Reflexões do Leopardo

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domingo, 30 de outubro de 2016

Constelações à solta

Transantontem fui ver uma patetice ao Teatro Aberto (á  Pç. de Espanha/Lisboa) encenada pelo João Lourenço - que tem feito teatro de muita qualidade, qualidade devedora, em parte à sua colaboração/formação com o Berliner Ensemble, em Berlim Leste, na ex-RDA.

A peça, "Constelações", é de um tal Nick Payne, jovem dramaturgo inglês, também influenciado pelo teatro nova-iorquino. Não admira que a peça tenha recolhido dois prémios importantes, pois defende, no seu íntimo cerne, a ideia metafórica e tola de que existem mundos paralelos - tudo depende da perspectiva pela qual se sentem -, mundos que são equivalentes no que respeita ao seu valor de Verdade.
E é uma concepção tonta - embora defensável a nível psicológico - pois, ao estabelecer uma equivalência entre as diversas concepções acerca do Real, destrói toda a escala de valores - se as diversas visões psicológicas do Real valem todas o mesmo, todas valem o máximo... ou nenhuma vale nada ! Em suma, é uma concepção autofágica.

É óbvio que tal concepção deita por terra a própria motivação para a investigação científica - busca de métodos, teorias e práticas humanas mais adequadas ao trabalho e à vida na Realidade - , concepção muito conveniente ao Sistema Capitalista, numa etapa da sua história em que já não consegue convencer os Povos da sua bondade.

A peça, entre outras leviandades, procura apoio numa malversão da Teoria das Pequenas Partículas (electrões, protões e neutrões) de Max Plank. Plank afirmou, tão somente, que o processo de observação condiciona os resultados da observação, não sustentou (como se afirma na peça) que a Realidade é múltipla.

Na peça levada à cena no Teatro Aberto safam-se duas magníficas interpretações : as dos actores JOANA BRANDÃO e PEDRO LAGINHA. Em particular, a de Joana - cada músculo, tendão, prega do seu corpo ganha expressividade própria. Se estivessem a fazer prova de exame para doutoramento em capacidade de representar, passariam com distinção, louvor e várias voltas ao palco em ombros.

Mas, o conteúdo da peça em cena é tão chato, tão chato - com repetições incessantes do mesmo texto, por ordens trocadas e variações à viola em dó menor e sustenido - , que a hora e meia de palco sabe, do-lo-ro-sa-mente, a um dia interminável. Uma manueloliveirada das mais experimentais e metafísicas !

Porém, os dias em curso têm sido pródigos, ou prolixos, ou pró-lixo, em mundos paralelos.
O Number One Absoluto da Política "Nacional", com a ida a Cuba e os apertos de mão e "smiles" a Fidel e Raul Castro branqueou para os tempos próximos o seu longuérrimo currículo marcelo-caetanista, psdista, páfista, psdista/cds-ppista. Durante uns tempos pode, de cara descoberta, receber a benção de Sua Santidade, chefe da Igreja Romana, dono da Praça de São Pedro, director do Banco Ambrosiano ( IOR ) - suspeito de recolher e esconder fundos das proveniências mais diversa e mais infames (droga, tráfico de armas, "carne branca", pedofília) - , apertar a mão a Obama, fundador e financiador do Exército Islâmico, líder da guerra a decorrer para a destruíção da Síria dos Assad, porta-voz da Administração "cowboy" na implementação da 3ª guerra mundial.
A nível interno, o nosso Number One Político permite-se aconselhar a Arraia Miúda tuga a guardar contenção  nas reivindicações salariais, nos salários mínimos, nas reformas, a estabelecer um pacto de regime na Educação e Ensino, a dialogar responsavelmente com a chanceler Merkel , a aturar com pachorra a velhice do, até ao presente, quero-posso-e- mando do Banco Central Europeu, herr Schaüble, a morrer resignada e heroicamente nas guerras que a NATO lhe destinar.

O nosso Number Two da política nacional, sempre oleoso, sempre sorridente, garante que mandou rever o Orçamento do Estado (OE) várias voltas, sujeitou-o mesmo à tortura de "contabilidades inteligentes" pelos especialistas mais credenciados  e o que está feito, está feito. Atirou o OE, com um digno e seco "Ei-lo !" para Bruxelas.
Quanto a todos os outros itens em debate - salários, horários de trabalho, reformas, pensões, educação - é tudo uma questão de consensos, "timings", grupos de estudo, pausas para reflectir, mais consensos, todavia "a geringonça" avança, devagarinho, mas avança... decerto sem a pressa que todos desejaríamos.

