Reflexões do Leopardo

Reflexões do Leopardo
Reflexões do Leopardo

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Claudio Scimone

Tive a fortuna de ouvir várias vezes o enorme Maestro Claudio Scimone na Fundação Gulbekian. Parecia que a música lhe fluía da ponta da batuta em pequenas indicações breves e suaves. Esta era a realidade dos concertos.
A realidade dos ensaios era exactamente o oposto: Scimone exigia o máximo de músicos e cantores, berrava com eles, insultava-os e chegava a atirar-lhes com a batuta à cabeça.
Contradições do Ser Humano?... Julgo que não. Apenas a enorme complexidade da "psiché" humana, sempre a fazer-se e a reconstruir-se num esforço hercúleo para se ultrapassar, ir mais além.

"Per esempio, oggi, Io, Leopardo Ibérico dell'antico" vou manjar uma bacalhauzada no forno, a deslizar num belíssimo branco da zona de Palmela e, no fim dou o concerto por findo com umas uvitas brancas para me armar à "finesse". E que Viva o Claudio Scimone !!! 

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Saudações confiantes do

Leopardo Ibérico

domingo, 26 de agosto de 2018

Plenilunilum

"Plenilunilum" é um termo, derivado da língua latina, que significa Lua Cheia, fase durante a qual o satélite da  Terra se situa entre a Terra e o Sol  podendo ver-se totalmente iluminado a partir do nosso planeta. 
Até aqui nada de extraordinário, excepto para os amadores dos fenómenos celestes que até possuem telescópios semi-profissionais para observarem estas coisas. 
Não entro na bicha dos amadores de tais factos, porém já me impressiona que os Lobos - bisavós directos dos actuais cães - uivem às Luas Cheias e elevou às culminâncias da minha Estima o que lhes relato de imediato.
Ontem, uns jovens adultos dos dois sexos - que já se aperceberam que têm um vizinho  velhote destituído de qualquer sentido prático ( o que corresponde à mais linear verdade ) - deram-se ao trabalho de me abrir a entrada no meu condomínio arrabidense, inclusivé enviando-me duas encantadoras jovens para me receber.
Não chorei porque os homens da minha colheita eram educados no saudável princípio de que um homem não chora nem mesmo em funeral de familiar, todavia o interior da minha "anima", ao ver as jovens, desfez-se em rios e ribeiros de afectos.
Tenho sempre defendido que as pessoas do nosso planeta estão dispostas a oferecer Afecto Puro, livre de impostos e de taxas, mais do que aquelas que fazem dele uma negociata, uma promoção, uma fuga para o seu narcisismo, porém estas convicções eram sobretudo filhas de um ideário politicó-social. Estes meus jovens vizinhos/as são a prova concreta de que a Realidade Humana consiste no Amor e não num absurdo qualquer sem Futuro.   


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Afectuosamente do 

Leopardo Eduardo

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A Suprema Perfeição do Poema versus A Suprema Trampa dos Miolos

Eu, benfiquista desde os 4 anos de idade ( correspondia ao lado pobreta da família, os porreirões, os do cozido à portuguesa e do garrafão de vinho tinto, rematado a bagaço - barato na época ), desejo a maior recuperação que for possível ao Sporting, após este furacão de narcisismo pessoal, negociatas mafiosas e compadrios ainda não totalmente desvelados que dá pelo nome de BdeC . 
O Sporting que correspondia à parte da minha família e aos seus satélites que, não sendo da alta finança gostariam de o ser - apenas classe média - e o João Maluco, cantador de fados e divo de todas as divas do Fado, com as quais ia procurando atraiçoar a "legítima", se lhe abrissem um postigo de esperança.  O João Maluco que tinha um lábio rachado por uma cabeçada à alfacinha ( dada com a nuca... ) numa ocasião em que devia estar desatento ou enfeitiçado com uma nova diva. Enfim, a gente divertia-se conforme conseguia...

