Esta edição do meu blogue servirá para aparar uma série de cabelos e barbas que ficaram mal aparadas nas edições anteriores.
Em primeiro lugar devo corrigir a nacionalidade da magnificente directora do mini-curso de teatro para actores, Juni Dahr, à qual atribuí a nacionalidade dinamarquesa - por uma maldição expressa dos deuses contra a minha pessoa ! - em lugar de teclar que é norueguesa como faz todo o sentido que seja, visto que é directora, encenadora e actriz do Visjoner Teater, sediado em Oslo.
Em segunda lugar devo aparar ligeiramente algumas patilhas e pêras ao esplêndido espectáculo "Golem" , da co-produção anglo-francesa entre o Théâtre de la Ville e o Young Vic . "Golem" demonstra de forma exemplar como, na actualidade, somos tele-manipulados por "mírdias", internet's, super-smartphones, todos os dias melhorados nas suas capacidades técnicas. As reservas que coloco ao espectáculo ímpar: falta-lhe acrescentar que não são os avanços tecnológicos que nos manipulam, mas o Grande Capital , cujo ideário e objectivos servem ; por outro lado, a nível formal, a estridência musical diminui-lhe por vezes a compreensão, joga contra ele (isto em minha opinião, claro).
Em terceiro lugar, escalpelizando ainda, mais uma vez, essa vaca em putrefacção que dá pelo título "Neverland" . A questão não reside, nem nunca residiu, na qualidade superlativa da Companhia de Dança Kamea, nem no facto de integrar bailarinos israelitas - metade dos excelentes 12 bailarinos nem de ascendência judia são - , nem em coarctar a sua liberdade de expressão artística ( já os tínhamos visto dançar no Festival anterior, na generalidade maravilhados, e sem qualquer objecção política ), a questão reside em que a Companhia Kamea, este ano, vinha a representar, e portanto lavar a face sanguinolenta, do Estado Sionista de Israel , o qual, matreira e atempadamente os distinguiu com um prémio em 2014.
Rodrigo Francisco, o director dos justamente prestigiados TMJB e do Festival de Teatro de Almada não pode alegar que está a dar a voz ao argumentário de um Estado que, há décadas mergulha o Médio Oriente na guerra e pratica o genocídio do heróico Povo Palestino ( os argumentos sionistas têm sido a panóplia bélica ultra-moderna, incluindo a nuclear, fornecida pelas Administrações dos EUA ... ).
Ou será que Rodrigo Francisco também poria os seus palcos à disposição de Adolfo Hitler e da sua camarilha de apaniguados ?!...
O título desta edição derivou de um belo espectáculo "Cânticos de barbearia", o qual partiu de um texto e direcção de Carlos Tê . Faz anos que sou um admirador de Carlos Tê (quando for grande quero ser como ele !). O espectáculo, mais cantado que falado, apresentando no meio da cena uma magistral cadeira de barbeiro de outras eras, baseia-se nas vidas cruzadas dos cantores Tony de Matos (que foi barbeiro, antes de ser um ídolo das canções românticas) e do compositor brasileiro Lupicínio Rodrigues, os quais, tendo-se exibido nos grandes palcos brasileiros em períodos de tempo ligeiramente desfasados, nunca se conheceram pessoalmente.
Tê inventa-lhes um encontro imaginário, numa "barbearia celestial", onde dialogam cantando em torno da "dor de cotovelo", "a dor mais democrática por ser transversal a todas as classes sociais".
Provocar o choro todos nós somos capazes, pelo menos se as representações forem curtas. Mas fazer sorrir, rir, gargalhar às escâncaras é um ofício para criadores de talento fora do comum. Carlos Tê é um deles. Palmas aos actores-cantores Pedro Almendra, Allex Miranda, Filipa Guedes (que cantou quase sempre por trás de uma bela máscara dourada), palmas a Luísa Pinto que encenou Tê a contento. Essa foi pelo menos a opinião do público que exigiu a sua presença no palco por 4 voltas, ovacionando-os de pé.
