Devo começar por rectificar um erro, e grave, que cometi no último blogue: atribui à Frelimo práticas que têm sido habituais na Renamo. Isto é, quem tem praticado genocídios e terrorismo contra a própria população moçambicana ( e não só ) tem sido a Renamo ( e não a Frelimo, como eu disse no blogue anterior). Do facto peço desculpa (por vezes as horas tardias e o sono provocam disparates destes; mato-me a trabalhar para Vocês...).
E já que iniciámos nesta matéria, reflictamos sobre algo muito mais grave: como se permite o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa ,convidado do Estado soberano de Moçambique, onde existe um Presidente e um Governo da Frelimo, eleitos livremente, ouvir em audiência a Renamo que recomeçou uma guerra fratricida no país, usando as criminosas práticas do terrorismo e genocídio??...
Imaginar-se-á o Senhor Presidente da Republica Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa um delegado arbitral da ONU em terras de Manica e Sofala??... Não se dá conta de que o simples facto de receber uma força terrorista e genocida em guerra representa por si só uma legitimação dessa força e uma ingerência gravíssima na vida interna de um país soberano??... Ou dá-se perfeitamente conta de tudo isto e compromete a República Portuguesa numa política de ingerência que decidiu sozinho na sua individual cabeça, ou de quem alguém o incumbiu, sem a ter discutido nos locais próprios: a Assembleia da República e o Conselho de Estado portugueses??...
São actos políticos da maior gravidade, que comprometem lamentavelmente o Estado Português, e que não cabem dentro da onda de simpatias, afectos e ternura que Sua Excelência Excelentíssima tem propagandeado como sua.
Uma outra Excelente Excelentíssima criatura que os "mírdia" mui têm apaparicado tem sido João Salgueiro.
Com uma carreira esmaltada de vitórias, medalhas e cargos elevados, talvez só nos tenhamos safado de o ter agora como PR por causa da sua provecta idade (81 anos). Demos um golpe de olhos no seu currículo: licenciado em economia e finanças pelo ISCEF de Lisboa, pós-graduado em Haia, subsecretário de Estado do Planeamento de Marcello Caetano (1969), presidiu à Juventude Universitária Católica ( JUC ), co-fundou a SEDES, aderiu ao PSD depois do 25 de Abril .
Nos entretantos, foi passando pelo Banco de Fomento Nacional, CGD (que lhe paga uma gorda pensão vitalícia), presidente da Associação de Bancos Portugueses, vice-presidente do Banco de Portugal, ministro de Estado, das Finanças e do Plano, entre 1981-83, no Governo de Pinto Balsemão (VIII Governo Constitucional).
Um tal palmarés poderá explicar em parte a atenção desvelada com que os "mírdia" o têm mimoseado. E que diz a Excelente Criatura J.Salgueiro? O mesmo que o camarada Agostinho Lopes: que a rede de "off-shores" é internacional e é legal; e situa-a nos mesmos locais, City de Londres, Irlanda, Luxemburgo e C.ia.
Agora, diferentemente de A. Lopes, não diz que ela é imoral, nem que a sua legalidade pode e deve ser mudada, nem que o secretismo destes "off-shores" deve ser desbloqueado. Pelo contrário, J.Salgueiro assevera que a legalidade dos "off-shores" é um facto inquestionável, assim como o seu secretismo. Factos são factos, a realidade é o que é. Isto é, imutável.
Com Salgueiros destes, com os mimos com os quais os "mírdia" dominantes os lambuzam como não há-de o fado ser a canção nacional e a depressão a patologia psíquica mais generalizada?...
Amplexos amistosos
confiantes
combativos
do Leopardo
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