Já dei a minha solução para o caso Brilho de Cascalho : que o lancem para uma zona dos Oceanos infestada de órcas ou dos temíveis tubarões brancos. A razão é linear: a criatura é material tóxico altamente venenoso. Sei que irão morrer abundância de órcas e de tubarões, mas não se conseguem soluções rápidas e eficazes sem "danos colaterais" como o "clown" neonazi actualmente de nalgas prantadas na Casa Branca ( tinta de sangue inocente... ) gosta de fazer "play-back" ...

Nesta edição do meu blogue, ainda lhes deveria teclar sobre "A Suprema Perfeição do Poema", ou seja, sobre Carlos de Oliveira, sobre "Finisterra" e a sua Gândara Sagrada território de águas paradas, sombrias, de onde se evolam feitiços que só um supremo poeta apreende.
Todavia, ósdepois, considerei que não devia misturar na mesma reflexão, o primado superior do Espírito e a ausência dele, o seu buraco negro. Quiçá, Brilho de Cascalho represente o elo vital entre os lémures - dependurados nos ramos das árvores pela cauda - e os actuais Seres Humanos !...


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Esta minha reflexão - a última antes do final de Setembro ou Dezembro. 2018 é também um pedido de ajuda, pois continuo sem um Compositor para musicar o meu "libretto" para a Companhia de Ópera do São Carlos, ao Chiado...


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Saudações fraternas do

Eduardo Leopardo

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Febre Vermelha

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Esta minha reflexão é desencadeada pela família Storti - à qual dediquei uma outra reflexão reservada a Storti's . A minha filha, genro e  "tre nippoti" ( Leo, Raffa e Aida ) são oriundos da cidade de Urbino , eu pertenço à cidade de Napoli, célebre pelo seu dialecto e pela sua... Máfia !

A verdade verdadinha é que cá o Leopardo disse ao despique com Homero a "Ilíada" e a "Odisseia" e juntei as minhas forças às do semi-deus Aquiles para destruir Tróia e o seu Templo sagrado ( o que bem nos lixou a seguir, tornando o regresso a Ítaca e à fiel Penélope numa longa viagem de 10 anos, no Mediterrâneo ) e vencer o chefe de Tróia, Heitor, arrastando o seu cadáver e dando-o a comer aos cães à vista de seu pai, não tanto pela bela e infiel Helena, esposa de Agamemnon - o rei que liderava a frota grega - nem pelo efeminado Páris, que nunca arriscou sair das muralhas de Tróia nem tirar-se detrás das saias das mulheres tróianas, nem mesmo para vingar a morte em batalha de Pátroclo, grande amigo de Aquiles, ou pela desfeita de terem retirado a Aquiles a bela escrava Briseida, despojo de guerra de Aquiles, mas, sim por terem faltado ao respeito devido a dois semi-deuses ( Aquiles e cá o Leopardo Ibérico ).

É claro que representei também nas tábuas de Strattfort-on-Avon , abraçado a Shakespeare, as várias peças do Teatro Inglês, honra e glória do Teatro Mundial.
Eu não podia deixar de ajudar o Garrett ( apesar das casacas e dos coletes dele demasiado enchumaçados... ) a refundar o Teatro Nacional - dando nova vida às peças do ourives Gil Vicente - e cá o Leopardo Ibérico e o Garrett ainda pronunciámos juntos o lendário "Ninguém... Ninguém... Os amigos são para as ocasiões !...

Também não pude deixar de testemunhar o meu apreço ao bexigoso no rosto e no mau-génio Camilo - sempre disposto a abrir os occipitais de quem sustentasse opiniões divergentes das dele - mas um romântico, um tanto tétrico, que demonstrou o maior domínio do léxico português jamais exibido ou a exibir, não podia deixar de receber o meu apoio, receitando a sua leitura às colheres, aos frascos de xarope inteiros ( mantive-me foi o mais longe possível da paleolítica cachaporra, na qual espetara na ponta um espigão de ferro, que invariavelmente arrastava consigo... ).

