Reflexões do Leopardo

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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Funções dei Parolacce

Hoje deu-me na veneta reflectir sobre possíveis funções dos palavrões, pois cada vez mais me apetece recorrer a eles nos tempos que correm. O caso é para mim tanto mais gerador de conflitos internos quanto eu fui educado por uma mãezinha que mos proscrevia absolutamente.
A minha mãezinha pertencia aos bafejados pela sorte, herdeira de uma fortuna pingue? Antes pelo contrário. Nascida numa vilória da Beira Baixa, da fortuna herdara apenas uma memória exangue, portanto vá de excluir da linguagem qualquer "patuá" ordinarote a fim de insinuar que pertencia ao escol da terra.
Esclareço que uso no título a palavra italiana "parolacce" em lugar do português "palavrões" não por uma questão de snobismo - que os brasileiros pronunciam "esnobismo" - , mas, na verdade, porque , como escreveu o genial escritor Italo Calvino , compreendemos e amamos melhor a nossa língua natal quando a confrontamos com outras.

Porque será então que, tendo sido educado contra o uso "dei parolacce" , sinto "uma raiva a crescer-me nos dentes" para os empregar mais e mais? Em minha plana opinião porque os "parolacce" correspondem a uma explosão de violência verbal perante situações que ferem as nossas convicções mais cruciais. 
Daí o uso crescente daquela famosa triste trilogia traduzida nas iniciais P - C - F que também oferecem ícones gestuais com significado equivalente.
Imagino que alguns comentarão que antes a violência verbal que o uso "tout court" da violência física e eu estou de acordo, porém, recordo que certas feitas se galga mui celeremente do verbalizado para a execução física.

Corresponde a escalada das minhas explosões verbais de cólera a uma escalada das situações sociais de violência? Ora aí é que bate justamente o ponto: corresponde sim senhora!

Passemos então aos concretamente. A Administração Trampas define a Síria de Assad como "o coração do Mal" do planeta, definição de culpabilidade assumida de imediato pelo Governo francês , escárnio actual dos partidos chuchialistas europeus. É óbvio que a Administração Trampas e o senhorito Hollande pretendem deitar mão ao petróleo sírio para aviarem de seguida a capoeira petrolífera mais gorda do Irão.

Nada disto preocupa Sua Excelentíssima Excelência o profe Martelo que, nos seus dilatados vários discursos à Nação (para aclarar a voz!), vai perorando sobre o futuro do País numa política de "centrão", excluídos "os extremismos" do PCP e dos "amanhãs que cantam".
Sua Excelência Excelentíssima, parece esquecer que está a ultrapassar as competências presidenciais, que está a usurpar competências da Assembleia da República, que está a assobiar para o lado perante o atrevimento das forças nazis e neonazis a nível nacional, europeu e mundial.

"At last but not the least", o achincalhamento ostensivo da língua portuguesa de Portugal - principal factor de consciência e coesão nacional - da parte da Presidência e do Governo portugueses que permitem, no praticó-concretamente, o triunfo escandaloso do AO/90 , mais conhecido por Açordês , cujo qual sempre se revelou como uma OPA do Governo Brasileiro para penetrar economicamente nas ex-colónias portuguesas, especialmente nos Estados Indianos e na China. Mas nem a Presidência nem o Governo lusos enrugam uma sobrancelha contra o desnaturado Açordês, que a cada dia que passa vincula menos países ( talvez se venha a verificar o hilariante facto de só Portugal o assumir ), e que levanta contra ele centenas e centenas de intelectuais em Portugal, no Brasil e instituições portuguesas tão representativas como a Sociedade Portuguesa de Autores ( SPA ) e a Associação Portuguesa de Escritores ( APE )
A presença obsessiva de canções na língua "camóne" nos canais de TV e da Rádio nacionais , nomeadamente na RDP/Antena 1 ( canal público ), constitui um factor de iliteracia e um escândalo.

Para terminar, como poemar não sei, peço versos emprestados aos "Xutos & Pontapés":

                                              A vida vai torta
                                               Jamais se endireita
                                                O azar persegue
                                                Esconde-se à espreita
                                                Nunca dei um passo
                                              Que fosse o correcto
                                            Eu nunca fiz nada
                                           Que batesse certo
                                         E enquanto esperava
                                         No fundo da rua
                                        Pensava em ti
                                      E em que sorte era a tua
                                        Quero-te tanto
                                          Quero-te tanto


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Saudações militantes do

Leopardo
                                      
                                                                                                          

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