Entre risos e prantos,
saudações confiantes
do Leopardo
Em primeiro lugar devo corrigir a nacionalidade da magnificente directora do mini-curso de teatro para actores, Juni Dahr, à qual atribuí a nacionalidade dinamarquesa - por uma maldição expressa dos deuses contra a minha pessoa ! - em lugar de teclar que é norueguesa como faz todo o sentido que seja, visto que é directora, encenadora e actriz do Visjoner Teater, sediado em Oslo.
Em segunda lugar devo aparar ligeiramente algumas patilhas e pêras ao esplêndido espectáculo "Golem" , da co-produção anglo-francesa entre o Théâtre de la Ville e o Young Vic . "Golem" demonstra de forma exemplar como, na actualidade, somos tele-manipulados por "mírdias", internet's, super-smartphones, todos os dias melhorados nas suas capacidades técnicas. As reservas que coloco ao espectáculo ímpar: falta-lhe acrescentar que não são os avanços tecnológicos que nos manipulam, mas o Grande Capital , cujo ideário e objectivos servem ; por outro lado, a nível formal, a estridência musical diminui-lhe por vezes a compreensão, joga contra ele (isto em minha opinião, claro).
Em terceiro lugar, escalpelizando ainda, mais uma vez, essa vaca em putrefacção que dá pelo título "Neverland" . A questão não reside, nem nunca residiu, na qualidade superlativa da Companhia de Dança Kamea, nem no facto de integrar bailarinos israelitas - metade dos excelentes 12 bailarinos nem de ascendência judia são - , nem em coarctar a sua liberdade de expressão artística ( já os tínhamos visto dançar no Festival anterior, na generalidade maravilhados, e sem qualquer objecção política ), a questão reside em que a Companhia Kamea, este ano, vinha a representar, e portanto lavar a face sanguinolenta, do Estado Sionista de Israel , o qual, matreira e atempadamente os distinguiu com um prémio em 2014.
Rodrigo Francisco, o director dos justamente prestigiados TMJB e do Festival de Teatro de Almada não pode alegar que está a dar a voz ao argumentário de um Estado que, há décadas mergulha o Médio Oriente na guerra e pratica o genocídio do heróico Povo Palestino ( os argumentos sionistas têm sido a panóplia bélica ultra-moderna, incluindo a nuclear, fornecida pelas Administrações dos EUA ... ).
Ou será que Rodrigo Francisco também poria os seus palcos à disposição de Adolfo Hitler e da sua camarilha de apaniguados ?!...
O título desta edição derivou de um belo espectáculo "Cânticos de barbearia", o qual partiu de um texto e direcção de Carlos Tê . Faz anos que sou um admirador de Carlos Tê (quando for grande quero ser como ele !). O espectáculo, mais cantado que falado, apresentando no meio da cena uma magistral cadeira de barbeiro de outras eras, baseia-se nas vidas cruzadas dos cantores Tony de Matos (que foi barbeiro, antes de ser um ídolo das canções românticas) e do compositor brasileiro Lupicínio Rodrigues, os quais, tendo-se exibido nos grandes palcos brasileiros em períodos de tempo ligeiramente desfasados, nunca se conheceram pessoalmente.
Tê inventa-lhes um encontro imaginário, numa "barbearia celestial", onde dialogam cantando em torno da "dor de cotovelo", "a dor mais democrática por ser transversal a todas as classes sociais".
Provocar o choro todos nós somos capazes, pelo menos se as representações forem curtas. Mas fazer sorrir, rir, gargalhar às escâncaras é um ofício para criadores de talento fora do comum. Carlos Tê é um deles. Palmas aos actores-cantores Pedro Almendra, Allex Miranda, Filipa Guedes (que cantou quase sempre por trás de uma bela máscara dourada), palmas a Luísa Pinto que encenou Tê a contento. Essa foi pelo menos a opinião do público que exigiu a sua presença no palco por 4 voltas, ovacionando-os de pé.
Entre risos e prantos,
saudações confiantes
do Leopardo
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