O terrorismo é uma estratégia de forças políticas que perderam a confiança na sua capacidade de persuasão através das palavras, da acção de lutas de massas, da conjugação com a luta de forças sindicais, com o cooperativismo, com as lutas de forças populares em defesa dos seus direitos parcelares. Tendo perdido a confiança na sua capacidade de persuasão e atracção sobre os explorados e oprimidos que dizem pretender defender, tentam impor a sua vontade pelo coacção, pelo medo, pela violência, instaurando um clima de terror que tenta transmitir a força que de facto não possuem.
Isto que acabei de escrever foi amplamente exemplificado na vida de Vladímir Ilitch Uliánov - mais conhecido por Lénine, um dos seus pseudónimos da clandestinidade - , o qual teve por irmão mais velho Alexandre Uliánov (aluno brilhante, investigador científico), irmão mais velho muito admirado por toda a família, amigos e pelo adolescente Volódia - diminutivo de Vladímir - que procurava imitar em tudo o mais velho.
Ora, em 1.Março.1887, Alexandre Uliánov foi preso por participar na preparação do atentado contra o Czar Alexandre III - o que de facto acontecera - e a 8.Maio.1887 foi executado. Lénine, apesar da admiração sempre reiterada pela inteligência, abnegação e coragem do irmão, repudiou o terrorismo como instrumento político e terá comentado: "Não, não iremos por esse caminho... Não é esse o caminho que devemos seguir."
As razões pelas quais o terrorismo polítco é uma actividade que sempre se tem revelado contrária aos proletários, aos trabalhadores em geral e a camadas intermédias da pequena e média burguesia são esmiuçadamente explicadas por Álvaro Cunhal no seu Relatório apresentado (e aprovado) ao VIII Congresso do PCP e no "Partido com Paredes de Vidro". Nestas obras, no essencial, Álvaro Cunhal, demonstra que o terrorismo não só não conduz a uma insurreição popular, a uma Revolução das massas trabalhadoras, mas dá o resultado contrário: um reforço e uma concentração das forças reaccionárias, uma divisão dos proletários, dos trabalhadores e de camadas sociais que só terão a ganhar com uma Sociedade Socialista a caminho do Comunismo
Uma vez isto posto a limpo, eu devo afirmar que neste novo clima "de emoções", de "afectos", de "beijinhos", "transversais e equidistantes" instaurado por Sua Excelentíssima Excelência, o Senhor Presidente, e desencadeado por aquele "objecto", grávido de pontos de interrogação, abandonado nos terrenos da extinta Feira Popular - que interrompeu o trânsito automóvel, pedestre e do metropolitano, nos dois sentidos, entre o Saldanha e a estação de Metro, de comboios e de camionagem em frente ao estádio do Sporting - Eu resolvi dar o meu contributo.
Primeiramente, espremi os meus neurónios, torci-os mesmo numa trança, como se de uma trança de alhos se tratasse, bati com eles nas pedras das mais duras calçadas lisboetas, e ao fim de umas horas neste malhar escorreu o seguinte sumo: onde poderiam estar entocaiadas as forças do Ódio, da Destruição "cega e cobarde" (foi assim que Sua Excelentíssima Excelência as catalogou!), da Morte, do Demo? Em toda a parte!! Do Algarve ao Minho, nos sorridentes e estrangeirados Estoris e Cascais, no interior rural - aí compreendidos os Alentejos, Beiras, Trás-Os-Montes, tudo oferece milhares de esconderijos naturais ao Exército do Mal, determinado a extinguir à bomba a civilizada Civilização Ocidental, que mais democrática não se inventou ainda. Nem vale a pena gastar tempo e feitio com os maldizentes habituais, com a boca sempre empanturrada de "mas" e "distinguos".
Ora neste tranquilo Portugal, covil natural para toda a casta de mequetrefes, apenas uma pequena localidade se apresentava como clareira onde nem um coelho se consegue ocultar: Massamá! Logo, portantos, tinha que ser em Massamá que se alapava a nenegrada rede do Exército Islâmico !!! A evidência da Verdade brilhava no cimo das minhas pupilas como a Virgem deve ter brilhado aos Pastorinhos.
Aquela era a única localidade da qual alguém jamais suspeitaria!!! Nem os fura-bolos dos nossos aclamados investigadores da PJ.
E quando a Evidência sem equívocos assim rebrilhou, qual Estrela do Norte, diante dos meus assarapantados neurónio Eu pus-me em campo. Conheço alguém em Massamá? Nã senhora. Todavia, a empregada - que três vezes por semana tenta limpar e impor alguma ordem neste mar de livros, jornais, revistas, papéis, roupa para lavar e engomar, que é o meu apartamento - possui uma nora em Massamá.
Convoquei a minha empregada pelo télélé para que se apresentasse o mais rápido possível no meu apartamento, pois assuntos de tal melindre e secretismo só se tratam de pessoa para pessoa e em voz roufenha (o que ela satisfez umas 3 horas depois, após aviar umas mercâncias num dos "pingos doces" das redondezas).
