Reflexões do Leopardo

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domingo, 11 de março de 2018

Espiões Russos

Esta peça em 1 Acto deverá vir a ter várias cenas... a ver vamos ... como diz o cego .

O mais honestamente que me é possível - e não me é possível muito, pois, senão, ninguém me acreditaria - esclareço que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência... ou um azar do caraças .

O "fait divers" do qual parte viaja pelos "mírdias" do costume. Sergei Skripal, antigo coronel dos Serviços Secretos Russos ( "coronel" é usualmente o posto mais alto que se atribui aos seres humanos nestas funções - isto, porque a titi Cristas ainda não se lembrou de exigir na AR uma "coronela", ao abrigo da "igualdade de género"... ) foi condenado, em 2006, a 13 anos de prisão por actos de espionagem : ter transmitido informações confidenciais ao Governo Britânico ( sinceramente não enxergo onde está o crime, dado que a tarefa de um espião é espiar e passar essas informações confidenciais a uma entidade superior, habitualmente um ministro dos Serviços de Administração e Segurança ou o equivalente ).
Anos decorridos, o tal do Sergei foi perdoado, no contexto de uma troca de espiões entre os EUA e a Rússia. Não terá sido perdoado com a benção dos Papas, dos Três Pastorinhos, da Virgem e da Oliveira de Fátima, visto que terá sido exposto a uma substância tóxica não identificada, no Sul de Inglaterra e encontra-se internado em estado muito grave num hospital em Salisbury, Wiltshire, no Sul da Inglaterra  ( ele, Sergei, de 66 anos e a companheira de 30 aniversários, que o assessorava desde que a esposa de várias décadas lhe falecera ).

Então, digam-me lá se isto não é um folhetim lindo, lindo, lindo, digno da SIC e do tio Balsemão ou mesmo da TVI , desde que assumido por um monsenhor bispo menos notoriamente conhecido pelo seu reaccionarismo medieval ?!...

Entretanto, por mais "outsiders" que queiramos parecer ( teclei a "word" "outsiders" por quatro razões: a primeira é por que o inglês é a língua internacional da espionite; a segunda é para me dar uns ares de ser do "milieux"; a terceira é por que ninguém sabe russo... nem eu ! ; a quarta é por que a linguagem e os métodos da espionite transvasaram para todas as áreas da vida social, nomeadamente para o futebolês... que o digam as direcções do FCP, do SCP e do SLB ) é impossível não deixar de erguer várias questões :

- Como é que de uma troca de espiões entre os EUA e a Rússia, em que esta última entrega à primeira um peso-pesado como um coronel da espionagem russa, o dito cujo coronel SS é cedido pela CIA/FBI ao MI5 - coroa de glória da espionagem britânica, creditada a nível internacional como uma das melhores do planeta - sabendo-se que nestas matérias da espionite não existem casamentos para a vida, apenas umas "amigações" temporárias, revisíveis na primeira esquina de interesses desavindos ?

- Poderá das interrogações anteriores inferir-se que a Coroa e o Governo Britânicos perderam toda a independência e passaram a constituir apenas mais um Estado dos EUA , Estado camuflado para não achincalhar completamente a Coroa Britânica e os seus Súbditos ?...

- Mas, se o coronel russo Sergei Skripal traiu a sua Pátria - e é famoso o nacionalismo do Povo Russo, ao qual o Estado Russo sempre recorreu ( tanto a Rússia dos Czares, como a Rússia dos Sovietes, como a actual Rússia de Pútin - quem o assassinou ?

