Reflexões do Leopardo

Reflexões do Leopardo
Reflexões do Leopardo

segunda-feira, 28 de março de 2016

Aos Amigos! e Duas Imprecações.

Aproveito a quadra festiva para saudar os meus Amigos. Quando me perguntam se sou rico, sempre respondo que não sou rico, sou riquíssimo: quem tem Amigos destes pertence aos eleitos. Eleitos de quem? Eleitos da Vida, eleitos do Futuro, que é já Presente precisamente pelo seu trabalho, pelo seu esforço, pela sua luta.

Por qual começo? Tanto dá, quando se trata de Amigos destes , pegue-se em que ponta se pegar, 'tá-se sempre bem.
Portantos, pego no Lobo. Não, não desses que escasseiam na Serra da Estrela e que podemos observar em jaulas no Jardim Zoológico, com um olhar perdido, talvez enlouquecido por terem perdido as Serras-Mãe. Desses também gosto (pode ser mesmo que lhes dedique um blogue), mas este Lobo sobre o qual teclo é um Lobo de Domingos, um dos nossos grandes escritores contemporâneos, poeta, homem de teatro, actor, encenador, que é capaz de puxar para cima um poema onde eu não palpitava nada, "nulla di nulla", e, num golpe de magia, desvela a paixão que está lá dentro. Louvo igualmente no Lobo a paixão que porta ateada dentro de si pelo Glorioso (não, oh seu palerma do computador lá detrás, não é o Benfica, é um Glorioso muitíssimo mais glorioso que voa de foice, martelo, estrela internacionalista nas asas e nos indica o Futuro a bater à porta).
E o Monge? Aquele que usa uma fisga nos poemas e com o João Gil e o Zé Peixoto têm pronto para publicação um CD a ser cantado pelo Paulo de Carvalho. O Monge estilhaça com fisgadas secas, precisas, certeiras, janelas de preconceitos, janelas que distorcem o mundo.
Não, não louvo o PdeC, sem saber se ele está numa Lua Vermelha ou numa daquelas nebulosas noitadas em que desafora a louvaminhar Sua Excelência Excelentíssima o Senhor Presidente.
Não, no meu blogue, o PdeC não entra vestido da honrosa cor vermelha. Que faça inequivocamente por isso. Não se vive por ter acertado uma madrugada.
O José Oliveira , com "occhiali ellittici" de aros de metal fino, por trás dos quais dois olhos azuis encaram a direito as pessoas, e as arruma, quando é caso disso, com expressões curtas que terminaram antes de ouvirmos os sons dos seus disparos. É um verdadeiro Lucky Luck da ironia.
Do Manuel Diogo estou sempre a falar. É um dos meus "tifosi" (podes continuar... não te acanhes!). O Diogo é um declamador-beija-flor dos poemas: com as asas a bater a Mach 3, enfia o bico penetrante na corola das flores e polvilha o seu pólen pelo negrume da montanha. Minutos após o ruído-relâmpago das asas a Mach 3, a montanha acende-se com luzes trémulas que respondem umas às outras numa harmonia "affascinante". Foi o Diogo
"Entonces" e O Gusmão? Não é o Bartolomeu de Gusmão, o da "Passarola", mas podia ser pois também este constrói  passarolas de versos que ascendem no éter e vão iluminando os poemas de poetas como António Ramos Rosa, Francis Ponge, os seus próprios - "Contra todas as evidências" ou o libreto da Ópera, "Vozes Altas", representada no São Carlos, com a presença do histórico líder político Álvaro Cunhal, por seu lado igualmente um desenhador, um pintor, um escritor de ficções. O Manuel Gusmão, é dele que se trata, foi comigo e com outros, então, jovens ( não esquecendo o inesquecível "sénior" António Abreu, tão ou mais aguerrido que os jovens ) que fundámos o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa - SPGL - , hoje em tão péssimas mãos, é justo dizê-lo. Pois, o Manuel Gusmão, que prossegue de voz e punho Altos, "é um príncipe de poetas", escrevem os pares.


Resultado de imagem para fotos ou imagens do escritor Domingos Lobo       Resultado de imagem para fotos ou imagens do letrista João Monge     Resultado de imagem para fotos ou imagens do poeta português Manuel Gusmão                                                                        Resultado de imagem para fotos ou imagens do poeta português Manuel Gusmão



Amigos e Camaradas

hoje fico-me por estas quebradas

pois mesmo para um Leopardo sedento

a noite já vai tarda   

  

Sem comentários:

Enviar um comentário