Reflexões do Leopardo

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terça-feira, 29 de março de 2016

Aos Amigos! e Duas Imprecações- Parte II

Então vamos para o sexto Amigo "chi será cui messo in evidenza", é o Fernando Silvestre. Levou-me a passear pelo mundo, prodigalizou-me o Gerês, umas águas termais que lá existem na Portela do Homem, onde se mergulha 10 minutos e depois se dorme uma tarde à abade (nós dizemos que são nossas e os Espanhóis tomaram conta delas e construíram uma senhora Clínica à pala delas!...). Pois, com o Fanan não fui a mais estrangeiro nenhum que a Huelva, mas ele convidou-me para umas viagens fantásticas às Muralhas da China, a Beijing, à Índia, Nova Deli e o Ganges incluído (onde não ingressei por falta de carcanhol), e depois nuns repastos pacholas, num quintal dele, mostra-me as fotos e os vídeos enquanto comemos umas iguarias e emborcamos uns "bicchieri". Praticó-concretamente foi como se tivesse feito as viagens. Ah, o Fernando Silvestre escreve uns livros, temáticas sérias, que vou lendo aos bochechos (confesso), pois estou sempre a cumprir tarefas da mais elevada militância como teclar estes blogues.

O senhor que se segue é o Sérgio de Sousa. De início não ia muito à bola com ele: com aquele ar de pope russo, olhos azuis faíscantes, barbas brancas a emoldurar uma pele clara e rosada, que "dopo" escreve uns romances introspectivos a escarafunchar a alma dele (e, porventura, a nossa). Era areia demais para a minha camioneta colectiva, terceiro-mundista, com passageiros até no telhado. Contudo, um dia, "ho capito" que o Sérgio ama a Verdade e quer minerá-la no Eu individual. Tem o meu respeito, a minha estima, o Sérgio.

Trato agora do Pedro Noronha e a primeira qualidade que lhe posso apontar é que, sendo formado em Direito, não gosta de advocacia. Notável, não é?! É o primeiro a contar aquela "battuta" estafada sobre para que é que serve um advogado: para nos livrar dos outros advogados. O que o meu Amigo Pedro ama é a Música, em particular a do Coro Lopes-Graça e a escrita exemplar que o Fernando Lopes-Graça deixou em herança ao Povo Português. O Pedro Noronha, felizmente não escreve nada (senão havia de sobrar para mim...) a não ser documentos jurídicos. Discutimos muito os dois a propósito e a despropósito da Música. Enfim, somos Amigos.
Após o Pedro é inevitável falar do Nuno Figueira (formamos os três uma trindade que raramente se encontra... como compete às Trindades) é um produtor cinematográfico e televisivo. Assegura que milita que se desunha no Glorioso (Porra!, não volto a dizer que não se trata do Benfica), todavia nunca ninguém descobriu em que frente do Glorioso luta. Enfim, é um Camarada de fitas. É, contudo, necessário acrescentar que envolve o Noronha num casulo de delicadezas. Vai carreando umas "bottiglie" de wiskie, que até eu engulo não vá ele desabituar-se (detesto tudo o que me torne presente o império anglo-cowboy, mas disfarço o wiskie com gelado e umas bolachas e marcha a mistela numa de militância).

Sobre o José Colaço Barreiros tenho teclado. É apenas o melhor tradutor de italiano-português, português- italiano e de um dialecto italiano para outro dialecto italiano em Portugal e na Itália. O que o Governo italiano reconheceu, atribuindo-lhe um diploma e condecoração (quase maior do que ele) na Embaixada Italiana de Lisboa, numa cerimónia de pompa e circunstância, por ser uma das pessoas que mais tem contribuído para a aproximação das duas culturas. Eu e o Colaço por vezes escrevemos uns poemas ou peças a duas mãos: quer-se dizer, eu dou as ideias, os diálogos, as coreografias, o Zé escreve os versos com uma metrificação impeque. A Amizade também passa por aqui.

Agora cabe-me grafar sobre o José Diniz Saraiva. É um dos melhores otorrinos portugueses. Mantem as minhas fossas nasais, ouvidos (sim, e o externo-cleido-mastóideu do Vasco Santana), garganta devidamente oleados, e ouço, falo e tusso melhor frequentemente do que seria desejável (pois, até ouço o que teria sido melhor perder-se no ruído ambiente). A minha Amizade com o Saraiva tem mais de 4 décadas, vem do tempo em que o Joaquim Benite representava em Campolide, num palco improvisado num ginásio ou ao ar livre, e o José Diniz era um dos actores, enquanto se formava brilhantemente em Medicina. Os tempos correram, o Zé distanciou-se um tanto, mas a sua ligação ao Joaquim Benite (transplantado para Almada) e à minha pessoa persistiu. O José Diniz Saraiva tem todo o merecimento para figurar aqui vestido de vermelho, não corresponde a uma das "folhas secas" crismadas pelo Álvaro. É essa pelo menos a minha funda convicção.

Na calha encaminha-se  o Fernando Seixas, cantor de Ópera a residir no Porto. Está redigido no seu currículo que chegou a contracenar com a Callas, ela, a diva, no Próscenio, com os holofotes todos em cima, o meu Camarada Fernando Seixas  discretamente integrado no Coro. Todavia, basta ver o Fernando avançar direito a nós, queixo metido para dentro, olhando-nos de baixo para cima com os olhos cinzentos enormes, para percebermos que estamos perante um cantor "dell drama per musica" (a língua italiana é a mais bela do mundo - depois da portuguesa, está claríssimo - e essa é a razão, caros leitores portugas, porque Vocês têm vindo a ser brindados com uma série de expressões na língua de Dante e de Verdí.   


Caros Amigos e Camaradas, gostaria de ter estampada nesta edição do blogue, com é habitual, os Vossos rostos, mas os arquivos do Google e da Wikipedia não os fornecem. Se me quiserem enviar fotos Vossas ou do Vosso trabalho, fico muito agradecido. 



Oggi finisco cui

pois não é justo 

atirar-Vos com Duas Imprecações ao rosto

sem lhes ajuntar Pessoas de bem

O Filipe Diniz e a Luísa Ortigoso cumprirão essa tarefa na Parte III

o Leopardo             

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