A resposta óbvia dos ingénuos será: "foram os Russos para se vingarem". Porém, porque correriam os Russos o risco de o intoxicar letalmente ( e sem grande eficácia... ) em Inglaterra , onde impera o famosíssimo MI5 , e onde seria fácil de serem inculpados na opinião pública mundial?...
A verdade é que um espião - e para mais um super-pesado como um "coronel" - a partir do momento em que se torna alvo dos  "mírdias" está decapitado, pois as suas armas consistem precisamente nos segredos altamente confidenciais que armazena nos seus ficheiros ( qualquer que seja a forma que estes assumem ) e nas redes de informadores que conseguiu penetrar ou captar. Como espião resta-lhe a reforma, a menos que possua um talento invulgar para escrever como sucedeu, por exemplo, com John Le Carré ( espiões, seres humanos treinados profissionalmente para mensagens sintéticas e transmitidas em códigos inventados ). Todavia, propriamente como espião só tem em aberto a via da aposentação mais ou menos discreta.

A menos que o novo Kaizer Pútin (ele, igualmente provindo do KGB e da confiança de Yuri Andropov ) tenha decidido manter os focos do mediatismo abertos sobre Sergei Skriptal, para desviar esses focos de um novo "coronel" no terreno ... ou, talvez, hipoteticamente, porque Sergei realmente não traiu - apenas sacrificou algumas "confidencialidades" e uns tantos colaboradores - e o recente capitalismo selvagem da nova Rússia, resolva apresentá-lo, em tempo oportuno, como um herói e mártir da Rússia actual .

Assim, como hipóteses mais plausíveis, podemos questionarmos se foi o Estado cowboy ou a secular Albion que o liquidaram. Mas porque "arrumá-lo" se o tinham asfixiado nas mãos de chumbo ?... Intriga digna de um super-Hitchcok !
Aventurando-nos na imaginação talvez uma Arábia Saudita , habituada a processos mais radicais... ou uma Turquia sem grandes cautelas com os meios usados ... ou um Daesh que recorre em regra a explosivos diversificados e a foguetões lança-chamas ...

Tudo isto, são trilemas delirantes no bestunto de um blogueiro modesto. Eu, Leopardo, não possuo nenhuma rede de espiões a não ser as nada fiáveis resenhas da imprensa diária portuguesa, co-dependentes dos ainda menos fiáveis mírdias internacionais , assim só posso treslirar e divertir-me com o treslírio...

Os acontecimentos prementes do quotidiano impelem-me a recomendar-lhes vivamente que exijam ao Teatro Municipal de Almada Joaquim Benite que inclua no usualmente magnifico Festival de Teatro de Almada a peça "Um D.João Português", peça acompanhada de um diálogo opinioso com o público.  A peça dura 5 horas, dividas em duas "tranches", sensivelmente de 2 horas e meia cada, com intervalos, em dois dias seguidos.
A peça, encenada pelo Luís Miguel Cintra e por Levi Martins , representada por um elenco de luxo de excelentes actrizes e actores, é incontornável ( detesto esta palavra, embora não encontre no meu pobre léxico forma de a contornar ... ) e a conversa com o público, esclarece-nos luminosamente sobre os processos como o Grande Capital assassina com anestesia a Capacidade de Criação nos seres humanos.
Eu, Leopardo de toutiço duro, delongar-me-ei sobre esta Obra na próxima crónica, mas posso avançar que eu assinaria por baixo, na íntegra, as opiniões expendidas pelo Cintra . 

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O sempre confiante e prenhe de uma alegria infinita

Leopardo        

quarta-feira, 7 de março de 2018

Os Varela Gomes: o Capitão-Coronel e o Escritor & sempre a Escumalha, as Incertezas, as Vitórias

