Reflexões do Leopardo

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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Bobine II

Chamei a esta reflexão "Bobine II" por ela ser a continuação da reflexão anterior. É dedicada ao filme "Trumbo", o qual nos relata a vida de Dalton Trumbo (de seu nome completo, James Dalton Trumbo), escritor de guiões para filmes, peças de teatro, folhetins, durante o período do MacKartismo nos EUA.  
Dalton Trumbo fez parte dos "Dez de Hollywood"que se recusaram a testemunhar perante o Comité das Actividades Anti-Americanas ("House Un-American Activities Comittee", em 1947, ( a 2ª Guerra Mundial havia terminado 2 anos antes ) o qual investigava as influências comunistas na indústria cinematográfica (nos EUA, o cinema não é considerado uma Arte, mas uma indústria... e um forte e velocíssimo meio ideológico).

Neste período chamado do "Macartismo", dada a enorme liderança nele assumida pelo senador dos U.S. Joseph McCarthy, foi constituída uma "Lista Negra de Hollywood", que rápidamente cresceu de 10 para 250.
Estes trabalhadores da indústria cinematográfica (produtores, editores, guionistas, actores, cantores, cenógrafos, figurinistas, técnicos de luzes, de som, etc) estavam proibidos de trabalhar acusados de simpatias para com os "Russos" e os países soviéticos.

Trumbo que tinha começado a escrever artigos e histórias (muitas de humor) em 1930, sendo publicado em jornais e revistas prestigiados - como o "Saturday Evening Post", o McCall's Magazine", o "Vanity Fair", o "Hollywood Spectator" - e vindo também a tornar-se professor no Departamento de História da Warner Bros. studio, no final dos anos 30/inícios dos anos 40, era um dos escritores mais bem pagos de Hollywood.
A sua recusa a denunciar colegas de profissão valeu-lhe ser julgado e condenado (apesar de ter apelado para o Supremo Tribunal dos EUA), cumprindo uma pena de prisão de onze meses na Penitenciária Federal de Ashland, Kentucky.

Na verdade, Trumbo começou a perfilhar posturas do Partido Comunista dos EUA a partir de 1940, mas só em em 1943 se filiou formalmente no Partido. Após a pena de prisão, vendeu o enorme rancho que possuía nos EUA e auto-exilou-se na cidade do México onde escreveu, sob pseudónimos, 30 guiões para " B-movie " estúdios dos EUA.
Com o "McCarthismo" a entrar em declínio, com o apoio de Otto Preminger, Trumbo trabalha no filme onde Kirk Douglas interpreta o personagem Spartacus, do filme com o mesmo  nome, realizado por Stanley Kubrick (em 1960). Este filme assinala o fim da  "Lista  Negra". 
Em 1975, a Academia de Hollywood reconheceu Trumbo como o vencedor do Oscar pelo filme "The Brave One". Por essa altura, Trumbo acabou por aceitar o dito Oscar e proferiu um discurso notável de pacificação, dizendo que, embora aquele "Oscar"estivesse manchado pelo sangue de muitas vítimas, na realidade  todos os cidadãos norte-americanos tinham sido atingidos e apoucados pelo período macartista (discurso que o filme reproduz de forma magistral).
Dalton Trumbo morreu de um ataque cardíaco com 71 anos (para o que poderá ter contribuído o hábito que tinha de escrever numa banheira com água fria - tal como Jean-Paul Marat - enquanto bebia quantidades apreciáveis de alcóol). Sua mulher e fiel apoiante, Cleo Fincher Trumbo faleceu em 2009, com 93 anos, de causas naturais.

Ainda outra vez, espero que o que aqui teclo, pequena rábula, Vos incentive a ir ver o filme, que é servido por interpretações e uma realização soberbas.

    
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Termino o meu blogue com um sonho onde o real o onírico se entretecem. O Sporting foi jogar a Dortmund (Alemanha) com a equipa holandesa LeverKuson. O árbitro do jogo, com as bancadas a regurgitar de holandeses, teve a seriedade e a coragem de expulsar um jogador holandês nos dez minutos finais, o que não impediu o Sporting de perder por 3 a 1.

O sr. Bruno de Carvalho, por triste sina do SCP, presidente do clube, já se sabe que não podia estar de acordo com o resultado e com a arbitragem. Investiu numa Intifada (as Intifadas palestinianas que me desculpem o onirismo) de insultos e pedras contra a equipa de arbitragem.

A polícia alemã que não é de modas (tem uma longa tradição prussiana e não só!) catrafiou o sr. BdeC e alguns dos seus guarda-costas numa cadeia arejada, iluminada ( não fosse a criatura processá-la por insuficiência de condições climatéricas), mas inexpugnável.
O sr. presidente BC saiu após uma pesada fiança paga em marcos alemães. Porém saiu numa carrinha blindada da mesma polícia, carrinha que só despejou os forçados hóspedes na fronteira austríaca, onde os processos parece que foram semelhantes (a Áustria sofre de tradições militares e policiais muito vizinhas das alemãs).

A comitiva presidencial sportinguista acabou por chegar a Portugal, depois de uns dias de viagem. Consta que não apreciaram muito a paisagem. Todavia, a sua maior preocupação, é agora desencantar o pilim, os carcanhóis, o arame, para poder custear o processo judicial em curso (germânico).

Esta crónica onírica não será acompanhada de imagens, dado todo o processo estar em segredo de justiça.   

Amplexos amistosos, mas mui cautelosos do

Leopardo

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