E como não fazer homenagem "ao divino Eça", o qual, através de um "l'orgnon" parisience desfez a pesada síntaxe da temível e valente nobreza portuguesa, derrotada em Alcácer Quibir por culpa do imbecil Rei Don Sebastião ( não por acaso, Camões, que se sustentava a si e ao fiel escravo Job com uma tença miserável, num esconso da Praça do Comércio,  terá dito em 1598, "morro com a Pátria". De facto, não podia adivinhar que "Os Lusíadas" e a sua "Lírica" o imortalizariam ( não possuía os poderes mediúnicos da Alexandra Solnado nem uma mesa pé-de-galo... )
Ia eu teclando  que "o divino Eça" através do seu "l'orgnon" parisience, faíscante de ironia cáustica e, simultaneamente, de ternura e compreensão, foi tornando mais "souple" a moralidade das aias da Raínha ( uma beata de 5 crucifixos e abundância de Padres Nossos... ).
É óbvio que o Eça esteve na abertura do Canal do Suez - que descreveu em páginas magníficas - à pála da sua qualidade de representante da Coroa Portuguesa em Paris e eu à pála de umas trafulhices que a Organização do Evento levou demasiado tempo a perceber para depois desmentir.

Findarei este blogue ( um "blogueiro" será um escritor ??... ), dedicando a Ondjaki - que vai desbravando num território línguístico novo, onde se amalgamam os restos do antigo português de Luanda e expressões do que poderá vir a ser um novo dialecto (leiam-se "Os Estrangeirados" , "Os da minha rua" !...) - palavras que lhe não foram dirigidas, mas que se enquadram à perfeição no enorme escritor que é : "devia ser proibido ser tão novo e escrever tão bem"

Nesta encruzilhada de veredas que se emaranham, hoje fico-me aqui .
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Leopardo Ibérico

domingo, 5 de agosto de 2018

Reservado a Storties

Queridos "nippoti" - Leo, Raffa e "la principessa" Aidinha - caro "genero" Dante e "figliolla" Claudia "vale solo questo messaggio per dire che anche Io, il nonno Leopardo Ibérico, disse de vera voce "L'Iliada e l' Odissea" con Omero, ho combatuto fino alla morte con Aquiles, subi à cena abraçado a Shakespeare, nadei ao lado do Luíz Vaz de Camões  no Atlântico em fúria,  junto ao Adamastador, fomos nós que lhe furámos o único olho que possuía... Tudo isto às braçadas, com um colarinho branco, gola alta engomada, palas de couro nos olhos, rolos de pergaminho ou papiro debaixo da sovaqueira.

Na verdade, isto são trocos miúdos, comparados às convergências que nos ligam a Camilo Castelo Branco - o qual se apoiava habitualmente numa cachaporra terminada num espeto de ferro, cujo usava para pôr as mioleiras ao relento a quem divergisse das suas opiniões - ou  às tremendas paixões vazadas em sonetos perfeitos e sofridos pela Florbela Espanca ou às ironias cáusticas do "divino" Eça de Queiróz, que dissolveu a estrutura da Língua Portuguesa, tornando-a mais "souple", e liquefez as lusitaneidades heróicas dos coevos, através de um "lorgnoin" faíscante de "un divertissement", simultaneamente trocista, suave e amigo. Ele, Eça, que viveu uma infância tão infeliz, tutelada por um tio sacerdote, infância sob a qual paira a suspeita de relações incestuosas com uma irmã que a crueldade católica só podia ter baptizada de ... Madalena !  

Não saltarei para as actualidades. Não ressublinharei os valores consagrados de Saramago ou de Lobo Antunes. Qualquer dia estão a vender copos de leite dos Açores como a Telma Monteiro ou o CR7...
Porei apenas os holofotes da atenção sobre o Enorme Escritor Ondjaki, que se expressa num território linguístico algures entre o Português e o Angolano ( o que quer que o Angolano seja ou venha a ser... ), o qual é justo aureolar com a expressão ( inventada para outro ) : "devia ser proibido ser tão novo e escrever tão bem !"  

