Reflexões do Leopardo

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domingo, 7 de janeiro de 2018

Sortilégios - Le Dessert

Todas as reflexões que aqui teço são elaboradas a partir das emissões da RDP/Antena 1, de uma resenha da imprensa diária - "DN", "JN", "Exp","Exp.Eco.", "J.Eco", "CM", "Destak", "A Bola", "Record", "O Jogo" -, de dados da Wikipédia (bastas vezes corrigidos !) e neste caso particular, como ainda aqui trato do enorme músico que foi Maurice Ravel e da sua Ópera "L'Enfant et les Sortilèges", do excelente programa do Teatro Nacional de São Carlos/TNSC dedicado a esta obra.
                                                                                                                                                                   

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Estou convicto que a maioria dos meus pacientes leitores conhece a língua de Molière, porém haverá um ou outro, dominado pela influência do "Império onde o Sol nunca se punha" e, nos dias de hoje, dominado pela variante inglesa, falada nos "States" , com a glote cheia de feijões, que poderá ter esquecido o pobre francês aprendido no ensino liceal, portanto eu recordo que "dessert" significa "sobremesa". Aliás, se fossem cultores desse gigante da literatura mundial, o príncipe Leon ( ou Liev ) Tolstói, autor da monumental "Guerra e Paz" - considerado o maior romance da literatura russa do século XIX e um dos maiores da literatura mundial da mesma época, era-lhes mui difícil não conhecer o termo, pois muitas das falas da nobreza russa caracterizada na obra expressam-se em francês, língua usual na corte dos czares.
Recomendo-lhes igualmente a leitura de "Os Cossacos" (está traduzida em português) do mesmo fantástico Tolstói onde nos desvenda subtil e delicadamente - como sempre foi seu apanágio - as complexidades dessa guarda de elite dos czares que foram os cossacos, como os sentimentos contraditórios de uma experiência militar e sentimental da sua própria juventude. Fabuloso Liev Nikoláievich Tolstói que foi fundamente influenciado por Victor Hugo e pelos seus "Os Miseráveis", influências de um anarquismo pacifista, socialista, que transmitirá ao jovem Mahatma Gandhi tanto na "Carta ao Hindu" como em correspondência trocada entre os dois. 

Mas não estou aqui para lhes falar dos Russos, Povo protagonista do primeiro ensaio de passagem a uma sociedade humana nova, na qual um ser humano não seja explorado por outro ser humano - a propaganda da sociedade em extinção, a capitalista, tem instilado por todos os meios o temor de que essa nova sociedade, identificada com os Russos, seja portadora exactamente do contrário: uma minoria, uma "nomenclatura" de funcionários que se auto-nomeia, a exercer uma ditadura sobre a maioria da população, ou seja, exactamente uma fotografia da sociedade capitalista colada em cima das sociedades que pretendem o Novo Humano - estou aqui para lhes falar de Maurice Ravel e da sua metáfora ético-psicológica para crianças e adultos que acabou por intitular de "L'Enfant et les Sortilèges", parecendo-me melhor remetê-los para o notável ensaio do musicólogo Afonso Miranda que grafou: "O compositor coloca uma distância entre si e as suas obras. Para ele a arte não está no mesmo plano que a vida, a arte não tem nada a ver com a verdade ou com a sinceridade: é, antes, um reino mágico, um artifício, a mais bela de todas as mentiras. Como um mestre das máscaras, o músico domina a arte de se camuflar, de desviar as atenções de si: o exotismo, a imitação, o gosto pelo "pastiche", as referências fora de moda, e o fascínio pela dança constituem pretextos recorrentes a partir dos quais empreendeu engenhosas construções."
A.Miranda descreveu decerto muito bem o que Ravel pensava da Arte e da Vida - uma herança do grande filósofo grego, conservador, Platão (descendente de uma família de aristocratas, destinados a governar Atenas - "aristoi" significava "os primeiros"), o qual considerava a Arte o maior inimigo da Verdade ( "épistémé" ) , da Ciência - todavia, isso é contrariado talvez pela jóia maior da produção operática raveliana, "L'Enfant et les Sortilèges", dado que nela se desvela "o universo poético mais íntimo de Ravel: o amor pelos animais, o papel subliminar da mãe, a fantástica metamorfose da natureza animal, vegetal e inanimada, a fusão da realidade com a imaginação...".

