Reflexões do Leopardo

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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Os inomináveis de Caminha 2017

Esta edição do meu blogue tem por finalidade destacar pessoas cujas personalidades não devem ser misturadas com outras no mesmo cadinho quer pelo seu nível rasteiro quer pela sua qualidade superior.
Começando por baixo, a Monga empregada de um café com esplanada, ao lado da papelaria de todos os jornais no Largo do Chafariz. O café-esplanada serve os melhores "bolinhos de bacalhau" de toda a região, competindo mesmo com os do Porto. À Monga só lhe falta morder. Quem a crismou foi a minha excelsa esposa, a Bela, a qual em matérias de crismas e catolicismos não é peca.
Num nível ainda mais subterrâneo do da Monga situam-se o dono do restaurante-esplanada Chafariz  e o seu filhote adolescente Luís que imaginam poder ironizar, sem que se perceba, com os seus clientes que não são afectos ao Spórtém. Que eles sejam adeptos do honrado SCP ninguém o contesta, é apenas uma questão de bom gosto, agora que sejam "tiffosi" desmiolados do Pequeno Líder Gordo ultrapassa as fronteiras éticas do Desporto, da Cultura, do Património Nacional que é a Língua.
Tiveram sorte no facto de eu, Leopardo de antanho, não ter tido tempo para lhes ir decorar a frontaria do restaurante com osgas pintadas a spray's verdes e amarelos. Mas pode ser que lá volte nos tempos invernosos só para isso. Nunca devem ter encontrado um Leopardo com o meu bom génio a rondar-lhes a loja...

Abandonando o patamar do rés-do-chão, elevando-nos para as varandas de topo, encontramos o meu Amigo Rui Braga, dono de uma pequena mas agradável explanada em cima das areias das inolvidáveis praias de Moledo ( coexistem lá o rincão dos titis de Moledo, a fina flor da alta finança nortenha, a média burguesia mais uns golfões de alternativos/as de trançinhas, tatuados até na alma, a falar todas as línguas, e os patuleias absolutos, com o sentido estético que se imagina, a gorjear a língua "lol", "okay", "yes mon" )
Ora, o meu amigo Rui Braga este ano estava com uma azarina do catorze, pois os meses de Junho e Julho, em regra auspiciosos para as sandes, tostas, laranjadas, sumos, coca-colas, wiskyies, aguardentes velhas que vende no seu apertado espaço comercial, este ano manifestava-se bastante para o "beriovska": tempo mui emocional, com bandeiras vermelhas no mar ( nem eu estou acostumado a tanto ! ), ora sem "nortadas" (ventos dos lados da Galiza, com horários pontuais a iniciar-se às onze e meia da matina), ora com "nortadas" fora do horário.
Da temperatura das águas nem vale a pena falar, aquilo só se atura com fatos térmicos, tirante cá o Leopardo, que vai para dentro do maravilhoso Atlântico com um fato de banho vulgar e sai de lá uma/duas horas depois... em hipotermia, pois claro, todo roxo... todavia, com o enorme prazer interior de ter enxofrado a alta finança, os titis.
Nos últimos dias que lá passei, o tempo mostrou-se mais dialogante, porém abandonei os territórios caminhenses preocupado, dado que o Rui Braga - com um curso especializado numas electrónicas de que não percebo caroço - sustenta-se à custa daquilo e do velho pai que mantém um negócio de soalhos ( a riqueza interior, a generosidade, a coragem da Arraia Miúda portuguesa é inesgotável ... ).

Para terminar esta minha edição do blogue devo teclar os nomes das minhas recentes Amigas, Maria Manuel e Cristina.
A Maria Manuel é dona de uma hospedaria nos topos de Seixas, com uma vista soberana sobre a foz do Rio Minho ( que nunca me cansarei de cantar com as artes que os mesmos deuses de Camões me concederam ), uma hospedaria na Avenida da Bela Vista, nº 19, hospedaria de 8 apartamentos - pequenos almoços à inglesa ! - que dá pelo nome de Amare, turismo rural.
A Cristina é a empregada da Maria Manuel, uma daquelas empregadas que nem implorando a um daqueles deuses do Luíz Vaz se consegue ( a definição é da patroa).

Pois fiquei amigo destas senhoras pela gentileza com que me trataram e ainda mais pelo amor demonstrado ao terrunho adoptado ou natalício. Não é apenas um amor ao chão que lhes fornece o sustento, é um amor genuíno por terem intuído que vivem no ventre do que noutros escritos denominei de "Umbigo do Mundo". Não existe exagero no que teclo. Sou poeta pobre. O que me desborda é a realidade que redescobri. Se me propusessem o título de "escritor de Caminha", considerá-lo-ia uma honraria semelhante ao Nobel da Literatura.

Ao quadro desta recente amizade, é justo ainda acrescentar que a Maria Manuel prometeu deixar-me teclar na enorme e antiga secretária do Vôvô dela e eu consinto que ela lá aparafuse uma discreta lápide a testemunhar ( "aqui escreveu o melhor escritor luso dos séculos XX e XXI" ). Entendamo-nos, o excesso de modéstia transmuta-se no seu contrário...
Acresce também dizer que a Maria Manuel tem um iate e carta de patrão de costa, o que poderá proporcionarmos umas passeatas pelo  "afascinante" Rio Minho. Eu, que fui oficial fuzo da Briosa, nem o Sol ou a Estrela Polar pondo-se a jeito, consigo determinar o Norte, tiro-lhe a minha bóina de fuzileiro especial.

Como é meu hábito respeitar a palavra dada já me pus em contacto com o João Monge para elaborarmos uma Ópera "buffa" sobre o defunto reitor do Liceu Camões (em Lisboa, nos idos de 1950/55) Sérvulo Correia (para ficarem com uma ideia, o actual deputado do PSD na AR, Sérvulo Correia é um lídimo democrata ao lado do defunto pai). Mas, o Monge (que faz férias em San Miguel, Açores) já está comprometido com uma Ópera com gente do Porto.
Telefonei igualmente ao José Peixoto (a férias não me recordo onde), o cujo qual director do Teatro dos Aloés me respondeu que, após 17 de Setembro tabaqueamos o assunto. Como conto confiadamente com o meu Amigo Giovanni Andreoli, maestro do Coro do São Carlos pode acontecer que "ça irá, ça irá"...





Saudações fraternas

neste Verão de todos os Verões

do Leopardo 

     

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