Reflexões do Leopardo

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domingo, 24 de setembro de 2017

Conheci pessoalmente Elisabete Matos

Transantontem conheci pessoalmente Elisabete Matos !!! 
Não armem ao estúpido, não me perguntem se é alguma inglesa à procura de um "latin lover" em Lisboa ou uma pateta de uma brasileira que vem a Portugal para ir em peregrinação  a Fátima acender uma vela perto da Oliveira ( não inventei esta, estava lá um casal de ignorantes brasileiros ricos que todos os anos o fazem, demonstrando que a riqueza não lava as crendices míticas ).
Elisabete Matos, portuguesa, é "apenas" uma das 10 melhores sopranos líricas ( "spinto" ) do mundo inteiro,  na actualidade, ( escrito pelos especialistas na matéria, e não a mera opinião cá do amador ) .
Travámos conhecimento na "Bénard", a ingerir uma refeição ligeira, antes do Concerto. A despretensiosa Elisabete foi ao ponto de afirmar que leria com muito gosto o meu blogue - onde já lhe teci elogios, mais que merecidos, por mais de uma vez.  Eu, numa atrapalhação total, escrevi todos os meus contactos ( endereço do blogue, e-mail, télélé ) numa folhita manhosa de papel.     
Era tal o meu deslumbramento que temo ter-me enganado numa letra, num ponto, numa vírgula e, se tal aconteceu, lá se vai o meu instante de sorte para o galheiro. Por isso ando numa azáfama a tentar que uma querida amiga minha - Luisinha de sua graça - , que possui o emprego e a pachorra infinita para vender bilhetes no balcão do São Carlos,  lhe retransmita os danados contactos. 
Eu estava de tal modo atarantado na sua presença, que lhe disse somente ter ouvido umas 3 divas das 10 melhores. É falso. Ouvi a Callas, a Anna Nektrebo, a Angela Gheorghiou, a Montserrat  Caballé, a Renata Tebaldi e uma muito minha querida cantora italiana que destronou a Tebaldi nas paixões em voga do São Carlos ( minha querida cantora italiana que hoje já não canta por ter esforçado a voz para além do que devia, sob as exigências dos maestros tiranos; da qual de momento não recordo o nome).
   
Eu pretendo ajudar a escrever uma Ópera "buffa" para caracterizar o Ensino durante a ditadura do fascista Salazar e, se conseguir juntar os talentos - estou a contar com o meu amigo Giovanni Andreoli, alguns elementos do Coro do São Carlos, e, talvez, um ou outro dos seus solistas - e as forças necessárias, nesse caso enviarei um convite para Elisabete Matos. Ela não virá, terá compromissos inadiáveis, mas, como gritam os cauteleiros, "ele há horas da sorte !".

Elisabete Matos nasceu em Caldas das Taipas, perto de Guimarães, em Setembro de 1964, mas parece mais nova, e as idades dos Eminentes deste mundo permanecem sempre numa nebulosa que faz parte da sua aura ( de qualquer forma não se esqueçam de lhe desejar "Feliz Aniversário" em todos os dias do mês de Setembro ! ).
Elisabete, após uma carreira sinuosa em que estudou violino e canto - esteve para ser violinista... - foi descoberta por Plácido Domingo que a pôs a cantar com ele e com José Carreras.
Actualmente Elisabete Matos canta com frequência nos mais importantes Teatros de Ópera do planeta : no Met, no San Carlo di Napoli  ( a traça do São Carlos ao Chiado é uma cópia do de Nápoles ), em Washington, no Japão, na Ópera de Paris, na Ópera de Roma, no Teatro Regio di Torino, em Veneza, em toda a Espanha. 
Elisabete Matos tem preferência pelas Óperas de Puccini e Wagner, mas conta no seu repertório com interpretações acima de 50 personagens. É obra !!!

Apesar de engodado justamente com Elisabete Matos ( que, creio, continua a vir cantar a Lisboa e ao Porto por motivos sentimentais de amor ao terrunho ) vai sendo momento de falar do espectáculo a que assisti ontem. 
Na primeira parte, Nuno da Rocha, um garoto de 31 Primaveras que teve a coragem de comentar o gigante Beethoven num registo atonalista, influenciado pelo jazz.
É óbvio que os meus tímpanos tiveram dificuldade em seguir estes acordes novos ( já muito sacudidos pelo genial Emmanuel Nunes ), mas não só os meus canais auditivos, sobretudo os canais neuronais que resistem sempre a tudo o que é verdadeiramente novo ( aliás, como sucedeu a Beethoven no século XVIII ... ). De forma que "Muito Obrigado" Nuno da Rocha, puto magricela, que conseguiste ampliar os meus conceitos musicais.

Na segunda parte, o irresistível Hino à Alegria, do monumental Ludwig van Beethoven - que o pai tratou miseravelmente, ansioso por espremer em ouro e benesses o menino prodígio que lhe nascera em casa .
E os meus "Parabéns e Muito Obrigado" à maestrina Joana Carneiro, titular de um fogo interior que se estende à Orquestra Sinfónica Portuguesa , ora em explosões vulcânicas, ora em suavidades e transparências que a este mundo já não pertencem.
Os "Parabéns e Muito Obrigados" envio-os igualmente ao Coro do São Carlos ( que esperaram quartos e quartos de hora em cima do palco pela sua vez de cantar ), ao seu maestro, meu amigo Giovanni Andreoli, à soprano Carla Caramujo, à mezzo-soprano Cátia Moreso, ao tenor Marco Alves dos Santos, ao baixo ( que, por acaso, é altíssimo ) André Henriques.

Uma noite de glória destas dá ânimo para resistir à desgraça de saber que mais de 400 bombeiros continuam a combater o incêndio em Mação.
Para resistir à continuação da abominável praxe entre os estudantes universitários.
Para resistir aos novos-velhos argumentos de Trampas para voltar a atacar o Irão.
Para resistir à notícia de que o engenheiro Guitarras condena a Coreia do Norte ( mísseis nucleares "democráticos" só os dos ianques ).
Para resistir à brutalidade de os bombardeiros dos USA sobrevoarem o território da Coreia do Norte
Para aturar a hipocrisia da UGT que reclama salário mínimo para os trabalhadores acima dos 600 €urios... em 2019 !...
Para aturar o protesto do sr. Brilho de Cascalho, também denominado de Pequeno Líder Gordo. Protesto a propósito de quê ? Não faço a mínima ! Ainda alguém presta atenção ao que o senhor palavreia ?!...

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Enfim, Queridos Pais, Querida Mãe,

Nós, por cá, todos bem ,

Adeus e até ao meu regresso

Leopardo
  
     

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