Reflexões do Leopardo

Reflexões do Leopardo
Reflexões do Leopardo

sexta-feira, 4 de março de 2016

Ele há cada Albuquerque !...

Afonso de Albuquerque  (nascido em Alhandra em 1453 e que faleceu no regresso de Goa a 16 de Dezembro de 1515, portanto com 62 anos) é planetariamente  reconhecido como um génio da estratégia militar da expansão e projecção de forças a longas distâncias com o mínimo emprego de forças. É de tal forma um arquétipo da chefia militar que o seu estudo é obrigatório na mais prestigiada academia militar dos EUA, a Academia de West Point (que por sua vez servirá de modelo para muitas outras).
O seu prestígio é tanto, que nos dias de hoje, uma equipa de investigação, subsidiada e apetrechada com a mais moderna tecnologia, procura determinar se a representação pictórica mais divulgada de Albuquerque corresponde de facto ao modelo original ou se foi elaborada um século mais tarde por um bom pintor em moda que alterou a figura anterior. Para quem não sabe a estátua, no topo de uma altíssima coluna, em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, pretende representar o genial estratega. O prestígio do "Terribil" Albuquerque pode ainda ser avaliado pelo acontecido no seu enterro - há 600 anos atrás - em território goês, a população hindu acorreu em massa para verificar se o "Leão dos Mares" estava de facto morto, ou ainda - 600 após - nos distritos de Goa, Damão e Diu, o português mais popular, depois de Cristiano Ronaldo..., é Afonso de Albuquerque.   
      
A  estratégia de expansão de Afonso de Albuquerque - coroada de êxitos - tinha por objectivos fechar todas as passagens navais (na época não existiam ainda aviões) para o Oceano Índico - no Oceano Atlântico, Mar Vermelho, Golfo Pérsico e Oceano Pacífico - construindo uma cadeia de fortalezas, em locais chave, para transformar o Oceano num "mare clausum" português, sobrepondo-se ao poder dos Otomanos, Árabes e seus aliados hindus.

Os cognomes que lhe foram apostos - "O Grande", "O César do Oriente", "O Leão dos Mares", "O Terribil", "O Marte Português" - espelham tanto a sua ferocidade e carácter implacável nas batalhas (usando sem hesitar o terrorismo militar - decapitando ou mutilando cidades de milhares de habitantes - para submeter populações e estabelecer alianças favoráveis; traçando planos para interferir no sistema de irrigação do Nilo, secá-lo e reduzir o Egipto a um deserto de fome; ou envenenar as águas do "Corno Dourado" de Istambul, desestabilizando a capital do império Otomano) como uma actividade diplomática titânica que se estendeu a numerosos Reinos da Índia, à Etiópia, ao Reino do Sião, à Pérsia (sensivelmente o actual Irão, que não fala árabe, mas "farsi"), até à China.

Conquistou Ormuz (entrada do Golfo Pérsico"), as Ilhas Molucas ( "Ilhas das Especiarias", que valiam ouro), Goa, Malaca (cidade mais oriental do comércio da Índia). Não conseguiu conquistar Áden, ponto estratégico muito importante, do qual nunca desistiu, pois para tal não lhe sobrou vida.
Tudo isto, nos últimos 6 anos da sua vida (após uma carreira militar longa no Norte de África) , com contingentes militares nunca superiores a 4 mil homens (na maioria dos casos mal chegavam a mil) e com um números de navios - entre caravelas e naus - que habitualmente andavam pela meia dúzia. 
Afonso de Albuquerque morre no mar, destituído do cargo de Vice-Rei por D.Manuel I, "O Venturoso" - que não chegava aos calcanhares do seu antecessor o genial D. João II,  "O Príncipe Perfeito". Conta-se que Albuquerque terá pronunciado pouco antes de morrer (pois estava a ser substituído por um inimigo pessoal sem grande valia, Lopo Soares de Albergaria, que usava a sua estadia na Corte, em Lisboa, para intrigar) : "Mal com el-rei por amor dos homens, mal com os homens por amor de el-rei." Afonso de Albuquerque morreu pobre.     


