Reflexões do Leopardo

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quarta-feira, 30 de março de 2016

Aos Amigos! e Duas Imprecações - Parte III

Debulhemos então esta terceira ronda da Amizade (Não será a "Ronda Nocturna" do Rembrandt).

"Io ero quasi quasi ad arrivare a" Filipe Diniz um Amigo de longa data com o qual - e com outros - assaltei o Sindicato de Professores afecto ao fascismo e o transmutámos numa organização sindical respeitável, democrática (que incluía até na sua Direcção umas baratas assumidas da Direita), o SPGL, que, hoje em tão péssimas mãos, maltrata o presente e o futuro dos professores e da Educação. Para além disso, o Filipe Diniz, com semanais palavras avisadas no único jornal inteiramente fiável do País - O "Avante!", claríssimo é bem de ver - , vai ajudando a afinar a bússola ao Norte "das manhãs que cantam".

E a Luísa Ortigoso? Com aquele escorreito e metafórico "Bem Vindos a Beirais", que, no mínimo, prova que é possível fustigar a rir uma série de facetas da sociedade portuguesa actual. E aquela sua excelente interpretação da beata ultra-católica e ultra-reaccionária, sempre a persignar-se e a revirar os olhos ao céu? Personagem que assumida a sério poderá servir de arquétipo ao Monsenhor Cardeal Patriarca português e ao Papa Francisco que se passeia de Papa-móvel pelo planeta, lava e beija (?) os pés a alguns mendigos, tentando varrer para debaixo do tapete cardinalício o apoio dado aos sacerdotes católicos incestuosos e os negócios nefandos do Banco do Vaticano (IOR).
Obrigada Luísa Ortigoso pela tua actividade-luta teatral, pelas intervenções políticas que te tenho ouvido exprimir em plenários de Artistas.

E, antes que eu me destrambelhe, subam as fotos à cena:


Resultado de imagem para josé colaço barreiros  Resultado de imagem para Filipe Diniz, político, escreve no AvanteResultado de imagem para Fernando Tavares Marques, actor e encenador Resultado de imagem para atriz luisa ortigoso Resultado de imagem para luisa ortigoso


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Vamos então agora às Imprecações:

Primeiro, é da mais elementar clareza, declarar que nunca me deixei enrolar nessas falsas ondas de , "emoções", "afectos", "transversalidades equidistantes" que o Senhor Presidente da República, professor-doutor Marcelo Rebelo de Sousa tem parangonado em torno da sua personagem, suando duro para criar um mito recém-nado. Só por ironia ou sarcasmo fui tratando a coisa, dedicando mesmo um blogue a explicitar em que um Mito se distingue de um falso Mito. Mas, a ironia, em política, não pode prolongar-se muito tempo, pois corre o sério risco de ser entendida como uma crítica mole ou, pior, como um colaboracionismo travestido.

As questões que quero colocar a Sua excelente Excelentíssima Excelência são as que se vertem a seguir:

- Qual a posição do senhor professor-doutor sobre o Orçamento de Estado para 2016;

- Qual a posição do Senhor Presidente da República "in charge" sobre o Acordo Ortográfico de 1990, mais conhecido pelo DesAcordo Ortográfico ou Acordêz.

E a minha tolerância às suas respostas é Zero, "nulla di nulla". Não me basta um dos seus habituais "nim's". Não coloco nenhuma delas acima da outra, pois se as consequências económicas e sociais do OE/2016 é expectável que ultrapassem uma década, as consequências culturais resultantes do Acordêz é muito verosímil que persistam para além disso.

Ora, Sua Excelência Excelentíssima já começou a responder. E mal, direi mesmo pessimamente.
Perorou Sua Excelentíssima Excelência: "O Orçamento de Estado de 2016, nasce em situação complexa e contraditória a nível nacional e internacional, uma situação aquém do que se previa em Outubro de 2015 (ah, ah, pois então não era?? Nessa altura , com os PÁF's no poder e a chanceler a todo o gás, eram só rosas...) e encontramo-nos agora com um deficite  superior. A Senhora União Europeia - na qual nos inscrevemos oficialmente e nos sonhos - exige cortar nas medidas sociais, reduzir o deficite. No OE/2016 existe uma preocupação social, mas as previsões não serão optimistas? O OE não virá a necessitar de ser rectificado? As receitas e despesas serão realistas? E a execução, a execução??... Este modelo, a apostar no consumo das famílias será realista? A execução é uma solução de compromisso."
Sua Excelência "não viu razões para apresentar o OE/2016 ao Tribunal Constitucional " (porque terá sido, se desejo não lhe faltava?...). Concluiu Sua Excelentíssima  Excelência, o Senhor-Professor-Doutor (será que é o único no País'...) "Resta saber se o possível é suficiente, suficiente para viver em estabilidade política, social, financeira."

Esta é a síntese de uma declaração presidencial de 11 minutos e picos, interpretada sem sorrisos - nada da carinha laroca que exibiu no jogo entre a selecção nacional portuguesa de futebol e a selecção belga, em que dava a intuir que a selecção portuguesa ganhou pela simples presença beatífica da Excelentíssima Excelência - interpretada numa voz de cangalheiro que pressagia que aquela caranguejola não chegará aos céus da União Europeia.

Também em relação ao Des-Acordo Ortográfico de 1990, Sua Excelência emitiu sinais inequívocos: as falas saíam nas sonoridades que aprendeu há sessenta e tal anos, as legendas que acompanhavam as falas no mais lídimo Acordêz tão querido das camadas dirigentes brasileiras.
Isto é, o Senhor Presidente pronunciou-se não como um Presidente de todos os Portugueses, mas como um presidente do PSD.
Declaro-lhe Senhor Presidente , com toda a transparência, que na sua caranguejola, ou tuc-tuc, não embarcarei nunca.


    Resultado de imagem para fotos ou imagens do presidente Marcelo Rebelo de Sousa no discurso sobre o Orçamento De Estado de 2016         Resultado de imagem para fotos do presidente Marcelo no jogo de futebol Portugal, Bélgica


Amigos, hoje findo aqui. 

Os Leopardos também são atreitos a artroses           

         

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