Reflexões do Leopardo

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sábado, 1 de abril de 2017

"Bonecos de Luz"... às escuras

Fui ontem ver uma peça - no Fórum Municipal Romeu Correia, no magnífico Auditório Fernando Lopes-Graça - que se pretende inspirada e uma homenagem ao dramaturgo e escritor autodidacta Romeu Correia.

Do dito dramaturgo e ficcionista não vi lá nada, excepto uma reprodução de uma fotografia famosa que faz as vezes de cenário.
O meu comentário à obra encenada por Rodrigo Francisco poderia sintetizar-se no epitáfio que serve de título a esta edição do blogue. Porém, as excelentes interpretações de todos os jovens actores - nas quais incluo o Manuel Mendonça, ao qual a arte de representar impede de envelhecer - merecem-me algumas outras endechas. Percebe-se com facilidade que aquelas interpretações, floreadas a acrobracias, foram ensaiadas vezes sem conta até funcionarem como um relógio suiço. Evidentemente que, neste particular, os elogios devem igualmente ser repartidos com o encenador-"míster", sempre a apitar para mais um ensaio.
Mas, quanto ao alvo superior da dramaturgia passa-me por cima, por baixo ou pelas laterais, pois não tenho a mínima ideia do que pretende atingir, tirante a concepção de salvaguardar expressões da linguagem popular.
O baterista e um músico de guitarra eléctrica também são cúmplices no massacre da obra (o programa salva-os esquecendo-os).

Todavia, não me custa admitir que a incompreensão seja minha, cachimónia dura de leopardo de outras eras glaciares, dado que o auditório, pleno de adolescentes, exprimia opiniões que oscilavam entre o "fixe" e o "brutal". Ora, não esquecendo a luminosa máxima do grande escritor Mário de Carvalho, "quem disser o contrário é porque tem razão", quem deve estar a trilhar o caminho da parvoeira e do snobismo devo ser eu.
É claro que também não posso deixar de registar que à minha esquerda dormitou a hora e meia quase toda um advogado septuagenário mui fã da arte de Talma, e à minha direita uma loira clamorosa, uma "tigreza" consultava o relógio de dez em dez minutos.
É imprescindível dar os parabéns às professoras que acompanhavam os adolescentes para que estes não se tresmalhassem e não sacassem a todos os instantes dos super-smartphones para entrarem em contacto com os cinco cantos do planeta. Sempre é melhor estarem ali que estarem enfronhados no "futebolês" ou sabe deus a parvoar o quê. N'é?...

Afora este evento maior no rectângulo nacional, o restante são apenas nicâncias.
O chefe Costa garante que o Novo Banco constitui um negócio de truz, pois vende-o por 10 réis de mel coado aos estranjas. Se a coisa der muito para o torto, o Zé Pagode torna a pagá-lo e a coisa arremenda-se com um Portugal- Turquia para compor a amizade entre os Povos. 

O Santana Flopes garante que jamais irá ao fundo com qualquer nova crise financeira, pois é dono de uns submarinos que nunca saem da superfície. Em último recurso, se não for eleito PR daquinadamente, retorna para a sua prisão dourada junto à mastaba da CGD, nas cercanias do liceu Filipa de Lencastre. A pulseirinha electrónica em tons rosa shocking até lhe fica mimosa.

O meu camarada , que é especialista na língua teutónica, que jura sobre Odin, o Walhalla e as Valquírias as "bondades" e "inoquidades" da língua bárbara - resgatada por Beethovan, Marx, Goethe - já sabe o resultado do Benfica-Porto de logo à noite, pois bebe muito gin-teutónico, que solta borbulhas e faz saltar os gooolos. Cada feita que solta uma borbulha, os teutónicos batem os tacões e é gooolo. É simples.

Outro que sabe antecipadamente o resultado do "derby" é Sua Incellência o Senhor do Martelo que mandou costurar 2 sacos - um vermelho e branco, outro azul e branco - atuchadinhos  de amêndoas de chicolates aos corações.

Portantos, cá vamos, cantando e rindo, de "derby" em "derby"... até aos "Canecos" Supremos.           
    

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Com  a profunda alegria e amor que nos legou
Violeta Parra
vamos cantando

"Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que formam mi canto,
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos, que es mi proprio canto.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.


subscrevo-me humílimo Leopardo

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