Reflexões do Leopardo

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Futebóis & Pintoras




Peço aos meus pacientes leitores, que me enviem mais fotos de obras de Amrita Sher-Gil e de Margarida Tengarrinha, pois, eu desta última não consigo mais que o exposto.  











Não posso, porém, passar ao lado do conflito em decurso entre o acintoso e cronicamente furioso, à escala da paranóia, presidente do SCP, Bruno de Carvalho e o jogador peruano André Carrillo, e não posso justamente porque o litígio ultrapassa largamente o futebol e incrementa um clima de violência que, lamentavelmente, toca muitas esferas da vida actual, clima para o qual o presidente do Sporting deita todos os dias novas achas.

 Não gosto de falar de futebol por três razões: a primeira, é que a escolha de um clube se faz por via de regra em tenra idade, ao nível da afectividade, por motivos não-racionais; a segunda, é que, embora tendo um clube da minha predilecção (e certamente para o resto da minha vida) , e tendo praticado muito desporto (chutos na trapeira, quase campeão de boxe amador - fui treinado pelo falecido treinador do Sporting, Ricardo Ferraz, conhecido pelo "senhor boxe", comentador da modalidade na época -, judo de competição, râguebi,remo), de facto nada entendo de futebol, para além de um conhecimento muito elementar das suas regras (e que ainda refiro pela terminologia inglesa: "corner", "off side", "keeper", "back", "and so on"); e, "tercio", porque enveredar por uma discussão em torno do "desporto rei" com frequência liquida ou prejudica a compreensão em volta dos assuntos racionais.

O conflito resume-se rapidamente: Carrillo chegou ao SCP com 19 anos, fez 4 épocas, revelando-se rapidamente um óptimo jogador e goleador. Nos últimos 6 meses, Bruno de Carvalho meteu-o no banco dos suplentes e disse-lhe que não jogaria mais se não renovasse o contrato, no que foi ajudado por Jorge Jesus. Carrillo não cedeu às exigências. Caso não renove, o jogador pode assinar novo contrato com qualquer clube a partir de Dezembro, porém terá de esperar até ao final da nova época para integrar esse novo clube.









Nos entretantos, Bruno de Carvalho punha a circular na comunicação social um chorrilho de grosserias e inverdades nas quais insultava não somente o jogador, mas também o país natal de André Carrillo: "Se não fosse o Sporting, o Carrillo estaria a jogar numa rua qualquer do Perú"; "Do "peru" fica apenas a tradição no Natal, onde se celebra Jesus, e onde acaba comido, com os restos colocados no lixo".
Diariamente B.Carvalho vai debitando novos "mimos", dos quais é melhor mesmo não fazer eco, mas que provocaram uma resposta do Presidente do Sindicato de Jogadores do Perú (SJP).                                                                                                                                                                  A resposta do Presidente do SJP, no essencial, asseverava que : é perfeitamente lícito um jogador pugnar pelos seus interesses pessoais e pelos da família; que Carrillo é um jogador notável que integra a selecção nacional do Perú, país onde existem muitos e bons jogadores a ganharem salários mensais ao nível europeu; que os jogadores peruanos apenas procuram clubes europeus para estes lhes servirem de "vitrine" e os mostrarem a nível mundial; que Bruno de Carvalho é um troglodita, que imagina viver no tempo das cavernas a impor os seus ditames pela força.

Eu, que sou afecto ao Benfica (SLB), já manifestei em sítios diversos, nomeadamente no Facebook, que nutro o maior respeito pelo Sporting, clube que muito antes dos outros - centrados acima de tudo no futebol - cultivava a maioria das modalidades desportivas , para  
não nos alongarmos no capítulo do atletismo, que possui a marca indelével do professor Mário Moniz Pereira, formador de uma pleiade de atletas e treinadores espalhados pelo País, de norte a sul. Professor Moniz Pereira, homem de múltiplos talentos (inclusivé o musical), ao qual tiro uma vez mais o meu chapéu. Em suma, o grande clube que é o Sporting Clube de Portugal não merece ter à sua frente como cara, o "troglodita", o "homem das cavernas" que é, de facto, o actual presidente!

E virando de assunto para um muito mais luminoso e portador de Futuro. Falei-Lhes na última reflexão de Amrita Sher-Gil, a "Frida Kahlo da Índia".
Vou hoje teclar-Lhes sobre Margarida Tengarrinha, escritora e pintora, distinguida em Portimão com o prémio Maria Veleda 2014, devido ao seu percurso cultural e pela participação na formação da democracia portuguesa.
Margarida Tengarrinha, deputada eleita pela CDU na Assembleia da República durante anos, viveu cerca de 20 anos na clandestinidade, ligada ao PCP. Como é conhecido, Margarida foi companheira do artista e notável gravador José Dias Coelho, sim, aquele que a PIDE/DGS assassinou à porta da casa que habitava na altura, ali em Alcântara.
Actualmente com 88 anos, Margarida Tengarrinha continua a participar em colóquios, palestras e dá aulas de História de Arte na Universidade Sénior, em Portimão.

Eu que tenho a sorte de possuir um dos seus quadros - que fui buscar a Faro -, pintura realizada a partir da fotografia de uma árvore onde explode uma sensualidade e erotismo juvenil, óbvios, renovo-lhe o desafio: percorrer o caminho inverso - a partir de uma fotografia de um ser humano, desvelar a árvore adormecida que sonha dentro de nós.



Resultado de imagem para fotos de quadros de Amrita Sher-Gil



Amplexos amistosos (garras retraídas) do

Leopardo 
   

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