois da bomba eleitoral com asas, Tino, ligeiramente menos risonho, acrescentou que os reformados não devem trabalhar mais de 35 horas, porém, para os outros admite 35 ou 40 horas (deixa assim mais ou menos claro - porque com ele nada é nunca inteiramente claro ! - que os reformados continuarão a trabalhar, e que os trabalhadores da função pública e das empresas privadas não são contemplados).
E larga uma nova bomba eleitoral (que mergulha os outros candidatos e os pivôt's do frente na grande perplexidade): "Economicamente é preciso explicar o que é o zero!" (sic!)
Esta bomba termonuclear eleitoral fica envolta no mistério dos intrincados matemáticos.

E Tininho das Arrãs desce às raízes genealógicas da sua família: "Sou filho e neto de emigrantes. A minha família começou a emigrar no fim do século XIX, logo sei melhor que nenhum outro candidato o que é que os portugueses que estão lá fora pensam, e tenho uma experiência internacional de gerações. E os portugueses no estrangeiro abstêm-se, não votam. Ora conta tanto um voto em Bruxelas como em Rãs. (Involuntariamente, Tino deixa perceber que o problema dele é caçar votos).
E Tino adianta-se: "O PR tem que saber relacionar-se com a Europa (obviamente está implícita uma vantagem da sua parte que lhe deve vir da árvore genealógica...). Portugal deve ser mais reivindicativo em Bruxelas. No dia em que for eleito o povo português vai deixar de ser roubado ! (modéstias à parte, graças ao músculo reivindicativo do Tininho.)

Resumindo e arquivando, o candidato Vitorino da Silva pratica um populismo oco, sem sombra de moral e de vergonha, que cativará eleitores da sua região e cidadãos/ãs tão desiludidos com as políticas do PS, PSD, CDS que poderão ser atraídos pela oportunidade de ter um palhaço na Presidência.


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O candidato Jorge Sequeira afirma-se independente. Licenciou-se em psicologia na Universidade do Porto, estagiou no Hospital Psiquiátrico de Bromham, em Inglatera. É professor universitário, orador motivacional (as suas afirmações subsequentes ajudarão a tentar perceber o que isto seja). Diz-se investigador. Exerceu funções em vários programas europeus, entre os quais destaca o NOW, New Opportunities for Women (Novas Oportunidades para Mulheres). Trabalhou com Jesualdo Ferreira no Sporting Clube de Braga.

As suas declarações são, porém, mais esclarecedoras acerca das ideias que o animam (muito dificilmente se lhe pode chamar um programa de candidatura presidêncial).

Sequeira afirma que o que interessa é a "felicidade interna" dos cidadãos/ãs e que esta "não pode ser medida pelo PIB": "Existe gente cheia de dinheiro e muito infeliz". (Não posso deixar de parafrasear um amigo meu : entre um infeliz com dinheiro e um infeliz sem dinheiro, o primeiro está sempre mais defendido).

Segundo Sequeira, "o mais importante não é trabalhar muito, mas trabalhar bem". Assim, propõe-se ser "um auditor da população", "um vigilante da acção do Governo". "O PR precisa ser ágil, flexível, possuir enorme capacidade de adaptação" (atributos que, está pressuposto, reunirá em grosas, resmas, paletes).
Sequeira pronuncia-se decisivamente contra uma "partidocracia" (Talvez, queira falar directamente com os cidadãos á boa maneira dos ditadores de todos os tempos).
E, finalizando numa farândola de demagogia, assegura que "mais que corrupção o que há é incompetência; ele está ali com o seu dinheiro, ao contrário dos outros candidatos que realizam campanhas faustosas; e ("the last but not the least") os cidadãos deviam ser tratados como clientes".

Espremendo esta espuma de ideias - mas não de intenções - estamos perante um candidato com experiência psiquiátrica, sem experiência política, que em termos de propostas presidenciais se propõe saltar por cima dos partidos constituídos e dirigir-se não a um país, a uma nação, a seres humanos, mas a um mercado de consumidores.
Como se pode observar pela sua carreira profissional, está habituado a salários ou contractos "confortáveis" e busca decerto acrescentar ao seu currículo a candidatura à Presidência da República Portuguesa com os previsíveis reflexos na venda dos seus livros, nos futuros contractos e avenças.   