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Bom, ninguém estará à espera que Maria Luís Albuquerque fique "de mal com el-rei por amor por do Banif, nem de mal com o Banif por amor da Arrow Global ou da filial  portuguesa da Arrow". Nem que morra pobre. Também ninguém suspeita que exista qualquer parentesco, mesmo longínquo, com o genial e "terribil" Afonso de Albuquerque.

E, contudo, subtraindo-lhe a inteligência, num estilo tosco, Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque tem sido "terribil" para a economia portuguesa e para o Povo português.
Nata em Braga a 16.Setembro.1967 (logo, 48 anos), casada com António Dias de Albuquerque (jornalista de profissão), com três filhos, licenciada, em 1991, na Universidade Lusíada de Lisboa (de não mui boa fama),com o grau de mestre em Economia/Finanças, professora na mesma Universidade Lusíada, onde foi professora de Pedro Passos Coelho (que nunca correrá o risco de ser apontado como um produto excelente, ou até só razoável, da sua leccionação), militante do PSD, ministra das Finanças entre 2013 e 2015 (período da coligação PSD-CDS, que virou PÁF), Maria Luís (para o gentio) continuando deputada na AR pelo PSD, firmou um contrato, como auditora, com a grande firma inglesa Arrow Global.

Ora o negócio da Arrow é comprar dívidas a bancos e empresas em crise para depois negociar essas dívidas. O Banif foi um desses bancos, que em 2013 foi salvo por dinheiros públicos e que 3 anos depois entrou de novo em ruptura e pedincha outra intervenção estatal.
Maria Luís garante que esteve afastada deste "tema" entre 2007 e 2011, mas a verdade é que nesse período aprovou uma "swap" das Estradas de Portugal.

Por outro lado o PCP levanta dúvidas quanto à legitimidade da contratação de Maria Luís pela Arrow, questionando e exigindo ver esclarecido na AR se o denominado "período de nojo" foi respeitado.
O Regime Jurídico regula o "período de nojo"- isto é, o período de tempo durante o qual um ex-governante não pode assinar contratos com empresas privadas, de molde a resguardar as informações e influências que o  ex-governante possui e pode eventualmente usar dentro do aparelho do Estado. No seu artigo 5º, o Regime Jurídico prescreve um período de 3 anos contado a partir "da data de cessação das respectivas funções".

É liminarmente claro que no caso de Maria Luís o "período de nojo" não foi respeitado e os interesses do Estado e dos cidadãos anónimos (e contribuintes!) não estão a ser salvaguardados. Maria Luís tem-se enovelado em explicações trapalhonas (que é apenas administradora não executiva) que a desfavorecem mais e mais. A tal ponto que Manuela Ferreira Leite (colega de Partido, PSD, e também ela ex-ministra das Finanças) acusa Maria Luís de "ausência total de bom senso" por ter aceite o cargo na Arrow e, acrescenta MFLeite, "não creio que haja alguma comissão de ética na assembleia (da AR) que vá aprovar uma coisa destas".

Portantos, fica óbvio que não existe parentesco entre Maria Luís Albuquerque e o genial estratega e defensor do Reino de Portugal Afonso de Albuquerque excepto a coincidência de um apelido e o carácter "terribil", embora por motivos diversos e mesmo contrários.

Os meus leitores consideram que a Maria Luís merece umas imagens?... Vá lá, algumas, numa espécie de muro da vergonha ou da desvergonha.   

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Amplexos indignados do

Leopardo

quinta-feira, 3 de março de 2016

Hoje há palhaços! e uma Cereja

Os palhaços que me desculpem (sempre gostei imenso de Circo e no círculo sagrado da actividade circense, os palhaços; sempre foi para mim evidente, desde a infância, a pobreza que espreitava por trás daquelas pessoas que nos faziam rir e maravilhar) por aplicar a sua designação, para mim, honorável aos espécimenes que abaixo (ai, tão abaixo!) se mencionam.