Confesso que tenho tido dificuldade em continuar a crónica anterior até porque ela vai resultar num confronto entre os Varela Gomes, pai, capitão-coronel, e filho escritor-romancista, também até porque tenho à beira do meu computador uma revista com a foto do "meu" "1º capitão-coronel de Abril" - envelhecido, papos nos olhos, atitude sempre determinada - e ela "mexe" emocionalmente comigo.
Em relação ao pai João Varela Gomes creio que escrevi o essencial para uma foto "à la minuta". Valerá a pena corrigir uma ou outra tolice que surgem nas wikipédias e revistas disponíveis, as quais dão o "meu" coronel, na fase final da sua longa vida, associado à UDP ou ao MRPP. Julgo que terá sido uma colheita pouco criteriosa de informações. O Partido do qual João Varela Gomes esteve mais próximo foi do PCP - e daí a sua relação comigo, militante a pender para o sectário - , mas nunca se iria aliar a Partidos com muito menos miolo político e militante que ele próprio, ele que só aceitava directivas dele mesmo, cabeça autoritária, porém muito estudiosa e questionadora.
E para rematar estas linhas breves sobre o insigne revolucionário "1º capitão de Abril " e coronel líder da 5ª Divisão, após o 25 de Abril, é de facto penoso registar as palavras míopes do Sua Excelência Excelentíssima o sr. Presidente da Repúbica , o cujo qual apenas enxerga algum mérito na actividade"antifascista anterior ao 25 de Abril"  do João. Creio que são erros de visão  ideológica que nem com lentes "varilux" ou lupas vão ao sítio...

No que respeita ao Paulo Varela Gomes a Wikipédia, a "Visão", a "Esquerda", o "Obituário", a "Wook" desbordam-se generosamente : que foi crítico literário, escritor, historiador de arquitectura, professor do ensino secundário e universitário, que faleceu em 2016 de um cancro na otofaringe diagnosticado em 2012; que foi militante da UEC e do PCP, antes de fundar, com Miguel Portas, a "Democracia XXI", a qual integrou durante um período curto o BE ; que viveu vários anos em Goa como representante da Fundação Oriente; que escreveu diversas obras de ficção - "Hotel" (em 2014), prémio PEN do Clube Português de Novelística ; "O Verão de 2012" (em 2014) ; "Era Uma Vez em Goa" (em 2015) ; "Passos Perdidos" (em 2016) ; "A Guerra de Samuel e outros contos (publicada postumamente) - , obras de ficção todas editadas pela "Tinta da China" ; que colaborou em diversos jornais e revistas, designadamente no "Público" ( do "boss" Balsemão, aquele que afirmou que "os meus jornalistas possuem toda a liberdade para escrever aquilo com que estou de acordo" ... ) que apresentou documentários de televisão ; que foi pai de 2 filhos e avô de 1 neto.

Convivi muito mais tempo com o Paulo do que com o João . Juntamente com ele, e uma catrefa de outros, tomámos de assalto o simulacro de Sindicato dos professores fascista que existia e fundámos o revolucionário SPGL ( que hoje repousa nas mãos revisionistas do Avelãs ...) 
Como era o Paulo para além da hagiografia oficial ? De uma magreza e autocracia semelhante à do pai (acertava umas lambadas à bela T. , com a qual vivia então num "ménage à trois", quando ela não guiava o 2 cavalos no trânsito lisboeta como ele pretendia...), senhor de uma memória espantosa e palavra fácil que tinha o condão de tornear opiniões capturadas a outros e retransmiti-las como se elas fossem originais, talentos que lhe valiam a cobiça de muitas jovens da "Sedes" - carinhas larocas que, uma parte, anos após, se foram alojar no BE ou no PS (para grande tristeza minha, devo declarar) - as quais, para diminuir as intervenções dos militantes do PCP, o crismaram de "Ajax" , pois os seus discursos irónicos e contundentes viravam as votações das assembleias de professores. Curiosamente ( ou não... ) a abundante hagiografia em torno do Paulo omite esta actividade sindical, talvez como se a actividade sindical estivesse manchada de um pecado mortal que desfigura todos os humanos...