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O candidato Marcelo Rebelo de Sousa, (que todas as sondagens encomendadas dos "mírdia" dominantes dão como o vencedor antecipado, à primeira volta. A unanimidade é tanta que alguns se interrogarão para que servem as eleições...) interrogado, foi taxativo : "A mentira não é admissível".
Poder-se-á considerar que esta afirmação de entrada é um tiro no coração vinda de um candidato reconhecidissimamente do PSD (para já não falar do passado marcello-caetanista), que apoiou e é apoiado pelo PSD e CDS, e que simultaneamente se diz "independente e transversal". Porém, para o profe, esta mentira sobre a mentira, deve ser considerada uma mentirita, nada que faça perder o sono.
Novamente questionado, Marcelo assevera que "o OE, com a sua fronteira dos 3%, deve ser viabilizado. Quanto aos direitos sociais - as 35 horas de trabalho - devem ser restituídos... pelo menos parcialmente... desde que não exista derrapagem no OE... 
No que concerne às "pensões vitalícias, o profe considera que são difíceis de "defender". 

 Colocada a prazenteira questão (que tem sido um dos "leit- motifs" da campanha, e da vida, de MRS) se situa à Esquerda ou à Direita, Marcelo assegura que o PR "é um poder arbitral, um factor de consenso, de coesão social, não deve ser um contra-poder, deve ser um poder coadjuvante" o que, em sua opinião inclui que "um Governo deve chegar ao fim da legislatura".
Afirmações difíceis de sustentar democráticamente, quando um Governo gere em prejuízo e contra a vontade do Zé Povinho.
O profe considerou ainda que "a actual campanha tem sido de uma enorme riqueza, uma das mais ricas, o que foi proporcionado pela riqueza dos debates e de todas as intervenções, e ainda porque foi mais barata que as anteriores" (sic!)

Marcelo recordou que "foi contra a quota a atribuir às mulheres na AR, nas Autarquias, nas diversas comissões e contra um OE que viabilizasse novos rendimentos sociais.

Sobre aquela incómoda pergunta porque não cumprira o serviço militar, Marcelo, solícito mas empergaminhado, retorceu-se borbotando que estava quase, quase a cumprir o serviço militar, quando aconteceu o 25 de Abril. Os registos oficiais do Estado-Maior das FA's rezam outras coisas, todavia nem merece a pena metermo-nos por esses sendeiros.

Perguntado como classifica o Governo  da Hungria e o seu fechar de portas aos refugiados da guerra, MRS afirma que é um "homem de pontes, de convergências". O que consiste numa elíptica forma de dizer que não condenaria o Governo da Hungria e tornaria Portugal conivente de um erguer de muros contra os refugiados.

Em síntese, Marcelo revelou não se sentir à vontade num clima de contraditório, o seu género são mais "as conversas em família" à maneira do padrinho Marcello Caetano, e a sua imagem resultou ainda frouxa devido à ganância de pretender arrebanhar votos à Esquerda e à Direita, em Cima e em Baixo. Pode ter corrido o risco de perder votos em todos os quadrantes.


Resultado de imagem para fotos ou imagens de António Sampaio da Nóvoa

 Questionado pelos "pivôt's", o candidato António Sampaio da Nóvoa afirmou que "não conseguia perdoar que tivesse sido retirada a liberdade às pessoas e às empresas".
E que "não aprovará nenhum documento sem o conhecer, nomeadamente o OE; será um PR exigente", "todavia não antecipa cenários".
Quanto ao horário de trabalho da Função Pública ser reduzido para as 35 horas, "ele deve ser de facto reequacionado".
Em relação a Marcelo, salientou que o dito candidato há 3 semanas atrás considerava um escândalo o que os candidatos a PR gastavam, agora diz que se moderaram. O mesmo ocorrendo com outras afirmações de MRS que se alteraram num ápice.

Nóvoa julga que entrámos num tempo novo de compromisso, mas igualmente de conflitualidade. O PR deve ser um factor de união.

