Aqui há bastantes anos vi um belíssimo filme, talvez sobre Pier Paolo Pasolini, que nos contava um ano da sua vida como professor - com dificuldades de guito - num "piccolo paese" do norte de Itália. A película, entre outras coisas, mostrava-nos a sua relação amorosa com uma mulher jovem, talvez uma viúva, que lhe tratava da habitação ( eu sei, eu sei, todos sabemos que Pasolini foi um homossexual assumido, porém a história da vida afectiva dos seres humanos raramente segue linhas direitas ...) .
E foi esta relação entre o artista, o realizador cinematográfico, crítico, poeta, linguista, filólogo, autor de ensaios, romancista Pasolini e a mulher que lhe tratava da habitação alugada, que me decidiu a passar à tese que dá o título a esta edição do blogue : "a essência do Amor é omnívora".
Na obra cinematográfica a relação entre os dois seres humanos era definida rapidamente pela actriz que, com dois olhos fosforescentes, devorava, literalmente, a alma do jovem professor . Interpretação sublime, pois nem despidos estavam, nem se lhe seguiu uma destas cenas, hoje usuais, em que vale tudo, mesmo mostrar as cartilagens, tendões, músculos e fluidos em função. Creio que a mulher se despedia-apoderava do homem à porta de casa !
No reino animal não-humano é fácil sustentar esta tese, por exemplo, com a fêmea louva-a-deus, que , depois de copular com o macho, o mastiga literalmente, triturando-o entre as suas mandíbulas.
No reino dos animais humanos, a essência omnívora do Amor é mais complexa - tirante alguns casos patológicos que a medicina investiga e o cinema já divulgou em filmes sensacionalistas como o "Hannibal Lector" - revelando-se a essência omnívora da relação amorosa na luta pela posse da mente, do ideário, dos hábitos ( inclusivé linguísticos ), dos comportamentos, das posturas corporais, do vestuário, das deslocações no espaço, nas preferências alimentares, e, claro está, nas relações eroticó-sexuais. Etc, etc.
Ao nível político, social, ideológico, cultural "tout court" não deixa dúvida que a essência das relações dominantes - com o Estado Cowboy e os seus "mírdias" a marcarem o compasso - é o da omnivoracidade. Não se trata é de relações amorosas, apenas, linearmente, antiquissimamente, trogloditamente, de relações de sobrevivência a curto e médio prazo.
Existem, decerto forças que lutam, que se batem por "amanhãs que cantam", mas que perderam posições que tiveram faz 3 décadas atrás. Contudo, aprenderam com esses revéses e atrás dos tempos tempos vêm...
Saudações confiantes do
Leopardo
No reino dos animais humanos, a essência omnívora do Amor é mais complexa - tirante alguns casos patológicos que a medicina investiga e o cinema já divulgou em filmes sensacionalistas como o "Hannibal Lector" - revelando-se a essência omnívora da relação amorosa na luta pela posse da mente, do ideário, dos hábitos ( inclusivé linguísticos ), dos comportamentos, das posturas corporais, do vestuário, das deslocações no espaço, nas preferências alimentares, e, claro está, nas relações eroticó-sexuais. Etc, etc.
Ao nível político, social, ideológico, cultural "tout court" não deixa dúvida que a essência das relações dominantes - com o Estado Cowboy e os seus "mírdias" a marcarem o compasso - é o da omnivoracidade. Não se trata é de relações amorosas, apenas, linearmente, antiquissimamente, trogloditamente, de relações de sobrevivência a curto e médio prazo.
Existem, decerto forças que lutam, que se batem por "amanhãs que cantam", mas que perderam posições que tiveram faz 3 décadas atrás. Contudo, aprenderam com esses revéses e atrás dos tempos tempos vêm...
Saudações confiantes do
Leopardo
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