Reflexões do Leopardo

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domingo, 3 de setembro de 2017

Rio Selvagem & A Grande Festa Vermelha de todos os rios, ribeiros e riachos

A investida desabrida da Administração Trampas - que está muito longe de ser apenas aquele deplorável "clown" do Trump que mendiga umas adolescentes ao Estado Russo - contra a Venezuela de Maduro encontra a sua explicação elementar não na falta de democracia - onde a Venezuela de Maduro só tem lições a dar aos "States" -,  mas nas riquíssimas jazidas de petróleo em posse do Estado Venezuelano e nas preciosas jazidas de minérios raros, entre eles o coltran (as maiores do planeta).
É claro que o Estado Cowboy tem enormes reservas do "ouro negro", porém guarda-as para outras emergências !...
São estes os motivos que explicam as ameaças da Administração ianque a não reconhecer os resultados eleitorais recentes na Venezuela e as ameaças de pressionar por todos os meios - políticos, económicos, sociais - todos os seus parceiros contra Maduro. São ameaças fortes, para cumprir, e não mero paleio retórico.

O folhetim que o Estado "Camone" tem desenrolado em torno dos mísseis norte-coreanos inscreve-se na linha dos "States" tentarem derrubar quem quer que ouse ter concepções diferentes das suas, nomeadamente em defesa do seu território nacional.
E os recentes conselhos da República Popular da China à Coreia do Norte para refrear os entusiasmos com os ensaios de mísseis nucleares armadas com cabeças nucleares de hidrogénio, são conselhos de bom senso, conselhos de um Estado responsável que não deseja iniciar uma terceira guerra mundial, desta feita com recurso generalizado a armas nucleares.

Eu sei que é cansativo estar a repetir nas edições do meu blogue estas razões, todavia os "mírdias" dominantes - nas rádios, nas TV's, nos filmes - diariamente despejam-nos sobre os toutiços as versões queridas do Grande Capital .

A propósito de filmes, recomendo vivamente o visionamento e a reflexão sobre a película "Wild River" ( o seu título em inglês ; em cartaz, em Lisboa, no "Corte Inglês", passe a publicidade que não me pagaram ) .
É um terrível testemunho sobre o genocídio sistemático que os colonos vindos da Europa, sobretudo da Grã-Bretanha, conduziram contra as tribos nativas que viviam nos territórios hoje dos EUA , tribos habitualmente denominadas de "peles vermelhas", pois os seus Povos, para se defenderem das inclemências do tempo, barravam a pele com uma mistura onde entrava o barro moído.
As tribos dos denominados "peles vermelhas" - Sioux, Cheyennes, Arapoes, Comanches, Apaches, etc, etc - foram sendo atraiçoadas por tratados de paz que nunca foram cumpridos, foram sendo empurradas pela força de armas superiores - colts, winchester's, metralhadoras, canhões - para as terras geladas do Norte - onde não existiam manadas de bisontes, principal sustento dos nativos para a alimentação, para as tendas, para o vestuário e até para as armas - para "reservas" improductivas para o cultivo, terras geladas, onde só sobrevivem pumas (espécie de leões americanos de menor porte), jaguares, coyotes, ursos, águias, terras onde impera a lei do mais forte tanto entre os animais como entre os seres humanos.
E "Wild River" nada nos poupa acerca da  degradação dos humanos, explorados que se volvem por seu turno em predadores : a embriaguez, a droga, a mentira como sistema, a traição, a violação das mulheres, o assassínio, a crueldade sem limites, a cobardia.

Nada disto é propriamente novo, tudo isto foi magnificamente descrito na obra de investigação "Enterrem o meu coração na curva do rio" - livro escrito por um norte-americano branco, Dee Brown, que conviveu com os "indios" desde criança, livro que levou 50 anos a pesquizar -   há umas 3 décadas atrás. Esta obra, profusamente ilustrada com fotos preciosas de chefes pele-vermelhas - entre eles o famoso sioux Touro Sentado ou "Sitting Bull"(na língua inglesa), ou o apache Jerónimo, que, com 48 apaches, resistiu, durante 3 anos, a várias divisões da cavalaria ianque - , com mapas, fotos de Tratados entre Washington e os líderes nativos, itenerários, fotos de tendas "índias", vestuário,  adornos, armas, cavalos ( inicialmente as tribos nativas não possuíam cavalos ; os célebres "mustangs" foram obtidos através do cruzamento de cavalos apanhados aos colonos com cavalos selvagens, tendo-se os povos nativos volvido rapidamente em excelentes cavaleiros, cavalgando sem sela, em posições que só costumamos admirar no circo ).
Dee Brown , sentindo a morte perto, editou a obra à sua custa, numa pequena edição de 5 mil exemplares ( parecem as prometidas edições dos meus escritos... ). Entretanto, e para grande surpresa do próprio, o livro correu mundo, foi traduzido em 19 línguas, já vendeu, pelo menos, 5 milhões de exemplares e inspirou alguns filmes - por exemplo, "Danças com Lobos" , de Kevin Coster ; em minha pessoal opinião, o único filme em que é um bom realizador e no qual não é um canastrão como actor.