Só quero ainda acrescentar que a minha Escola Secundária foi na Musgueira, por trás do Aeroporto da Portela, o que envolve o desenvolvimento de uma série de traços de carácter altamente... : a coragem para sobreviver às batalhas de pedrada entre os da Musgueira-de-Cima e os da Musgueira-de-Baixo ( batalhas por tudo e por nada... mais por nada que por tudo ).

Com este currículo de pesos-pesados do passado e da modernidade, julgo que não existam dúvidas que o maior dos Stortie's sou Eu, humilde Leopardo Ibérico Tuga.


Florença



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E se mais quisérdeis saber, tereis de ler a minha próxima crónica-reflexão,

sempre com afeição do

Nonno     

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Quando eu morrer quero ir de burro !...

Os meus Amigos interpelaram-me com uma certa aspereza: "Sobre quem é que eu ia blogar depois de ter abordado uma gigante da estatura da Cesária Évora ?...".
É claro que é um argumento absolutamente irrelevante após eu ter teclado opiniões sobre gigantes de estatura equivalente das áreas da Ópera, da Música "Clássica" e do Jazz, do Teatro, da Literatura, das Artes Plásticas e da Arquitectura.

Porém, depois de ter abordado um manancial de emoção contida, vertida gota-a-gota, como "a diva dos pés descalços, a rainha da morna" , impunha-se-me reflectir ponderamente sobre quem escreveria a seguir.
E deu-me na veneta optar por Mário de Sá-Carneiro ( não, não me refiro a esse político menor, fundador do projecto reaccionário AD , cuja única postura digna de algum mérito - para um católico, apostólico, romano - foi ter-se divorciado da legítima e ter-se amancebado com Snu Abecassis - outra católica - facto que todos os anos é ressuscitado à conta de uma avioneta vítima de um atentado terrorista, facto que se irá perpetuar pelos mistérios não-resolvidos da vida política tuga )  , poeta e ficcionista do "Orpheu" , companheiro do Fernando Pessoa, ao qual decerto invejava a genialidade e os heterónimos.
Devo expressar à puridade que eu Leopardo Ibérico de antanho tinha e tenho uma inclinação de sempre pelo Mário de Sá-Carneiro - filho de famílias abastadas, homossexual, narciso, que se suicidou em Paris - único poeta do qual eu conheço uma quadra de cor, sem necessidade de recorrer a uma Wikipédia:

"Eu não sou eu
nem sou o outro,
sou qualquer coisa de intermédio
pilar da ponte do tédio que vai de mim para o outro."

Considero que é um texto de uma beleza e concisão artesanal notável e uma confissão de experiência de vida que nos atinge como um murro no estômago. Só está ao nível dos Enormes !

Contudo, escolhi da esplêndida obra de Sá-Carneiro um outro poema que acho o traduz melhor a Ele e a mim :

"Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas !

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andalusa ...
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro !..."

Este poema foi escrito em Paris , em 1916, em plena 1ª guerra mundial, pouco antes do poeta se suicidar... 

Os meus Amigos também me atezanam porque eu nunca escrevo direito o nome desse idiota nacional reconhecido por "Emplastro". Denomino-o sempre por "paspalho" ou "espantalho" ou outra coisa qualquer. Ora, a criatura já faz parte do anedotário patriomonial - ainda vai acabar encaixotado na Torre do Tombo - logo, ganhou direito ao seu cognome de puerilidade.

A um nível vários patamares acima, situa-se a minha Amiga Teresa Porto, viúva do ilustre  e falecido crítico teatral Carlos Porto, a qual Teresa Porto igualmente pode ser denominada de Maria Teresa de Albuquerque, visto que é descendente de Afonso de Albuquerque, o "Terrível", conquistador e vice-rei das Índias, o qual ainda hoje é estudado em West Point . Ela própria me mostrou a sua árvore genealógica, imensa, de descendente do "Terrível" ...    

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E hoje nesta esquina me quedo,
um tanto emparvecido com a genialidade de Outros, 
todavia, mais amanhãs que cantam nos aguardam,

Saudações fraternas do
Leopardo