Ora, são estas concepções que contra-argumentam o próprio Ravel : há que procurar a alma do Artista ( em grego, "anima", "sopro vital" ) onde ela se encontra, na sua obra, não nos aconteceres miúdos que a circundam (os cafés com torradas, os chocolates, as cigarrilhas, os devaneios de acaso, etc, etc.) .
E, na minha perspectiva, é isto que explicita a famosa frase de Ravel em reacção a aplausos do público: "Não sou eu que eles querem ver; é Maurice Ravel". Isto é, Ravel censurava o público por este dissociar o autor da sua obra, quando é nela que ele se encontra, isto é, o autor é a sua obra . O restante talvez interesse à família, à criada de quarto (sobretudo, se tiverem um filho em comum), todavia, para o público trata-se apenas, e tão só, de coscuvilhice... 

Afastemo-nos então com pena de Ravel e das realidades psicológicas do crescimento humano para constatar os aconteceres do crescimento da República Popular da China :
- A R.P.da China vai facilitar vistos para estrangeiros com alto nível de formação científico e técnico.
- O aeroporto de Macau registou um recorde de 7,16 milhões de passageiros em 2017.
- O comércio entre a R.P.da China e os países de língua portuguesa subiu 29,47 % até Novembro.2017.
- A R.P.da China tem planeado realizar mais de 40 actividades de exploração espacial no ano de 2018.
Acontecimentos e projectos que demonstram que EUA já não estão isolados no comando do planeta a nível técnico-científico, económico, militar, diplomático.

A UE dos Patrões anuncia novos investimentos e contractos com Cuba, apesar da Administração Trampas ter retrocedido e torpedeado todo o seu relacionamento com a Ilha da Liberdade.

As Forças Armadas Portuguesas perderam 25 % dos seus efectivos numa década, parte dos quais devem ter ido engrossar as tropas mercenárias ( "os soldados da fortuna" ) nos focos de guerra acesos pelo planeta fora.

O Presidente da Fundação "O Século" é acusado de ter desfalcado a instituição, o que torna a ex-presidente da "Raríssimas" Paula Brito e Costa uma precursora na arte de defraudar o Estado.

A Polícia só recupera 1 em cada 3 carros roubados.
As máfias dominam o furto e tráfico de viaturas.

Depois das últimas medidas tomadas, os trabalhadores da Autoeuropa temem a degradação da paz social.

A ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues é candidata a Reitora do ISCTE/Instituto Superior de Ciências Técnicas de Engenharia, o que significa que a espantástica criatura não tem a mínima ideia da sua impopularidade entre professores e alunos.

A Assembleia da República defende a necessidade do Governo Costa pressionar Espanha para fechar o depósito de resíduos tóxicos de Almaraz . Sem questionar o facto de que isto já podia ter sido feito durante o Governo Passaralhos Coelho/PAF liquidar o perigosíssimo depósito é de facto uma necessidade imperiosa.

Os trágicos acontecimentos em Moçambique relacionados com a subida em flecha da tuberculose e da malária (que estava praticamente erradicada ...) "tiveram motivações de natureza económica".

Em Elvas (Oh Elvas, oh Elvas,Badajoz à vista"...) , capital do Alto Alentejo, abriu um original Festival de Cinema de Guerra da Raia com 7 filmes a concurso, festival a que eu iria seguramente se tivesse carcanhóis para tal . Seria mais uma oportunidade para repensar sobre as guerras coloniais, nomeadamente as portuguesas.

A Administração neonazi Trampas prevê gastar 15 mil milhões de dólares ( equivale a 14,94 mil milhões de €uros ) , nos próximos 10 anos, para aumentar o Muro com o México com mais 505 quilómetros. Parece ter decorrido um século desde que a destruição do Muro de Berlim foi saudada como a destruição de todos os muros físicos e barreiras ideológicas.
O "super-míster" Trampas garante que o livro que escreveram sobre ele está "cheio de mentiras". E neste ponto, excepcionalmente, estará paralelo à verdade, pois a realidade deve ser muito pior que o descrito no livro.


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Aujourd'hui je finie ici

'Tou cansado de tanta porqueira

Saudações confiantes do Leopardo    


   

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