No que concerne à Grande Festa Vermelha que acontece todos os anos na Atalaia, espaço de libertação aberto a todo o Povo Português, que acolhe nacionais e estrangeiros de todas as convicções e credos, sedentos de respirar uma atmosfera diferente, mais tolerante, igualitária, a reger-se por leis intuídas de solidariedade e cooperação - "Não há Festa como esta!..." - está nestes 3 primeiros dias de Setembro.2017 a ser vivida com a alegria, entusiasmo e brilho que lhe é característica.

Ora, não é que uma alimentação indeterminada que ingeri me obrigou a faltar na Sexta, a abertura, no glorioso Sábado - em que não cabia lá mais uma palha, numa Quinta cada ano maior - e, por fim, miséria das misérias, no Domingo, pondo-me a comprimidos, caldinhos e tisanas !??... Só pode ter sido praga de um dos deuses malignos da Casa Branca !! 
Não é que eu vá para a Festa do "Avante!", para me passear de pavilhão em pavilhão, embebendo-me da alegria circundante, imerso na mais variegada música - da Ópera, música sinfónica, jazz, fado, cante alentejano, fandangos, viras algarvios e minhotos, ritmos da América Latina, às rockalhadas mais estridentes e recentes.
Não, não vou lá para isso. Compreendo quem o faz, acho que está no seu pleno direito, mas eu gozo a Festa de outro modo. Vou lá para tentar servir o Povo Português o melhor que sei e que sou capaz, trabalhando em turnos a aviar petiscos diversos, caracoladas, camarões, imperiais, môjitos, daiquíris, "cubas livres", águas das pedras, gasosas, etc, etc. Às pressas, só costumo dar umas saltadas à Cidade Internacional, aos Pavilhões das Pinturas e do Livro (onde sempre merco esta ou aquele livro).
   
Por exemplo, este ano eu estava, e estou, preocupado com dois comunistas espanhóis, um septuagenário e um jovem, vindos directamente de Madrid, de automóvel, aos quais eu prometi oferecer dois môjitos se aparecessem no Café Concerto. Então e se os Camaradas apareceram ?...  Eu não estive lá!... O que irão pensar?...

Perguntam-me como é que sei tanta coisa sobre "a Não há Festa como esta" deste ano, se não estive lá, se não tirei o rabo de casa, mais exactamente da cadeira do computador, a roer as garras ? Olhem, porque, por um lado, os meus Camaradas do Café Concerto, iam telefonando a tranquilizar-me que não havia falta de gente nos turnos, até sobravam boas-vontades para trabalhar ( o que só me fazia sentir mais culpado por estar doente ... ).
Por outro lado, porque me telefonaram Camaradas e Amigos diversos a estranhar não me verem lá ( o que foi reconfortante, mas ia aumentando as minhas toneladas de culpabilidade pela amaldiçoada doença ... porque, de facto, nos dias da Festa, não existe outro sítio onde se viva senão dentro Dela ! ).
Entre os que me telefonaram o Elvas, da nossa Companhia de Fuzileiros nº 2 - Companhia que andou aos baldões, bastante contrariada, por Moçambique, nos idos dos sessenta -  o qual me disse que já tinha cumprido o seu turno, lamentava não me encontrar para escorropicharmos uns copos e, a propósito, indagou se eu já tinha terminado o livro de que falara - "A Guerra não foi no Cobué" .  Respondi-lhe que o tinha concluído faz três anos atrás, pronto para ser editado e aguardava promessa de edição.
O Elvas gargalhou : "despacha-te lá com isso, pois dos 150 que fomos, restamos 100 mais uns trocos; oficiais vivos és tu e o safado do imediato". Deixámos agendado um encontro com o grupo que aderisse até ao final deste ano.

Com efeito, Não há Festa como esta !...


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Saudações revigoradas, radiantes

do Leopardo 

   

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