José Manuel Coelho, deputado na AR da Madeira, abre a gala destoutro Circo. Então não é que o "faz tudo" - já nosso conhecido de outras ocasiões eleitorais e de astúcias equiparáveis; um espertalhudo - se despiu na AR da Madeira, entregou as roupas ao presidente da Assembleia Regional, a pretexto de protestar contra não importa o quê.
Advertido pelo presidente da AR que teria de mandá-lo evacuar da sala ( e não na sala, que a língua portuguesa é muito traiçoeira!) , incorrendo numa pesada pena pecuniária, o deputado nu, desandou para o Bar da dita Assembleia, ainda em trajos mui escassos, a engolir qualquer coisa (talvez um "madeira" velho que é remédio santo para todas as maleitas).
Tenho por mim que o presidente da AR madeirense não teve presença de espírito nem humor suficientes. Eu tê-lo-ia informado da pena pecuniária, irreversível, mas tê-lo-ia deixado continuar nas bancadas. Decerto os outros deputados lhe atirariam fisgadas com alfinetes, cuspidelas, um ou outro apalpão, os mais ousados. Eu sei que para o "faz tudo" Coelho do Funchal  seria uma coroa de glória. Mas merecia-a.


                                    


O outro palhaço é do "continente", também acorre ao apelido de Coelho, contudo para não termos dúvidas de quem se trata é melhor soletrar Pedro Passos Coelho. Este Coelho, que fala impante em todo o sítio onde lhe franqueiam a entrada como se ainda fora primeiro-ministro, afirma que a culpa não é dele, "é que as pessoas que o convidam julgam que ele ainda o é".
Comentários para quê? Só pode ser Alzheimer precoce ou imbecilidade infantil tardia. 
Como se pode constatar o coelho continental é bem menos arguto que o ilhéu. O ilhéu arquitecta o espectáculo, a palhaçada; para o continental, a palhaçada é inconsciente, é uma deficiência infantil nunca tratada, porventura estimulada. 

                                          Resultado de imagem para fotos ou imagens de Pedro Passos Coelho 


O terceiro palhaço é uma palhaça. A incontornável Assunção Cristas, a qual, como tem sido bastamente noticiado pelos "mírdia", concorre (?) à liderança do CDS/PP.
Entrevistada por Maria Flor Pedroso, a Cristas ocupou a entrevista a asseverar que tinha sido mal interpretada em todas as suas declarações anteriores. Como, por exemplo, em relação aos casais homossexuais. Ela, Cristas, tem um "projecto" (sic!) conservador - um só marido, sempre o mesmo, 4 filhos (até ver) - , mas se os casais homossexuais têm outro "projecto" é lá com eles, ela, Cristas "não vai por aí". Espero, sobretudo, que não venha para as minhas bandas... já bem me basta cá ter a Rosinha de Belém...



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Que se pode concluir? Um dia rico de palhaçadas. Reitero as minhas desculpas à honorável profissão dos palhaços do Circo propriamente dito.

E para Vos compensar, pacientes leitores, recordo aqui as canções mais célebres desse enorme actor, cantor, músico, militante político norte-americano que dá pelo nome de Harry Belafonte  ( que, aos 88 anos, afirma que ainda não chegou o tempo para ele parar) :

  - "Island in the Sun"
  - Act III   "Round the World", Matilda
  - Act II     "In the Caribbean . Mama look A Boo Boo"
  - Day O

Na outra edição do blogue, esqueci-me de o escrever.

Amplexos amistosos do 

Leopardo  

quarta-feira, 2 de março de 2016

Ainda os Óscares

Pelas razões que explanei nas edições anteriores do meu blogue é sem prazer nenhum que volto à questão dos Óscares hollywoodescos, mas uma forma de enfrentarmos o mal não é fingir que ele não existe.