Importunado por um outro candidato - de que darei a reflexão mais sucinta que puder, dado o carácter grosseiro, mentiroso e provocatório que assumiu - Nóvoa esclareceu que realizara de facto uma licenciatura em teatro, mas que, entretanto a legislação mudara e a licenciatura deixara de ser uma licenciatura. Portava consigo uma brochura que documentava o acontecido e que o outro candidato se recusou grosseiramente a pegar. De resto, acrescentou Nóvoa, é público que toda a sua acção académica se passou no âmbito das Ciências da Educação (licenciatura, mestrado, doutoramento e investigação, ajunto eu).

Interpelado se a sua candidatura se perfilava na linha de Cavaco Silva, como o apoiante de Nóvoa, general Eanes recentemente considerara num elogio equívoco, Nóvoa rectificou "que o que tem dito e proposto se situa exactamente nos antípodas da Cavaco; quem surge na esteira cavaquista é Marcelo.

Sintetizando, Nóvoa goza de um prestígio académico inegável, terá boas intenções, mas não é conhecido da população, experiência política não possui, e candidata-se ao mais alto cargo político do País, que inclui a liderança das FA's, a decisão final sobre o envolvimento da população portuguesa na Paz ou na Guerra.    


Resultado de imagem para fotos ou imagens de Paulo de Morais

O candidato Paulo de Morais considerou que António Costa tem cumprido os seus compromissos, porém devemos avaliar o que isso custa no próximo OE. Costa assumiu compromissos - como não aumentar os impostos -, mas não os está a cumprir. Por outro lado, Costa já devia ter apresentado o OE (que esteve empanchado pela falência do BANIF). Por exemplo, os livros escolares deviam ser grátis, mas o mercado livreiro é dominado pela Leya, Bertrand e outra editora, e o Governo Costa dobra-se às grandes editoras.

Morais julga que o problema fulcral do país é a Corrupção. Não que todos os políticos sejam corruptos, apenas uma minoria o é, todavia estes são dominantes e os outros são cúmplices. Simultaneamente afirma que nem toda a gente tem um preço, principalmente os mais humildes. 

Ou seja, o candidato "de Morais", diz-se e desdiz-se, contradiz-se a si mesmo. Ele um colaborador estreito e filhote ideológico de Rui Rio (PSD de tintas negras), autarca duro da Câmara do Porto, posteriormente deputado pelo PSD na AR, com vários cargos importantes na Assembleia, pretende fazer-se passar por "independente", mas não é mais que um psd "low profile", cuja tarefa na campanha eleitoral é denegrir a área do PS e fazer aparecer, por contraposição, o profe Marcelo como um candidato mais ao centro, tendencialmente transversal.

 Resultado de imagem para Fotos ou imagens de Cândido Ferreira   

 O candidato Cândido Ferreira também se pretende "independente".

Nos entretantos, os dados confiam-nos que é de Cantanhede, é médico, tem 66 anos e foi presidente da federação distrital do PS e deputado municipal pelo PS.
Assevera candidatar-se contra "o sistema" (que é, já vimos, uma das afirmações mais vagas e dúbias do léxico político). Afirma ser o candidato da esquerda em melhores condições de passar à segunda volta, porém, entrementes queixou-se de tratamento discriminatório na elaboração dos debates e enviou uma "Carta Aberta" aos outros candidatos no sentido de se solidarizarem com ele ("Carta" que, pelo tom recriminatório, não recolheu adesões).

Gabou-se de ser o único dos candidatos presentes que tratava António Costa por "tu" (sic!), que trabalhara com ele estreitamente, embora discordasse dele com alguma frequência.
Foi este o candidato que provocou Nóvoa pela sua licenciatura em teatro e que, depois, grosseiro, arrogante, nem para a documentação de Nóvoa olhou.

Resumindo o resumo deste ser humano resumido: o Ferreira, para além do narcisismo óbvio, dos propósitos de promoção pessoal, tentará captar descontentamentos internos no PS que não se revêem em Nóvoa, e captar aqueles cidadãos a quem a truculência sempre agrada e toma por sinal de força. 

Como a missa se alongou, termino. Atirai as pretensas sondagens para as urtigas ! Creio ter-Vos fornecido o necessário em informações e reflexões críticas para poderem votar na intimidade das Vossas consciências.  "Orate frates !"