Estava ela ( não lhe designo um nome, mesmo falso, para afastar toda a possibilidade de retaliações futuras sobre a dita senhora por parte das forças satânicas) em condições de entrar em contacto discreto com a nora e a inquirir se, ela, a nora, dera pela presença de seres humanos in-habituais na vizinhança? Que não estava, pois a nora acabara de morrer, na flor da juventude, de um ataque cardíaco. E paguei eu três horas extraordinárias, do meu bolso, para isto!
Porém, a senhora empregada começou a encontrar gosto no que ela entendia que eram investigações de altíssima relevância e secretismo e acrescentou que o seu filho continuava a residir na morada da defunta mulher (tinham transcorrido 24 horas) e, quiçá, estaria disposto a colaborar (decerto, na perspectiva de que Eu, o senhor escritor poderia, no términus de uma boa colaboração, ajudá-lo a encontrar uma parte de casa em Lisboa. Porque será que as pessoas julgam que um escritor, mesmo um modesto autor de blogues é alguém na nossa Sociedade? Na pura das verdades, e tirante algumas excepções devido a causas nem sempre honrosas,um escritor, na nossa Sociedade, só rende depois de morto. A morte faz cair sobre os artistas uma genialidade que ninguém se atreve a contestar, salvo os loucos e os imbecis).
Por esta altura, os meus leitores devem estar a rir-se a bandeiras despregadas. Para que servem informações assim? De tais informadores e com tais motivações! Todavia, caríssimos leitores, na vida, os informadores são assim, mais ponto menos vírgula, e as motivações se não forem estas são outras, o que não quer significar que sejam melhores.
Eu não me ri. Entrei no negócio (que não implicava nenhum guito adiantado). E tive a minha recompensa. O jovem viúvo da nora recém defunta e a família da defunta efectivelmente tinham reparado que uns senhores loiros, de olhos usualmente poisados nos bicos dos sapatos, eram vistos nas pasmadas ruas de Massamá e, contas feitas, ninguém os conhecia.
Parecia até que os ditos loiros entravam todos a residir numa moradia, onde outrora, morara um senhor, talvez Coelho, que com alguma frequência se envolvia à chapada com as namoradas, acabando todos na esquadra da Polícia com olhos negros e troca de insultos, ou troca de beijos porque, entretanto, se tinham mutuamente perdoado, para alívio dos polícias de turno que não tinham de preencher os autos (em mais uma demonstração da mansuetude do Bom Povo Português).
Não tive mais dúvidas, sob a inspiração de Sua Excelência Excelentísima, o Senhor Presidente e também, decerto, sob a luz excelsa da Virgem dos Pastorinhos Eu encontrara a Rede do Exército Islâmico em Portugal. Em Massamá ! E antes da PJ !
Ordenei que me enviassem de imediato pelo télélé as fotos dos maléficos. Eu as reenviarei de imediato para as Forças da Ordem. É isso que executo agora de uma cabine pública.
Desculpem-me se esta transmmisssãão não tá a ceguir em bonns terrmos, mas estou deitado no shão da cabine, a tentar escapar a umas rajadas de mmetralhadora disparadas não sei por quem... Ao que um Leopardo se arrisca por mor de um blogue !...
Com estas amêndoas "doces" Vos desejo uma Boa e Feliz Páscoa
O Leopardo
As razões pelas quais o terrorismo polítco é uma actividade que sempre se tem revelado contrária aos proletários, aos trabalhadores em geral e a camadas intermédias da pequena e média burguesia são esmiuçadamente explicadas por Álvaro Cunhal no seu Relatório apresentado (e aprovado) ao VIII Congresso do PCP e no "Partido com Paredes de Vidro". Nestas obras, no essencial, Álvaro Cunhal, demonstra que o terrorismo não só não conduz a uma insurreição popular, a uma Revolução das massas trabalhadoras, mas dá o resultado contrário: um reforço e uma concentração das forças reaccionárias, uma divisão dos proletários, dos trabalhadores e de camadas sociais que só terão a ganhar com uma Sociedade Socialista a caminho do Comunismo
Uma vez isto posto a limpo, eu devo afirmar que neste novo clima "de emoções", de "afectos", de "beijinhos", "transversais e equidistantes" instaurado por Sua Excelentíssima Excelência, o Senhor Presidente, e desencadeado por aquele "objecto", grávido de pontos de interrogação, abandonado nos terrenos da extinta Feira Popular - que interrompeu o trânsito automóvel, pedestre e do metropolitano, nos dois sentidos, entre o Saldanha e a estação de Metro, de comboios e de camionagem em frente ao estádio do Sporting - Eu resolvi dar o meu contributo.
Primeiramente, espremi os meus neurónios, torci-os mesmo numa trança, como se de uma trança de alhos se tratasse, bati com eles nas pedras das mais duras calçadas lisboetas, e ao fim de umas horas neste malhar escorreu o seguinte sumo: onde poderiam estar entocaiadas as forças do Ódio, da Destruição "cega e cobarde" (foi assim que Sua Excelentíssima Excelência as catalogou!), da Morte, do Demo? Em toda a parte!! Do Algarve ao Minho, nos sorridentes e estrangeirados Estoris e Cascais, no interior rural - aí compreendidos os Alentejos, Beiras, Trás-Os-Montes, tudo oferece milhares de esconderijos naturais ao Exército do Mal, determinado a extinguir à bomba a civilizada Civilização Ocidental, que mais democrática não se inventou ainda. Nem vale a pena gastar tempo e feitio com os maldizentes habituais, com a boca sempre empanturrada de "mas" e "distinguos".