Assim, impõe-se dizer que a actriz Jada Pinkett-Smith (atriz negra, mulher de Will Mith) Spike Lee - realizador afro-americano com obras notáveis e satíricas sobre o racismo norte-americano no cinema - anunciaram (no dia em que nos "States" celebram Martin Luther King) que não estariam presentes na Cerimónia e que a boicotariam, pois, pelo segundo ano consecutivo, nenhum actor negro foi nomeado.
Entre outras formas públicas de contestação da Cerimónia, Jada enviou uma carta ao apresentador dos Óscares - o comediante Chris Rock, humorista afro-americano conhecido por lançar inúmeras graças afiadas sobre a discriminação racial nos "States". Dizia-lhe ela, Jada, na carta, que estava satisfeita por terem escolhido o C.Rock e ela própria não imaginaria um apresentador melhor. C.Rock  "correspondeu-lhe" espetando farpas nos dois lados.

A ausência de actores negros e latinos entre os nomeados nas categorias de representação gerou críticas um pouco por todos os estados dos EUA logo que foram anunciados os nomes candidatos.
A Cerimónia foi pródiga a destacar os decotes mais generosos, os vestidos mais transparentes e os penteados mais exóticos das actrizes e Leonardo DiCaprio - que venceu o Óscar de melhor actor - tal como qualquer vencedora de um concurso de Miss Universo, expressou as banalidades em voga sobre o apocalipse do aquecimento global.

Após este apocalipse cultural, estou a pensar seriamente, eu, O Leopardo, em boicotar a próxima cerimónia das Estatuetas Douradas, pois não me recordo de nunca nenhum nome de realizador, actor, profissional português da Arte cinematográfica ter ganho um Óscar ou ter sido sequer nomeado para a possibilidade de o ganhar. ELES VÃO VER !!!...   

   Resultado de imagem para fotos ou imagens das estatuetas dos Óscares    Resultado de imagem para fotos ou imagens da atriz Jada Pinkett-Smith  Resultado de imagem para fotos ou imagens de Spike Lee     Resultado de imagem para fotos ou imagens de Chris Rock Resultado de imagem para fotos ou imagens da estatueta dos Óscares


Resultado de imagem para fotos ou imagens de Will Smith                Leonardo DiCaprio ganhou o Oscar de Melhor Ator em cerimônio no último domingo (28)               Resultado de imagem para fotos ou imagens das estatuetas dos Óscares


Eu, Óscares, só tive um : o meu amigo Óscar que era irmão da coreógrafa e bailarina Luna Andermatt, ambos já falecidos (tanto quanto sei).


Amplexos amistosos do 

Leopardo

Post-Scriptum: quando me deitar vou vasculhar não vão ter-me enfiado algum Óscar debaixo da almofada. O prevenido morreu sem Óscares...    

O Povo para quem eu escrevo

Caminha apressada, coxeando. Talvez classe média, fato de treino debaixo de um espesso casacão de boa lã aos losangos acinzentados. Pequena, grossa, perto dos setenta, o cabelo muito curto pintado de louro, dependurado de um braço um grande saco de plástico que atulhou num super-marcado da zona -  às Olaias.
Não é sítio onde se passeie às nove da noite. Muita ciganada, muitos capuzes a encobrirem faces onde fosforecem carbúnculos desafiadores.
Mas usa manquejar esta via, no sentido ascendente, o olho fito num alvo imaginado que se adivinha que seja a casa.
Terá marido à espera? Se tivesse devia tê-la acompanhado... Talvez não possa. Talvez esteja acamado ou preso a uma cadeira de rodas - e não será fácil mover uma cadeira de rodas neste empedrado irregular que é sempre a subir ou sempre a descer.
Irá ainda fazer o jantar? Ou terminá-lo? Terá optado por uma daquelas refeições já prontas que só precisam de ser aquecidas no micro-ondas?
Assegurar-se-á decerto que o marido tenha tomado todos os medicamentos necessários ao prolongamento da vida.
E depois? Verão ainda um programa televisivo até adormecerem?...
Sono interrompido por tosses nocturnas e idas inadiáveis à casa de banho. 
Discutirão uma vez mais a substituição das viagens à "casinha", no meio da noite, ensonados, por uma arrastadeira ou bacio no quarto. Porém, uma vez mais, o marido recusará determinado. Por fim adormecem.