Era inteligente o Paulo ? Era sim senhora e redigia com brilho, porém a sua volatilidade ideológica e política assemelhava-se à das marés : um vai e vem constante ! O fim da sua vida confirmou essa volatilidade.
Teclou a respeito de si mesmo : "Tenho um cancro de grau IV. De cada vez que abro o teclado do computador na intenção de escrever, ocorre-me a frase, já mil vezes repetida "quando estiverem a ler estas linhas, é provável que o autor já não esteja vivo" ; "A vida é muito menos cheia de prosápia do que a morte. É uma espécie de maré pacífica, um grande e largo rio. Na vida é sempre manhã e está um tempo esplêndido. Ao contrário da morte, o amor, que é outro nome da vida, não me deixa morrer às primeiras: obriga-me a pensar nas pessoas, nos animais e nas plantas de quem gosto e que vou abandonar. Quando a vida mais vence em mim do que a morte, amo os que me amam, e cresce de repente no meu coração a maré da vida."
O Paulo já não está entre nós, assim não poderei discutir com ele aquilo em que concordo e em que discordo do que redigiu, porém considero que o dito está dito com profundidade e com elegância literária. 
O "Obituário" definiu-o como "comunista reaccionário" (sic !) "doente terminal, quis matar-se. Um raio de Sol, Deus, não deixou."
Duvido que o Paulo se revisse inteiramente neste obituário, todavia um seu amigo definiu-o como um "enfant terrible" e "troublemaker", o que julgo poderia ser o cruel epitáfio de uma vida que se recusou a crescer.
De qualquer forma, o funeral será na capela de Podentes, concelho de Penela, depois de uma missa de corpo presente...  

Compreenderão que após ter teclado o que teclei sobre os Varela Gomes sinto quase como uma traição acrescentar mais uma notas sobre realidades em curso menos edificantes.
Mas fá-lo-ei. Deixo para os meus Amigos a tarefa de os classificar em "escumalha", "incertezas" ou "vitórias". Até ao apuramento final, magicarei que prémios posso oferecer-Lhes, visto que "guito" não possuo senão o estrictamente necessário para me alimentar e umas drogas para aguentar os estragos da idade.

Sua Excelência Excelentíssima, o Senhor do Martelo agraciou Sérvulo Correia, deputado do psd na AR e Fernando Pimenta, canoísta triunfante do SLB, com a Ordem de Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito - o que contrasta com a escassez de méritos que enxerga nos Varela Gomes - , condecorações com as quais Sua Excelência prossegue a sua promoção da Direita portuguesa e a sua campanha de afectos.

A empresa Celtejo encontra a partir de hoje novas restrições ( votadas na AR ) para as descargas poluentes que efectua no rio Tejo.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção de Moçambique detalha hoje o seu programa estratégico.
O Centro Cultural Português no Maputo ( capital de Moçambique ) edita hoje textos do arquitecto português José Forjaz.
As autoridades moçambicanas apreenderam uns lotes de carne alimentar suspeita de propagar listeriase.

O meio-irmão de Kim Jong-Un foi morto com uma substância neurotóxica - a droga VX - sem que qualquer força política ou terrorista assuma o crime.

Pouco após a mandatária e conselheira da imagem do clown neonazi Trampas se ter demitido, demite-se igualmente o conselheiro económico do Presidente cowboy. 

O SCP de Brilho de Cascalho entregou uma queixa à FIFA reclamando que o clube Atlético Mineiro, do Brasil, lhe deve 1,9 milhões de €uros pela transferência do futebolista Elias. O raio da criatura Cascalho deve ter considerado lá no seu bestunto que já há dois dias não dava sinais de tolice. E quem adormece esquece... 

A estória de amor entre Snu Abecassis e Sá Carneiro vai aparecer em filme ( ou seja, cada País tem o "Romeu e Julieta" que merece... ).

O PCP luta na AR e em protestos de rua no sentido de acabar com contratos a prazo para postos de trabalho efectivos.

Existe ainda um caso em torno de Sergei Skripal, antigo coronel dos Serviços Secretos Russos, que muito apetite tenho de comentar - poderei mesmo vir a escrever uma peça de teatro a partir dele - , mas isso fica para outras núpcias, dado que hoje estou exausto, sobretudo com a "desatenção" prestada ao "meu" "1º Capitão de Abril".


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Saudações confiantes do

Leopardo