Reflexões do Leopardo

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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

O Fogo dos Amigos

Em minha opinião, e na de muitas pessoas dos mais diversos quadrantes ideológicos, vivemos hoje os tempos mais perigosos após a segunda guerra mundial . Nunca o topo do Imperialismo , sediado agora em Washington/Pentágono/CIA se tinha atrevido a aparecer com o seu rosto real, o do nazismo/neonazismo , abrindo frentes de guerra devastadoras, com munições nucleares, incitando à vara larga o terrorismo , em vários países e zonas do planeta, e transportando a guerra para o espaço.
À pala das posturas imprudentes da Coreia do Norte, as Forças Armadas dos USA acabam de instalar mais uma base militar na Coreia do Sul - totalizando 16 bases em torno da Rússia - , mantendo uma enorme esquadra ianque/nipónica nas costas da Coreia do Sul , aproximando-se dos mares da República Popular da China, erguendo e reforçando uma política de muros em tudo quanto é sítio - depois de terem saudado a queda do muro de Berlim como um marco libertador ... - fomentando climas de intolerância, ódios raciais, violência, agressividade e espionite aguda por todo o lado.

O populismo  - com um modelo arquétipo na Presidência Francesa de Emmanuel Macron - tem dado um contributo difícil de medir para pretensões coloniais sem razão, completamente ultrapassadas.

Em tempos destes, os que se sentem ligados a ideários, formas de acção, convicções, afectos de Esquerda procuram refúgio, refrigério, confirmação das opções de vida, no antiquíssimo e consagrado cultivo das relações de Amizade ( como escreveu o filósofo Agostinho, Santo Agostinho para os católicos, "amor meus pondus meum", ou seja, "o meu Amor é o meu centro de gravidade, o motor da minha vida" ).

Foi exactamente isso que me aconteceu neste último fim de semana. Fui convidado por Amigos diferentes para dois magníficos ágapes. No Sábado, foi no bairro da Encarnação, dinamizado por um Fernando, participado por umas duas dezenas de pessoas. Dos manjares nem vou falar , pois eram tantos e tais que não sei se três parágrafos gordos chegariam. Destacarei apenas as salchichas grelhadas da Turíngia, com mostarda , a acompanhar uma salada de batata típica da Alemanha ( tive de fechar os meus olhos assanhadamente anti-prussianos ) e umas fatias douradas ( ou fatias paridas, nos dizeres do Porto ) que me souberam a pouco.
Mas, o importante, o importante não foram "os comes", o mais importante foi o reencontro de Amigos que já não se topavam há um ano ou mais, o acender de amizades novas, o fluir e refluir de conversas sobre os pormaiores e os nenhures do Universo, o trocar de copos e petiscos entre Amigos.

"Nella Domenica", o sítio foi outro, na praia de Santa Cruz, para as bandas de Torres Vedras, praia belíssima, para bater fotos, porém de Atlântico agreste, onde não se mete o pé sem interrogar o banheiro minuciosamente e encher os pulmões de coragem várias vezes. Resumindo, não lobriguei nenhum banhista dentro do mar.
A festa, propiciada por uma Isabel - é, parece que estou sob a influência de uma constelação de Fernandos e Isabeis, mas eu não creio nessas tretas; se eu fosse um coleccionador de coincidências, seria um verdadeiro cauteleiro de palermices - reuniu um grupo restrito de 4 seres humanos - 3 mulheres e cá o "je", todavia a estrela foi uma cadela cão d'água português, cadela semi-humana, de um belo pelo encaracolado negro, sublinhado por uma mancha de pelos brancos na garganta.
A ementa dos manjares girou toda em volta das várias formas de cozinhar as sapateiras, camarões cozidos, salada de polvo, regadas a vinho branco gelado, que impus ... democraticamente . Terminámos com cafés e eu com uma "crf". Eu tinha que estar a pau com a cadela - "Twit" de sua graça - senão, verdadeira fêmea, até a aguardente velha me roubava.
A conversa, para minha desgraça (que detesto ouvir falar de maleitas) girou em torno de doenças, como era de prever com duas médicas à mesa. Adivinharão que à Twit o parlapiar sobre maleitas era-lhe indiferente, mais interessada em explicar-me minuciosamente onde gostava que eu lhe fizesse carícias ( um bocadinho oferecida, em minha opinião, sem deixar de ser encantadora ).
A Isabel, médica, dona e mãe da Twit, tentou enfiar-me no duro toutiço que eu devia fazer um treino "pilatos terapêutico", suposta terapia que derramará sobre o meu amolgado esqueleto inúmeras benesses, além de me emagrecer. Vou fazer os impossíveis para não me esquecer da tal terapia a fim de nunca a pôr em prática, pois tenho má opinião bíblica do Pilatos e de todos os que "lavam daí as suas mãos", além de que terapias só aceito as que me são aconselhadas pela minha natureza, depois, 102 kilos para um leopardo considero que até estou magrito. 

Agora, durante uns dias, devo descansar. É verdade que vou sentir falta dos Amigos - porém, recordar também é viver - contudo, o meu castigado organismo exige-me alguma calmaria transitória. 



Resultado de imagem para fotos ou imagens do bairro da Encarnação ao pé do Aeroporto de Lisboa Resultado de imagem para fotos ou imagens da praia de Santa Cruz, próximo de Torres Vedras

                                Resultado de imagem para fotos ou imagens de um cão de água português
                                  


Saudações cordiais do 

Leopardo
         

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