Reflexões do Leopardo

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Reflexões do Leopardo

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Vamos na Marcha..."au flambeau" do Fanan !

Ontem, a crise agravou-se subitamente a nível europeu, o que me levou de facto a interromper o interregno que tinha resolvido estabelecer no meu blogue (ou a fechá-lo mesmo para sempre). 
O que me levou a quebrar os meus princípios bastante rígidos? Não, não foi nenhuma daquelas tácticas do mundo da "Commedia dell' Arte" que o Dario Fo ensina nas suas reflexões. O que me levou a quebrar a pausa do blogue (para além da minha falta de jeito evidente para aquela espécie de escritos: demasiado longos, excesso de informação, sobrecarga de citações e de personalidades, centragem em questões da filosofia, da epistemologia, da línguística) foi o meu sentido instintivo de Leopardo de combate (e não de lince pela trela de uma "lolly pop") para a situação que se vive na Europa.
Qual a situação que se vive na Europa? Não, não foi a saída do RU (Reino Unido) da UE (União Europeia) do Grande Capital. Este é o único ponto em que estou de acordo com a rainha Isabel II de Inglaterra: "mas o RU alguma vez lá esteve?" Sempre conservou o poder de cunhar a Libra, de a valorizar e desvalorizar como entendia, sempre foi o pombo-correio da política que convinha a Washington e à sua ingerência militar de guerra em todos os pontos do planeta, substituindo-se à ONU. O outro ponto a que acho graça na rainha Isabel II de Inglaterra é aquela espécie de forma para bolos (em tons rosa ou lilás e que todas as "tias" e candidatas a "tias" copiam sem a graça do original) que ela usa na cabeça, que denominam de chapéu. Estou absolutamente seguro, quando, um dia mais tarde, lhe investigarem o ADN, que descobrirão que ela é uma recauchutagem quase humana da defunta rainha Vitória do século XIX ou mesmo da Rainha Virgem do século XVII (que de virgem só teve o nome).

Então o que agravou subitamente a crise europeia? Não, não foi aquele Plenário do Sector Intelectual do Distrito de Lisboa, para o qual eu retransmiti a convocatória a um montão de Camaradas, plenário no qual tantos brilharam pela ausência. Não, nesse Plenário, pelo contrário, houve um acervo substantivo de observações, reflexões, contribuições "prácticó-concretamente" (expressão respigada a Lobo Antunes, ao qual tiro de novo o meu chapéu) que enriqueceram a síntese final realizada pelo nosso Secretário-Geral. Não, também não lhes vou recordar onde se reuniu o Plenário, pois deveriam tê-lo gravado nos neurónios e estar lá prácticó-concretamente participantes, só disso sendo impedidos por morte instantânea.

Não, não é igualmente argumentável que foram reformados de serem militantes. Essa é uma concepção imbecil, tão imbecil que só pode ter partido de militante colocado aos mais altos níveis de responsabilidade, e a qual ninguém teve coragem para travar. Obviamente, partiu de militante sequioso de se alcandorar às alturas do Camarada, mas, para o ter conseguido, seria necessário possuir um nível de excelência equivalente.
A mim, ninguém me reforma de ser militante - concepção abstrusa na sua própria essência - , quando, ainda por cima, no dia seguinte à suposta reforma, me vêm pedir que lidere não importa que Frentes, às quais eu poderia dar um impulso ímpar. Para graçola, só se encontra idêntica em filmes do Walt Disney.

Então, então, o que foi que agravou de súbito a crise europeia e nacional??... Foi o Futebolês.  

Não digo isto por a minha pessoa de mim não apreciar grandemente o futebol-desporto, por a minha pessoa de mim fazer parte daquela reduzida restinga de gente que NÃO estaria disposta a substituir o treinador nacional, por a minha pessoa de mim pouco perceber das regras que regem o dito desporto, por a dita minha pessoa de mim ser já de tão provecta idade que ainda só conhece a terminologia inglesa usada nos tempos da minha meninice: "corner", "keeper", "back", "off-side", "and so on".
Não gosto de futebol? Azar o meu. Ninguém me manda ter praticado desportos que não deram, e continuam a não dar dinheirama: box, judo de competição, râguebi, remo. A Telma Monteiro, a maior campeã nacional (incluindo os judocas masculinos), europeia, mundial, olímpica de judo na sua categoria, se ganha dinheiro suficiente para pagar a preparação anual (treinos, equipamentos, massagista, treinador pessoal, corridas na montanha na Califórnia ou no Japão, acompanhamento médico) é a fazer publicidade à marca de um leite qualquer 
É claro que joguei à "trapeira" - bola constituída por uma série de meias de nylon de mulher enfiadas umas nas outras - , jogo onde eu só era admitido à defesa pelo meu inabalável princípio de que "a bola pode passar, o homem nunca !" Estes confrontos nos quais tomei parte acabavam invariavelmente à pedrada com a rapaziada do Pote d'Água que vinham para nos arrebatar o campo, a bola (se fosse de cautchú) e pelo divertimento em si de tentar rachar umas cabeças. Nada demais, puro gozo desportivo.