Não será o filho da minha mãe a propor-lhes a atanásia ou eutanásia ou lá como diabo se denomina.
A vida é um milagre. Porventura o único. E o amor também. 



       FRIDAKHALO
     

                                                                                                                                                                 Amplexos milgrosos do 

Leopardo 

terça-feira, 1 de março de 2016

Rebobinando Teatro

Não será apenas por anemia de imaginação que torno a empregar o termo "bobine", é também porque a peça de teatro (?) "Dramas de Princesas: a Morte e a Donzela" começa exactamente pela projecção numa tela, durante uns intermináveis 20 minutos, por um longo longo monólogo repetitivo repetitivo, debitado pela face, ora lacrimosa ora sorridente, de uma jovem mulher, que fala, que fala, sobre, sobre ... não sei o quê. Talvez a tónica dominante seja que os homens são maus e fazem sofrer sofrer as mulheres (seria isto, porém não juro porque parte do tempo passei pelas "brasas").

Até hoje o Teatro Municipal Joaquim Benite  (TMJB/Almada)  - que foi onde entrevi sonolento a peça (?),  - não tem publicado os textos que teclei sobre as obras a que lá assisti - durante o Festival ou extra-Festival - justificando que eu digo "excessivamente bem" dos trabalhos lá representados, o que não é condicente com a sua necessária modéstia. Tem congelado os meus textos numa honrosa e submersa pasta da Imprensa, que fará parte do historial do TMJB.

Este texto também o não publicará decerto por razões inversas (mas, garanto, não foi por isso que o escrevi, embora uma vez  por outra me ocorra que esta discriminação de que sou objecto será de natureza honorífica...).

Ora, a questão é que a obra "Dramas de Princesas..." , da austríaca Elfriede Jelinek não é uma peça de teatro, mas um texto filosofante - entumecido de "eufrásias" à procura de Sócrates (o filósofo grego) -, debitado ora numa histeria cénica, ora numa morbidez de casa mortuária. E um texto filosofante que pretende defender a condição feminina colocando-se na perspectiva errónea de que entre homens e mulheres se trava uma verdadeira luta de classes.
A perspectiva está errada e provoca mais que provavelmente efeitos adversos para a condição social feminina, até por que as mulheres da alta, média alta e média burguesias não se identificarão entre si e muito menos com as mulheres do proletariado e do "lumpen". E não se identificarão porque a fronteira da luta de classes não é aí que se situa.

As actrizes e actores ( Alexandra Viveiros, Alexandre Pieroni Calado, Gustavo Salinas Vargas, Paula Garcia, Sandra Hung, Sofia Dinger), "co-criadores", são co-responsáveis pelo que se passa na cena? Só na medida em que assumiram representar o texto, pois julgo mesmo que, uma vez dentro do espírito e do ritmo do texto ( que rapidamente se torna previsível) desenvolvem interpretações excelentes.
     
Falta-me acrescentar que eu - amante desde a tenra infância da Ópera, espectáculo que desde o seu parto sempre se pretendeu ser um espectáculo global, envolvendo todas as outras formas de Arte - nada tenho contra a concatenação numa peça de teatro do vídeo, do canto, da declamação, das vozes "off", mas o resultado final deve-nos entrar primacialmente pelos sentidos, pela emoção, pelo coração, não por via da Razão, caminho por excelência da Filosofia e da Ciência.

Não pensem que tenho em vista com esta reflexão crítica uma finalidade destrutiva. Mas, aos Amigos, só devemos oferecer o que julgamos que seja a verdade. 



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Amplexos amistosos do

Leopardo