Reflexões do Leopardo

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quinta-feira, 16 de março de 2017

3 Versões do Amor, da Lealdade e da Traição- Acto III

O meu almoço hoje (16/03/2017) começou bem: uma entrevista na RDP/Antena 1, conduzida pela Maria Flor Pedroso, ao camarada Carlos Carvalhas.
O camarada Carvalhas fez todo o possível por salientar o enorme contributo dado pelo nosso Partido, o PCP, ao longo dos seus 96 anos de existência, para uma sociedade mais avançada, mais democrática, com um nível de bem-estar maior para o Povo trabalhador do nosso País e Carvalhas tentou salientar também a inspiração e a solidariedade dos comunistas portugueses para com o Centenário da Grande Revolução Bolchevique de Outubro na Rússia dos Czares (a propósito, a palavra Czar deriva de César, imperador romano).

Teria, talvez, Carlos Carvalhas em vista recordar as provas de amor concreto ao Povo português e aos trabalhadores de todo o mundo, dadas pelos comunistas que nos precederam nas longas décadas de clandestinidade, nas casas clandestinas de impressão do "Avante!", na distribuição atribulada de "Avantes!"a pedalar em pesadas bicicletas pasteleiras, nas torturas suportadas na António Maria Cardoso, no Aljube, em Caxias, em Peniche, no Tarrafal nos homicídios perpetrados pela PIDE/DGS, no labor sem pausa para lutar por melhores condições de trabalho, melhores salários, pela jorna diária de 8 horas no campo, por sindicatos de facto representativos dos trabalhadores, por uma informação livre.

Porém, é claro, os "mírdia" têm sido apurados no sentido de fazerem "mírdia" e a M.F.Pedrosa não fugiu à regra. Carvalhas intentaria falar do que eu disse ou de outros assuntos mais relevantes, todavia Pedrosa não se atardava em chutar bolas para o pinhal (é para isso que lhes pagam, não é?!...) e, sempre reverenciando os 12 anos em que Carvalhas foi secretário-geral do PCP - o que punha em evidência a responsabilidade da resposta - colocava-lhe questões em abstracto tal como: se fossemos Governo o que faríamos?,  iríamos a correr sair da zona euro, sairíamos da União Europeia, iríamos, por razões ideológicas, aumentar a dívida para com o Banco Central Europeu.
Carlos Carvalhas retorquia-lhe, naquele seu estilo de benigna e fleumática ironia, que aquelas eram questões colocadas em cenários sociais abstactos. Ou seja, para que o PCP fosse Governo, ou o integrasse, grandes alterações se haviam de ter verificado na UE e no nosso País, a correlação de forças seria outra, etc. Mas, sem fugir à questão, podia adiantar que lutamos e sempre lutámos pelo que for melhor para o Povo trabalhador português e para as causas solidárias do internacionalismo proletário, nunca enveredando por uma fuga para a frente, altissonantes a reclamar ou o Socialismo a caminho do Comunismo ou Nada. Tudo o que represente melhores condições de vida para os assalariados, para os verdadeiros produtores de riqueza social, conta connosco na luta. Evidentemente que lutaríamos por retomar a soberania económica, nomeadamente retomar a valorização da moeda portuguesa, deixando o Banco de Portugal de funcionar como uma câmara de ressonância do Banco Central Europeu, lutando para retomar outras alavancas determinantes da economia, da sociedade e da cultura lusa. 

Curiosamente, ou talvez não, os "mírdia" abandonaram o tema das eleições na Hungria, dado o facto de não terem vencido as forças neonazis, embora tenha ganho a Direita, que, dadas as circunstâncias, e para lá do empenhamento internacional da ultra-direita, faz figura de democrática.

Neste cenário interno e internacional, Sua Excelência Excelentíssima o Senhor do Martelo agita-se indignado porque a Juventude pré-Universitária e Universitária de Coimbra recusa ouvir Jaime Nogueira Pinto , conferencista radical da extrema-direita. Sua Excelência olvida que ao pretender tapar a calva ideológica do Pinto tira as penas à sua própria careca. Ou quando defende os direitos do autocrata Erdogan, nosso parceiro na "democrática" NATO. Os capachinhos não chegam para tudo... 


                                     Resultado de imagem para Fotos ou imagens de Carlos Carvalhas


Saudações confiantes, na luta colectiva, debatida, organizada

do Leopardo
 

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