Para já, para já, levam com o cartaz de "Lojeca dos Gajos"que é o que lhes serve como uma luva.
Depois, depois, para os definir basta descrever mais por miúdo um dos seus clientes costumeiros (pelo à vontade exibido). Lembram-se de eu ter falado de um mastronço, de sexo indeterminado, cabelos compridos, aos caracóis, de umas cores suspeitas entre o louro e alaranjado? Um que tinha o rosto visível cravejado de pregos, botões, anilhas?... Esse mesmo!
Faltou-me, porém esquissar o mais óbvio (frequentemente o óbvio é o mais difícil de apanhar !). E o mais óbvio era que a criatura, nos poucos centímetros de pele à mostra, estava pintado em cores variegadas. Ou seja, a criatura era um imenso "graffitti" em movimento!... Não existe prédio nem muro em Lisboa que o vença.
Ora, uma pequena loja apertada não oferece espaço suficientemente "ancho" para duas enormidades assim: um graffitti em movimento e um ser que em determinados momentos é um foguetão da NASA disparado para a estratosfera marciana (ainda por cima só para saber se lá existe água... interessante era saber se lá existe vinho).
E lá me ia esquecendo do centésimo aviso à navegação (recomecei a numeração porque lhes perdi a conta). Olhem que o filme do António-Pedro Vasconcelos, sim esse que foi galardoado nas estranjas com um prémio subido, é uma maçadoria pretenciosa, atuchada de intelectualices e rodriguinhos, a que não escapa sequer "o inspirar-se em episódios reais" e uma maçadoria interminável. Se lhe retirassem uma hora de projecção ninguém se queixaria tanto (talvez por isso, no dia em que fui visioná-lo, estávamos 2 pessoas na sala: eu e a minha mulher).
E devo dizer, em abono da minha verdade, que o resultado não é culpa dos actores que representam todos muitíssimo bem, incluindo o próprio Vasconcelos na tirada que interpreta. Não, em minha subjectivíssima opinião, a culpa é do Vasconcelos realizador e autor do guião que o fez resvalar para... aquilo.
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