Porém, há muito que este futebol-desporto foi substituído pelo futebol-espectáculo-de-entretenimento, ramo dos espectáculos-de-entretenimento, que pertencem à indústria do espectáculo.
O futebol-espectáculo-de-entretenimento tem algumas afinidades com o futebol desportivo, mas o seu principal objectivo, como o de toda a indústria do espectáculo, é produzir "money, money, money".
Como ? Através da venda infinita da parafernália em voga: cachecóis, bonés, t-shirt's, kispos, bandeirinhas, bandeirolas, bandeironas, CD's, cassetes com filmes dos principais "derbies", dos golaços magistais, das tintas para mascarrarem caras e corpos com as cores dos clubes, bonecos de todos os tamanhos e materiais dos "craques", viagens de avião e de camionagem - co re-seguros especiais para estas deslocações - a fim de acolitarem os clubes dilectos às cidades e vilas do planeta onde se erguerem catedrais de portões abertos para receberem estas multidões ansiosas, ululantes, em busca, quiçá, do momento único da sua vida em que poderão resplandecer nas "pantallas" planetárias.

Ora, parodiando minimamente o que tem ocorrido - de empate em empate até à vitória final - é cada vez mais provável que ""Mister" nacional, Fernando Santos - o "Fanan" para os simpatizantes daquele "facies" martirizado como cá o Leopardo - traga para Portugal o Caneco. 
Se tal acontecer- facto histórico equiparável à batalha de Aljubarrota, à subida ao trono da dinastia de Aviz, à partida das caravelas para o Norte de África e Índia, à visão estratégica e prática do genial "Príncipe Perfeito", D.João II, ou à Restauração, às guerras liberais, instauração da República - eu vaticino, pelo menos, um milhão de pessoas no Aeroporto de Lisboa, cem mil a dormirem de véspera por tudo quanto é acesso ao Aeroporto, e as inevitáveis augustas presenças de Sua Excelência Excelentíssima o Primeiro Primeiro, e Sua Excelentíssima o Primeiro Primeiro Logo A Seguir.
Se formos excluídos INJUSTAMENTE das finais pelos Galeses - que serão de imediato excomungados pelo Sua Santidade o Cardeal Patriarca - estarão apenas no Aeroporto da Portela meio milhão.

Como é facilmente previsível o dia 11 de Julho.2016 - que talvez ascenda a feriado nacional sempi-eterno - será feriado.
Ora, isto coloca um gordo problema ao único Partido nacional que enfrentou consequentemente o fascismo salazarista, sim, claro, o do Tarrafal, o dos 340 anos de cadeia somados só nos militantes do Comité Central: por quem se fazer representar no Aeroporto.
Se lá mandamos o Secretário-Geral seremos de imediato acusados de oportunismo, pois temos vindo a denunciar o carácter alienante do futebol-indústria-do-espectáculo-de-entretenimento. Se lá não mandássemos ninguém seriamos acusados de ser a eterna força do contra, que nunca está satisfeita com nada.
Não que nos importune grande coisa sermos criticados negativamente. É o costume, a imaginação da Direita não dá para muito. Preocupante seria se nos começassem a elogiar. Veja-se o que se passou com o senhor russo, afilhado do Yuri Andropov (a quem traiu), aaquele dal manchinha na testa... que até cantava mui razoavelmente árias de Ópera à sua Raíza...

Logo, em meu simplório entendimento, a solução é sermos representados pelo Francisco Lopes e pelo Edgar Silva. São conhecidos, foram ambos candidatos à Presidência da República, o Francisco é do Secretariado e da Comissão Política (e além disso electricista, o que pode dar jeito no caso dos fusíveis falharem no Aeroporto no Dia D), o Edgar jogava futebol, e bem, no futebol federado da Madeira.



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Isto avisado, o Leopardo despede-se confiante.

Não irei ver o futebol, confio no Fanan,

Vou à inauguração do Festival de Teatro de Almada, no TMJB,

O melhor festival da Península Ibérica 

            
 

1 comentário:

  1. Mas ontem tb não havia futebol!!!!
    Além disso, na Madeira só há um, o CR7 e mais nenhum.

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