Esta peça em 1 Acto deverá vir a ter várias cenas... a ver vamos ... como diz o cego .
O mais honestamente que me é possível - e não me é possível muito, pois, senão, ninguém me acreditaria - esclareço que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência... ou um azar do caraças .
O "fait divers" do qual parte viaja pelos "mírdias" do costume. Sergei Skripal, antigo coronel dos Serviços Secretos Russos ( "coronel" é usualmente o posto mais alto que se atribui aos seres humanos nestas funções - isto, porque a titi Cristas ainda não se lembrou de exigir na AR uma "coronela", ao abrigo da "igualdade de género"... ) foi condenado, em 2006, a 13 anos de prisão por actos de espionagem : ter transmitido informações confidenciais ao Governo Britânico ( sinceramente não enxergo onde está o crime, dado que a tarefa de um espião é espiar e passar essas informações confidenciais a uma entidade superior, habitualmente um ministro dos Serviços de Administração e Segurança ou o equivalente ).
Anos decorridos, o tal do Sergei foi perdoado, no contexto de uma troca de espiões entre os EUA e a Rússia. Não terá sido perdoado com a benção dos Papas, dos Três Pastorinhos, da Virgem e da Oliveira de Fátima, visto que terá sido exposto a uma substância tóxica não identificada, no Sul de Inglaterra e encontra-se internado em estado muito grave num hospital em Salisbury, Wiltshire, no Sul da Inglaterra ( ele, Sergei, de 66 anos e a companheira de 30 aniversários, que o assessorava desde que a esposa de várias décadas lhe falecera ).
Então, digam-me lá se isto não é um folhetim lindo, lindo, lindo, digno da SIC e do tio Balsemão ou mesmo da TVI , desde que assumido por um monsenhor bispo menos notoriamente conhecido pelo seu reaccionarismo medieval ?!...
Entretanto, por mais "outsiders" que queiramos parecer ( teclei a "word" "outsiders" por quatro razões: a primeira é por que o inglês é a língua internacional da espionite; a segunda é para me dar uns ares de ser do "milieux"; a terceira é por que ninguém sabe russo... nem eu ! ; a quarta é por que a linguagem e os métodos da espionite transvasaram para todas as áreas da vida social, nomeadamente para o futebolês... que o digam as direcções do FCP, do SCP e do SLB ) é impossível não deixar de erguer várias questões :
- Como é que de uma troca de espiões entre os EUA e a Rússia, em que esta última entrega à primeira um peso-pesado como um coronel da espionagem russa, o dito cujo coronel SS é cedido pela CIA/FBI ao MI5 - coroa de glória da espionagem britânica, creditada a nível internacional como uma das melhores do planeta - sabendo-se que nestas matérias da espionite não existem casamentos para a vida, apenas umas "amigações" temporárias, revisíveis na primeira esquina de interesses desavindos ?
- Poderá das interrogações anteriores inferir-se que a Coroa e o Governo Britânicos perderam toda a independência e passaram a constituir apenas mais um Estado dos EUA , Estado camuflado para não achincalhar completamente a Coroa Britânica e os seus Súbditos ?...
- Mas, se o coronel russo Sergei Skripal traiu a sua Pátria - e é famoso o nacionalismo do Povo Russo, ao qual o Estado Russo sempre recorreu ( tanto a Rússia dos Czares, como a Rússia dos Sovietes, como a actual Rússia de Pútin - quem o assassinou ?
A resposta óbvia dos ingénuos será: "foram os Russos para se vingarem". Porém, porque correriam os Russos o risco de o intoxicar letalmente ( e sem grande eficácia... ) em Inglaterra , onde impera o famosíssimo MI5 , e onde seria fácil de serem inculpados na opinião pública mundial?...
A verdade é que um espião - e para mais um super-pesado como um "coronel" - a partir do momento em que se torna alvo dos "mírdias" está decapitado, pois as suas armas consistem precisamente nos segredos altamente confidenciais que armazena nos seus ficheiros ( qualquer que seja a forma que estes assumem ) e nas redes de informadores que conseguiu penetrar ou captar. Como espião resta-lhe a reforma, a menos que possua um talento invulgar para escrever como sucedeu, por exemplo, com John Le Carré ( espiões, seres humanos treinados profissionalmente para mensagens sintéticas e transmitidas em códigos inventados ). Todavia, propriamente como espião só tem em aberto a via da aposentação mais ou menos discreta.
A menos que o novo Kaizer Pútin (ele, igualmente provindo do KGB e da confiança de Yuri Andropov ) tenha decidido manter os focos do mediatismo abertos sobre Sergei Skriptal, para desviar esses focos de um novo "coronel" no terreno ... ou, talvez, hipoteticamente, porque Sergei realmente não traiu - apenas sacrificou algumas "confidencialidades" e uns tantos colaboradores - e o recente capitalismo selvagem da nova Rússia, resolva apresentá-lo, em tempo oportuno, como um herói e mártir da Rússia actual .
Assim, como hipóteses mais plausíveis, podemos questionarmos se foi o Estado cowboy ou a secular Albion que o liquidaram. Mas porque "arrumá-lo" se o tinham asfixiado nas mãos de chumbo ?... Intriga digna de um super-Hitchcok !
Aventurando-nos na imaginação talvez uma Arábia Saudita , habituada a processos mais radicais... ou uma Turquia sem grandes cautelas com os meios usados ... ou um Daesh que recorre em regra a explosivos diversificados e a foguetões lança-chamas ...
Tudo isto, são trilemas delirantes no bestunto de um blogueiro modesto. Eu, Leopardo, não possuo nenhuma rede de espiões a não ser as nada fiáveis resenhas da imprensa diária portuguesa, co-dependentes dos ainda menos fiáveis mírdias internacionais , assim só posso treslirar e divertir-me com o treslírio...