Guterres, também conhecido entre a plebe como Bochechas 2, versão "português suave", semelha ter caído na pia de água benta da ONU e ouvir diariamente as harpas angélicas da Paz, dado que já esqueceu toda a cumplicidade nas guerras da NATO contra o Iraque, o Irão, "and so on", e no presente recentíssimo não faz mais que a agitar as asas da "colomba" pacífica.

Lili Caneças ainda não sabe se se candidata a PR nas eleições presidenciais vindouras visto que isso implicaria perder um chorrilho de "vernissages" com champánhe à borliú, deliciada a ouvir a música dos cubos de gelo nas "flutes" de cristal, não se enfrascar com soltura, não usar vestidos rendados espampanantes com decotes até ao umbigo e a ter de se pronunciar sobre assuntos de que não entende népias e com os quais não se rala népias.

Na opinião do "Portugalex", Jerónimo de Sousa continua a enfarpelar-se como se estivesse na clandestinidade, a morar em Periscoxe, está riscado de rugas, necessitava umas plásticas urgentes como as da Manuela Moura Guedes ou, no mínimo, de ser passado a ferro. E depois aquela "esmania" de subir os salários dos trabalhadores, o salário mínimo, acabar com o trabalho temporário, os recibos verdes, recuperar os feriados e o tempo de férias perdidos, e tudo, mas tudo, polvilhado em provérbios populares!!... Absolutamente intolerável, segundo a CIP, o "Correio da Manhã", monsenhor das Neves, Passaralhos Coelho, Maria Luís Albuquerque de Albuquerque, o Paulinho dos Submarinos (uns dias sim, outros assim assim), o insilenciável Sócas e filas de notáveis mui creditados nos mercados financeiros internacionais como Ricardo Salgado, o do sorriso de crocodilo.

A Ana Avoila destaca-se pelas posturas sindicais e a prosa rebarbativas, obsessivas a enaltecer os Funcionários Públicos (que monsenhor João César das Neves assegura que são uns calões, grudadas/os nos télélés, a pulir as unhas). Só eu é que gosto da prosa da Ana Avoila, da forma como se penteia e enroupa em vestidos vermelhos.

O Arménio Carlos é anavalhado pelos notáveis citados no parágrafo anterior ao anterior, por cadenciar um discurso muito certinho, muito contido, nunca soltar a franga, nunca dar um murro na mesa, nunca atirar os micros aos "mírdia".

Quanto aos BE's - diácono Louçã, Catarina "Martin", Mariana-Alcoforado Mortágua - não sabem mais que hão-de fazer para permanecerem os namoradinhos eternos dos "mírdia". Não foram a Cuba nem explicitaram o porquê, tratam o Estado Angolano com a sobranceria de colonizadores, encrespam-se numa fúria a favor de qualquer "luaty" que se ponha de pé, detestam qualquer vestido verde de Isabel dos Santos, luxuosa empresária, filha de José Eduardo dos Santos, confundem a família Santos com o MPLA.

O sr. Carlos Silva, de bigode cada vez mais curto, a engrossar a voz para parecer grave, patrão daquela sigla que junta as maiúsculas UGT, regurgita com mais frequência vocábulos como "concertação social" , CIP, "naturalmente" (como se os acontecimentos sociais decorressem de uma ordem inelutável da Natureza, e não de uma actüividade humana racional). Acaba por se perceber que a volumosa criatura ("grande bojo, alma de cântaro", de acordo com provérbio tradicional beirão) anda preocupada com os Senhores Empresários, com um Governo "responsável", com os parceiros europeus representados pela chanceler Merkel, por "herr" Schaüble. Acaba por fim por explicitar que o Governo do PS, PCP, BE não dá garantias de estabilidade, prefere um Governo do PSD-CDS/PP e salários mínimos de 600 euros talvez lá para o fim de 2018.

Assim, enquanto o Benfica prosseguir a somar vitórias,  o Sporting a perder e empatar, dirigido pelos senhoritos BdeC e JJ, o FCP a empalidecer e o seu Presidente a mudar de namorada mais nova para namorada mais nova (praticó-concretamente netas), a Teresa Guilherme com níveis de visionamentos elevados na Casa dos Segredos, os Tonis Carreiras a levarem variadíssimas voltas de avanço sobre o Zambujo, a Ana Moura, o Camané , que mais precisamos Nós para sermos felizes??... 

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Saudações cordiais,

confiadamente desconfiadas, 

do Leopardo

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