Vai um filme, "Lucky" ( "Feliz", "Felizardo" ) , realizado por John Carroll Lynch e protagonizado por um elenco de belíssimos actores, nos quais destaco o espantoso Harry Dean Stanton ( do qual talvez se lembrem no magnífico "Paris, Texas", realizado por Win Wenders, Palma de Ouro, no Festival de Cannes, em 1984, que traçava um retrato devastador sobre a solidão humana ), filme "Lucky" que Vos aconselho vivamente, até porque a beleza das suas imagens, do seu ritmo sincopado, dos personagens esboçados é difícil de retroverter para uma escrita tão chã como a minha.
Digamos que a película narra a estória de um homem - onde despontam inúmeras notas biográficas do actor Harry Dean Stanton - que se sente perto da morte, que não crê em qualquer deus ou sentido para o Universo e que enfrenta a inexorável Parca com a coragem do seu humor. Por irónico sentido dos acontecimentos Harry D.S. morreu de "causas naturais" na Black Friday, a 8 de Dezembro.2017, num hospital de Los Angeles, aos 91 anos !
David Lynch não poupa elogios a Harry D.S. : "Era um grande actor - mesmo para lá de grande - e um grande ser humano"; qualquer filme onde entrasse, mesmo num papel secundário (muitos deles) "era sempre um filme que valia a pena". Outros críticos cinematográficos de nomeada alinham pela mesma bitola.
As interpretações de Harry Dean Stanton podem ser encontradas em películas como "O Padrinho - Parte II" (1974), "Do Fundo do Coração" (1984, ambos de Francis Ford Coppola) , "Alien, o oitavo passageiro" (1979, de Ridley Scott) and so on.
Harry D.S. , com David Lynch , participou nas obras "Coração Selvagem" (1990), "Twin Peaks: os últimos sete dias de Laura Palmer" (1992) e "Uma história simples".
A película "Lucky" parece uma paráfrase do shakespeareano "O Som e a Fúria" - cegos conduzidos por um cego para um abismo sem qualquer significado - paráfrase retomada por William Faulkner (autor do Estado do Mississipi, sul dos EUA, ideologicamente conservador, Prémio Nobel em 1949) que com ela intitulou o seu romance "O Som e a Fúria", romance no qual grande parte da ficção é descrita por um demente a partir das imagens visuais que se associam embora sem qualquer significado racional. As primeiras cerca de 20 folhas - o que ocorre num campo de golfe tal como o demente as vê - tornaram-se um clássico da literatura mundial.
A isto, "Lucky", Lynch e, sobretudo, Harry Dean Stanton, acrescentam um humor ora irónico ora corrosivo, onde um homem no termo da vida, amedrontado pela Parca cega, aceita, aceita... Nunca saberemos exactamente o quê. Abrir-se a uma última paixão com uma viúva cinquentona, meio mexicana, meio norte-americana, ou a uma paixão com uma afro-norte-americana, empregada num bar-restaurante, - ele que "só a levanta direita uma, duas vezes por ano" - ou assemelhar-se a uma tartaruga, macho!, que hesita entre deixar-se morrer no deserto esmagada pela sua metafórica carapaça ou retornar para um convívio com um ser humano.
É evidente que a dupla neonazi Administração Trampas-Estado Sionista de Israel não fazem mais que confirmar as previsões niilistas de Harry D.S. : Israel bombardeia - com o armamento nuclear dos "States" - posições militares do Hamas em Gaza, ferindo dezenas de pessoas ("J.Eco" 9Dez.17) ; as decisões da Administração Trampas não estão de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU ("Expesso"9Dez.17); a Conselheira do Trampas para o Médio Oriente vai deixar a Casa Branca !
Além da excelente obra "Lucky" a outra única boa notícia que possuo para Vos reportar é que já realizaram o transplante do coração a Salvador Sobral . Que o Olimpo o proteja !...
Saudações fraternas,
confiantes na luta colectiva,
do Leopardo
Digamos que a película narra a estória de um homem - onde despontam inúmeras notas biográficas do actor Harry Dean Stanton - que se sente perto da morte, que não crê em qualquer deus ou sentido para o Universo e que enfrenta a inexorável Parca com a coragem do seu humor. Por irónico sentido dos acontecimentos Harry D.S. morreu de "causas naturais" na Black Friday, a 8 de Dezembro.2017, num hospital de Los Angeles, aos 91 anos !
David Lynch não poupa elogios a Harry D.S. : "Era um grande actor - mesmo para lá de grande - e um grande ser humano"; qualquer filme onde entrasse, mesmo num papel secundário (muitos deles) "era sempre um filme que valia a pena". Outros críticos cinematográficos de nomeada alinham pela mesma bitola.
As interpretações de Harry Dean Stanton podem ser encontradas em películas como "O Padrinho - Parte II" (1974), "Do Fundo do Coração" (1984, ambos de Francis Ford Coppola) , "Alien, o oitavo passageiro" (1979, de Ridley Scott) and so on.
Harry D.S. , com David Lynch , participou nas obras "Coração Selvagem" (1990), "Twin Peaks: os últimos sete dias de Laura Palmer" (1992) e "Uma história simples".
A película "Lucky" parece uma paráfrase do shakespeareano "O Som e a Fúria" - cegos conduzidos por um cego para um abismo sem qualquer significado - paráfrase retomada por William Faulkner (autor do Estado do Mississipi, sul dos EUA, ideologicamente conservador, Prémio Nobel em 1949) que com ela intitulou o seu romance "O Som e a Fúria", romance no qual grande parte da ficção é descrita por um demente a partir das imagens visuais que se associam embora sem qualquer significado racional. As primeiras cerca de 20 folhas - o que ocorre num campo de golfe tal como o demente as vê - tornaram-se um clássico da literatura mundial.
A isto, "Lucky", Lynch e, sobretudo, Harry Dean Stanton, acrescentam um humor ora irónico ora corrosivo, onde um homem no termo da vida, amedrontado pela Parca cega, aceita, aceita... Nunca saberemos exactamente o quê. Abrir-se a uma última paixão com uma viúva cinquentona, meio mexicana, meio norte-americana, ou a uma paixão com uma afro-norte-americana, empregada num bar-restaurante, - ele que "só a levanta direita uma, duas vezes por ano" - ou assemelhar-se a uma tartaruga, macho!, que hesita entre deixar-se morrer no deserto esmagada pela sua metafórica carapaça ou retornar para um convívio com um ser humano.
É evidente que a dupla neonazi Administração Trampas-Estado Sionista de Israel não fazem mais que confirmar as previsões niilistas de Harry D.S. : Israel bombardeia - com o armamento nuclear dos "States" - posições militares do Hamas em Gaza, ferindo dezenas de pessoas ("J.Eco" 9Dez.17) ; as decisões da Administração Trampas não estão de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU ("Expesso"9Dez.17); a Conselheira do Trampas para o Médio Oriente vai deixar a Casa Branca !
Além da excelente obra "Lucky" a outra única boa notícia que possuo para Vos reportar é que já realizaram o transplante do coração a Salvador Sobral . Que o Olimpo o proteja !...
Saudações fraternas,
confiantes na luta colectiva,
do Leopardo
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