Os acontecimentos prementes do quotidiano impelem-me a recomendar-lhes vivamente que exijam ao Teatro Municipal de Almada Joaquim Benite que inclua no usualmente magnifico Festival de Teatro de Almada a peça "Um D.João Português", peça acompanhada de um diálogo opinioso com o público. A peça dura 5 horas, dividas em duas "tranches", sensivelmente de 2 horas e meia cada, com intervalos, em dois dias seguidos.
A peça, encenada pelo Luís Miguel Cintra e por Levi Martins , representada por um elenco de luxo de excelentes actrizes e actores, é incontornável ( detesto esta palavra, embora não encontre no meu pobre léxico forma de a contornar ... ) e a conversa com o público, esclarece-nos luminosamente sobre os processos como o Grande Capital assassina com anestesia a Capacidade de Criação nos seres humanos.
Eu, Leopardo de toutiço duro, delongar-me-ei sobre esta Obra na próxima crónica, mas posso avançar que eu assinaria por baixo, na íntegra, as opiniões expendidas pelo Cintra .
O sempre confiante e prenhe de uma alegria infinita
Leopardo
- Como é que de uma troca de espiões entre os EUA e a Rússia, em que esta última entrega à primeira um peso-pesado como um coronel da espionagem russa, o dito cujo coronel SS é cedido pela CIA/FBI ao MI5 - coroa de glória da espionagem britânica, creditada a nível internacional como uma das melhores do planeta - sabendo-se que nestas matérias da espionite não existem casamentos para a vida, apenas umas "amigações" temporárias, revisíveis na primeira esquina de interesses desavindos ?
- Poderá das interrogações anteriores inferir-se que a Coroa e o Governo Britânicos perderam toda a independência e passaram a constituir apenas mais um Estado dos EUA , Estado camuflado para não achincalhar completamente a Coroa Britânica e os seus Súbditos ?...
- Mas, se o coronel russo Sergei Skripal traiu a sua Pátria - e é famoso o nacionalismo do Povo Russo, ao qual o Estado Russo sempre recorreu ( tanto a Rússia dos Czares, como a Rússia dos Sovietes, como a actual Rússia de Pútin - quem o assassinou ?
A resposta óbvia dos ingénuos será: "foram os Russos para se vingarem". Porém, porque correriam os Russos o risco de o intoxicar letalmente ( e sem grande eficácia... ) em Inglaterra , onde impera o famosíssimo MI5 , e onde seria fácil de serem inculpados na opinião pública mundial?...
A verdade é que um espião - e para mais um super-pesado como um "coronel" - a partir do momento em que se torna alvo dos "mírdias" está decapitado, pois as suas armas consistem precisamente nos segredos altamente confidenciais que armazena nos seus ficheiros ( qualquer que seja a forma que estes assumem ) e nas redes de informadores que conseguiu penetrar ou captar. Como espião resta-lhe a reforma, a menos que possua um talento invulgar para escrever como sucedeu, por exemplo, com John Le Carré ( espiões, seres humanos treinados profissionalmente para mensagens sintéticas e transmitidas em códigos inventados ). Todavia, propriamente como espião só tem em aberto a via da aposentação mais ou menos discreta.
A menos que o novo Kaizer Pútin (ele, igualmente provindo do KGB e da confiança de Yuri Andropov ) tenha decidido manter os focos do mediatismo abertos sobre Sergei Skriptal, para desviar esses focos de um novo "coronel" no terreno ... ou, talvez, hipoteticamente, porque Sergei realmente não traiu - apenas sacrificou algumas "confidencialidades" e uns tantos colaboradores - e o recente capitalismo selvagem da nova Rússia, resolva apresentá-lo, em tempo oportuno, como um herói e mártir da Rússia actual .
Assim, como hipóteses mais plausíveis, podemos questionarmos se foi o Estado cowboy ou a secular Albion que o liquidaram. Mas porque "arrumá-lo" se o tinham asfixiado nas mãos de chumbo ?... Intriga digna de um super-Hitchcok !
Aventurando-nos na imaginação talvez uma Arábia Saudita , habituada a processos mais radicais... ou uma Turquia sem grandes cautelas com os meios usados ... ou um Daesh que recorre em regra a explosivos diversificados e a foguetões lança-chamas ...
Tudo isto, são trilemas delirantes no bestunto de um blogueiro modesto. Eu, Leopardo, não possuo nenhuma rede de espiões a não ser as nada fiáveis resenhas da imprensa diária portuguesa, co-dependentes dos ainda menos fiáveis mírdias internacionais , assim só posso treslirar e divertir-me com o treslírio...
Os acontecimentos prementes do quotidiano impelem-me a recomendar-lhes vivamente que exijam ao Teatro Municipal de Almada Joaquim Benite que inclua no usualmente magnifico Festival de Teatro de Almada a peça "Um D.João Português", peça acompanhada de um diálogo opinioso com o público. A peça dura 5 horas, dividas em duas "tranches", sensivelmente de 2 horas e meia cada, com intervalos, em dois dias seguidos.
A peça, encenada pelo Luís Miguel Cintra e por Levi Martins , representada por um elenco de luxo de excelentes actrizes e actores, é incontornável ( detesto esta palavra, embora não encontre no meu pobre léxico forma de a contornar ... ) e a conversa com o público, esclarece-nos luminosamente sobre os processos como o Grande Capital assassina com anestesia a Capacidade de Criação nos seres humanos.
Eu, Leopardo de toutiço duro, delongar-me-ei sobre esta Obra na próxima crónica, mas posso avançar que eu assinaria por baixo, na íntegra, as opiniões expendidas pelo Cintra .
O sempre confiante e prenhe de uma alegria infinita
Leopardo
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