Ora neste tranquilo Portugal, covil natural para toda a casta de mequetrefes, apenas uma pequena localidade se apresentava como clareira onde nem um coelho se consegue ocultar: Massamá! Logo, portantos, tinha que ser em Massamá que se alapava a nenegrada rede do Exército Islâmico !!! A evidência da Verdade brilhava no cimo das minhas pupilas como a Virgem deve ter brilhado aos Pastorinhos.
Aquela era a única localidade da qual alguém jamais suspeitaria!!! Nem os fura-bolos dos nossos aclamados investigadores da PJ.
E quando a Evidência sem equívocos assim rebrilhou, qual Estrela do Norte, diante dos meus assarapantados neurónio Eu pus-me em campo. Conheço alguém em Massamá? Nã senhora. Todavia, a empregada - que três vezes por semana tenta limpar e impor alguma ordem neste mar de livros, jornais, revistas, papéis, roupa para lavar e engomar, que é o meu apartamento - possui uma nora em Massamá.
Convoquei a minha empregada pelo télélé para que se apresentasse o mais rápido possível no meu apartamento, pois assuntos de tal melindre e secretismo só se tratam de pessoa para pessoa e em voz roufenha (o que ela satisfez umas 3 horas depois, após aviar umas mercâncias num dos "pingos doces" das redondezas).
Estava ela ( não lhe designo um nome, mesmo falso, para afastar toda a possibilidade de retaliações futuras sobre a dita senhora por parte das forças satânicas) em condições de entrar em contacto discreto com a nora e a inquirir se, ela, a nora, dera pela presença de seres humanos in-habituais na vizinhança? Que não estava, pois a nora acabara de morrer, na flor da juventude, de um ataque cardíaco. E paguei eu três horas extraordinárias, do meu bolso, para isto!
Porém, a senhora empregada começou a encontrar gosto no que ela entendia que eram investigações de altíssima relevância e secretismo e acrescentou que o seu filho continuava a residir na morada da defunta mulher (tinham transcorrido 24 horas) e, quiçá, estaria disposto a colaborar (decerto, na perspectiva de que Eu, o senhor escritor poderia, no términus de uma boa colaboração, ajudá-lo a encontrar uma parte de casa em Lisboa. Porque será que as pessoas julgam que um escritor, mesmo um modesto autor de blogues é alguém na nossa Sociedade? Na pura das verdades, e tirante algumas excepções devido a causas nem sempre honrosas,um escritor, na nossa Sociedade, só rende depois de morto. A morte faz cair sobre os artistas uma genialidade que ninguém se atreve a contestar, salvo os loucos e os imbecis).
Por esta altura, os meus leitores devem estar a rir-se a bandeiras despregadas. Para que servem informações assim? De tais informadores e com tais motivações! Todavia, caríssimos leitores, na vida, os informadores são assim, mais ponto menos vírgula, e as motivações se não forem estas são outras, o que não quer significar que sejam melhores.
Eu não me ri. Entrei no negócio (que não implicava nenhum guito adiantado). E tive a minha recompensa. O jovem viúvo da nora recém defunta e a família da defunta efectivelmente tinham reparado que uns senhores loiros, de olhos usualmente poisados nos bicos dos sapatos, eram vistos nas pasmadas ruas de Massamá e, contas feitas, ninguém os conhecia.
Parecia até que os ditos loiros entravam todos a residir numa moradia, onde outrora, morara um senhor, talvez Coelho, que com alguma frequência se envolvia à chapada com as namoradas, acabando todos na esquadra da Polícia com olhos negros e troca de insultos, ou troca de beijos porque, entretanto, se tinham mutuamente perdoado, para alívio dos polícias de turno que não tinham de preencher os autos (em mais uma demonstração da mansuetude do Bom Povo Português).
Não tive mais dúvidas, sob a inspiração de Sua Excelência Excelentísima, o Senhor Presidente e também, decerto, sob a luz excelsa da Virgem dos Pastorinhos Eu encontrara a Rede do Exército Islâmico em Portugal. Em Massamá ! E antes da PJ !
Ordenei que me enviassem de imediato pelo télélé as fotos dos maléficos. Eu as reenviarei de imediato para as Forças da Ordem. É isso que executo agora de uma cabine pública.
Desculpem-me se esta transmmisssãão não tá a ceguir em bonns terrmos, mas estou deitado no shão da cabine, a tentar escapar a umas rajadas de mmetralhadora disparadas não sei por quem... Ao que um Leopardo se arrisca por mor de um blogue !...
Com estas amêndoas "doces" Vos desejo uma Boa e Feliz Páscoa
O Leopardo
Sem comentários:
Enviar um comentário