Esta edição do blogue porta este título porque está em marcha e em marcha avançada uma desfilada para a terceira guerra mundial (claro que será nuclear!, onde já se registou uma potência imperial, que pretende assenhorear-se de todo o mundo da sua época, não empregar as armas mais fortes da sua panóplia?... ; no presente, será nuclear, com as diversas variantes do nuclear, e com o recurso a sistemas de armas estacionadas no espaço.)
Quem a está a conduzir? Os meus Amigos estão a brincar comigo ou estão empranhados de futebolês? O futebolês é mais anestesiante que a injecção atrás da orelha, é pior do que chutar para a veia!
É evidente que é a Casa Branca/o Pentágono/a CIA/ a Nato. Tanto quanto é possível saber é nalguns dos Estados dos EUA que se aloja o grosso do Grande Capital, e na City, uma milha quadrada no centro de Londres que não pertence à Inglaterra, é Washington que possui a liderança das Forças Armadas mais temíveis do planeta (esquadras de porta-aviões, submarinos nucleares, forças terrestres, tanques da última geração, uma Arma autónoma de Marines, forças especiais - rangers, paraquedistas, seal's - todas equipadas com mísseis nucleares telecomandados, e "le dernier cri", os drones que podem ser comandados e disparar a partir do território norte-americano, da casa pessoal de militares especializados, que arranjam depressões, pois a dada altura não distinguem o real de um jogo), é Washington que avança, toma posições, ocupa todos os teatros estratégicos pelas suas reservas energéticas e de minérios, pelas suas situações geoestratégicas.
Os Russos? Ah, sim, o Estado Russo, Putin, fala-se muito. Porém, poucas manifestações existem desse poder militar, para além de uns avões abatidos ao "Estado Islâmico", algum apoio à Síria da família Assad, umas propaladas conversações com a República Popular da China. Mas é o Estado Russo (capitalista, por sinal) que está cercado por 15 bases militares norte-americanas em redor das suas fronteiras terrestres.
Sim, também se engendra muito sobre um hipotético poderio militar e científico da República Popular da China. De concreto, sabe-se que montaram sózinhos uma base no espaço sobre a qual não partilham informação e de grandes avanços na tecnologia de informação e comando à distância (o que condiz com os avanços referidos). O enorme Exército Vermelho chinês - 42 milhões de pessoas, só por si não é significativo, depende da modernidade do seu armamento e do seu sistema de comunicações e comando.
Ah, querem falar do recente atentado em França e das posições agressivas, xenófobas, racistas, das declarações de guerra de François Hollande, de apoio incondicional à NATO.
Há 3 semanas patrasmente Hollande caía em queda acelerada na opinião pública francesa. Nada lhe corria bem. A economia francesa estagnava, os assalariados franceses protestavam nas ruas com pedras e cocktail's molotov (há um ror de tempo que não eram filmadas em França). Até no Campeonato Europeu de Futebolês perderam contra o pequeno Portugal, levando-o, num gesto desastrado que traduz a alma, a iluminar a Torre Eifel com as cores francesas, e não as portuguesas como devia.
Hollande, numa febre de protagonismo e de recuperação de prestígio perdido, após um suposto atentado do Daesh em Nice, - onde morreram até ao momento mais de 80 seres humanos, 60% deles crianças e o número não pára de aumentar - não esperou 10 minutos pelo resultado do inquérito encomendado, pôs-se a berrar a pleno pulmões que o atentado tinha sido realizado pelo Estado Islâmico, decretou três dias de luto nacional, aumentou o estado de alerta vermelho (isto é, de guerra) para mais três meses e asseverou que vai amplificar e aprofundar a guerra contra o Iraque - o que é uma novidade, pois, oficialmente, a guerra neste país tinha sido encerrada com a prisão de Saddam e a farsa do seu julgamento - e contra a Síria dos Assad (família que foi colocada no trono pela Inglaterra, a qual, apesar disso é uma das monarquias da região com mais apoio popular), aconselhou a população francesa a não sair de casa a não ser quando estrictamente necessário e a denunciar todas as pessoas e movimentos suspeitos.
Posteriormente, tem vindo a lume que o motorista do camião numa deriva suicida e assassina, era desequilibrado mental, com internamentos registados em hospitais psiquiátricos franceses. Motorista que foi morto na hora pelas forças de segurança francesas... e como, é do conhecimento geral, os mortos, doidos ou não, não falam.
Hollande asseverou o seu apoio incondicional às posturas de guerra nuclear planetária de
Washington/Pentágono/NATO/CIA. É obvio que Hollande se está a pôr em bicos de pés, as Forças Armadas francesas valem o que valem, mas Hollande e o Partido Socialista francês conseguiu ultrapassar pela direita baixa e caricata o Partido Socialista Italiano, escárnio de todos os partidos socialistas europeus (ao lado dos quais o Partido Socialista Português faz figura de um lince assanhado...social-democrata).
Ora, uma das consequências desta histeria e galope desenfreado para uma terceira guerra mundial nuclear liderada pela Casa Branca, é que a Comunicação Social dominante ou "mírdia" se tornou sua cúmplice, martelando todos os dias os tambores da guerra, e as posturas do Séryse - e esse seu caixeiro viajante no exterior, que dá pelo nome de Varoufakis - estranhamente (ou talvez não) seduzem pessoas e grupos inclinados para a Esquerda.
No caso que tenho acompanhado nas duas últimas semanas, o Festival de Teatro de Almada e o TMJB, com uma herança justamente conquistada ao longo de meio século de mostrar teatro de Esquerda e questionar as suas temáticas mais urgentes, este ano não mostra nem questiona o galope para a terceira guerra mundial nuclear. E, contudo, esse galope é claramente visível, pelo menos, no último quinquénio. O Festival, o TMJB, não o apresentam, não o questionam porquê? Não o consideram urgente? Dominante?
O Festival e o TMJB têm representado e dado palco a temas decerto importantes como os temas relacionados com o Amor, os desejos eróticos-sexuais, a manipulação e despersonalização através do sexo. Pergunto se os considera prioritários à temática da Guerra e aos argumentários a ela ligados.
Também, em relação aos jornalistas aos quais o Festival e o seu actual director acharam por bem distinguir com prémios e menções honrosas me deixa perplexidades. De uma forma global são jornalistas, velhos ou novos, com uma carreira que se pode enquadrar nas tais personalidades seduzidas pelo "sérysismo". A primeira das quais foi Saens, autor galego de um blogue e de uma revista de fraca expansão, anti-comunista assumido, que puxou para cima com ele outras figuras espanholas de recorte político semelhante. Nos jornalistas nacionais distinguidos figurava a revista de "Artes e Letras", "O Público" (uma jovem), etc.
É caso para afirmar que o actual director do Festival de Teatro de Almada e do TMJB esqueceu, desconhece ou não concorda com o famoso lema de Álvaro Cunhal - "a Revolução
faz-se com Revolucionários."
Joaquim Benite, personalidade cimeira do Teatro Português nos séculos XX e XXI, era conhecido pelo seu temperamento áspero, mas não era surdo mesmo para aquilo que lhe desagradava à primeira impressão. O actual director do Festival e do TMJB apresenta invariavelmente um "facies sorridente" , porém, sofre, no mínimo, de uma surdez parcial.
Amplexos confiantes do
Leopardo
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