Reflexões do Leopardo

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quarta-feira, 1 de março de 2017

David contra Golias

Um estimado camarada meu, leitor atento do meu blogue (o infeliz !) , informou-me que Hollyhood não significa "bosque sagrado" (do que eu estava seriamente convencido), mas, sim, "bosque de azevinho" ou "bosque de zimbro".
Comentareis que uma diferença tão miúda não mereceria honras de uma correcção, porém, numa colina que tem servido de emblema ao cinema norte-americano para assaltar o mundo mediático e veicular o seu ideário tóxico de supremacia "cowboy" custe o que custar, do dólar por cima de qualquer fronteira, do egoísmo, do individualismo "a outrance", do desprezo por todas as culturas que não a das "stars and stripes", do dirimir os choques de interesses através da força militar, da guerra nuclear, do uso sistemático do terrorismo, da ausência total de solidariedade, de afectos e amor verdadeiros, estas diferenças miúdas são diferenças metafóricas, portanto, portadoras de valores éticos. E passar uma colina de "anjos" para uma colina de "azevinho ou zimbro" torna a colina mais próxima do humano, mais aberta ao contraditório, mais "democrática".

Acresce que quando teclei a edição anterior - "Camões versus óscar" - eu, Leopardo de militância "anti-cowboy" assumida, não tinha visionado o programa transmitido pela TV portuguesa, 3 horas e meia puras e duras de bombardeamento ideológico. Baseara-me no resumo habitualmente fiel de uma muito querida amiga que há décadas os vê, e grava, a todos , de fio a pavio. Aliás, eu, em contrapartida, nunca vi nenhum, sempre me recusei conscientemente a observar aquela parolada de um novo-riquismo de "pato bravo".

Desta feita, como todos os "mírdia" comentavam que tinha sido uma gala "hollywoodesca" anti-trump, grávida de alfinetadas à Administração nazi, sob a bandeira do apalhaçado Trump, em que tudo correra mal mesmo nos aspectos protocolares, dispus-me a sofrer e a gramar as tais 3 horas e meia puras e duras.
Não aguentei mais de hora e meia de vómito, pois se os "enterteiner", os premiados, amigos e familiares - que pagaram balúrdios para pertenceram aos "eleitos" que encheram a sala (inteiramente debruada a vermelho !...) - representam os EUA democráticos ( e continuo a crer que não ! ), então aquele seria um país onde eu seria profundamente infeliz se lá tivesse que viver e de onde fugiria assim que pudesse.
Então não foi que os supostos anti-trampas as palavras a que mais apelaram foram "deus", "a família", "a grandeza dos States", "a subida honra de pertencerem à nata dos vencedores", "à família hollyhoodesca"!... Tirante o "chiquismo" dos adornos, vestidos, jóias "pato bravo", o todo soava a artificial, a algo ensaiado vezes sem conta, a puxar à comoção superficial, à lágrima no canto do olho, puxava à memória as sessões e as galas da União Nacional salazarenta. Por favor, não me obriguem a voltar a esta matéria. Por uma questão de higiene política, social ... e estética.

Por outro lado, na minha proposta de uma gala cinematográfica de iniciativa portuguesa, em solo nacional, de sinal contrário ao ideário "cowboy", referi poucas personalidades no campo da Música (como à gata borralheira, o cansaço toma conta de mim a partir da meia-noite...). Todavia, personalidades não nos falham no campo da música erudita e nas novas expressões musicais. Aqui vão mais algumas.
Recuando aos séculos XVIII e XIX, Marcos Portugal e João Domingos Bomtempo.
No século XX, Luís de Freitas Branco, Eurico Carrapatoso, Vianna da Mota, Joly Braga Santos, António Victorino d'Almeida, António Pinho Vargas, Mário Laginha.
E estou muito longe de pretender ser exaustivo. Os nomes elencados são uma pequena amostra dos que se poderiam trazer à colação justificadamente.

Não tenho dúvida que o meu esboço de proposta enfrentará numerosas dúvidas que se poderão sintetizar em : "está a propor um combate entre um pigmeu e um gigante". Recordo tão somente que David venceu Golias...

Na cena política portuguesa, talvez para prolongar o período carnavalesco, o ex-ministro das Finanças, dr. Paulo Núncio insiste que a inoperância na fuga de 10 mil milhões de €uros ao fisco nacional e o seu vôo, incógnitos, para "paraísos fiscais" cabe apenas à sua responsabilidade pessoal e não pode ser assacada ao cds-pópó nem ao anterior Governo psd/cds.pp nem ao páf que lhe sucedeu. Rábula histriónica reforçada pela transitória chefa do cds-pópó, dona Cristas, cuja qual, de crista sem bússola, cacareja que o País tem uma dívida moral sem fundo  com o tal doutor com nome de cavaleiro tauromático.



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Saudações confiantes, na luta colectiva, debatida, organizada

do Leopardo





1 comentário:

  1. Amigo Leopardo, não poderia estar mais em sintonia com a tua disposição. Grande abraço

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